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Análise Semanal do Mercado de Milho – 04/01/2016

MilhoA cotação do milho em Chicago, para o primeiro mês, fechou o dia 29/12 em US$ 3,62/bushel, após US$ 3,74 no dia 17/12. Nos primeiros dias de janeiro passado o bushel chegou a bater em US$ 4,06. Ou seja, a variação no valor do cereal foi relativamente pequena no ano, sendo que o bushel perdeu 10,8% na comparação ponta a ponta. 

Nos EUA as exportações semanais não alcançam o volume desejado, tendo ficado em 579.400 toneladas na semana anterior e 718.000 na semana passada. O mercado precisa de mais volume para esboçar uma reação consistente dos preços em Chicago.

Esta poderá vir da expectativa de que possa haver uma redução de área semeada com milho nos EUA em 2016. Algumas consultorias privadas avançam área de 35,98 milhões de hectares, contra 36,46 milhões neste ano de 2015. Se isso se confirmar, teremos um recuo de 1,32%. Mas, por enquanto ainda é cedo para definições.

Outro fator que enfraquece o preço internacional do milho está nas novas condições de competitividade da Argentina, com a desvalorização do peso e a retirada total do imposto de exportação que incidia sobre o cereal. Além disso, o Brasil continua agressivo nas vendas externas, devendo bater um recorde histórico.

A tonelada FOB na exportação Argentina termina o ano em recuo, valendo US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma se estabelece em US$ 118,50.

No mercado brasileiro, os preços locais fecham o ano com o balcão gaúcho cotado a R$ 30,08/saco, contra R$ 24,36 no final de 2014. Ou seja, o saco de milho registra um ganho nominal de 23,5% no ano. Já os lotes no mercado gaúcho fecharam 2015 em R$ 36,00/saco, contra R$ 27,00 um ano antes. Um ganho nominal de 33,3% no período. Nas demais praças nacionais, o Nortão do Mato Grosso registrou R$ 20,00/saco neste final de ano, contra R$ 16,50 no final de 2014. O produto ganhou 21,2% no período. Já em Santa Catarina, os lotes fecharam 2015 em R$ 36,00/saco na região de Concórdia, contra R$ 27,00 um ano antes, repetindo o ganho registrado no mercado gaúcho.

O ano de 2015 fecha com forte influência da desvalorização do câmbio sobre os preços internos do milho, na medida em que a mesma favorece uma excepcional exportação, especialmente no segundo semestre. Faltando uma semana para terminar dezembro os embarques nacionais de milho acumulavam 5,05 milhões de toneladas, segundo a Secex, havendo nomeações de navios para 4,4 milhões de toneladas em janeiro, último mês do atual ano comercial. Com isso, é praticamente certo que o país exportará entre 34 e 35 milhões de toneladas do cereal em 2015/16. 

Tal situação enxuga os estoques no interior do Brasil, deixando a situação tensa pelo lado da demanda, já que o volume da safra de verão tende a ser menor, mesmo com clima positivo no sul do país. Assim, os preços praticados continuam subindo, sendo que em Santos, em alguns momentos destes últimos dias de final de ano o saco do produto foi cotado a R$ 40,00 para janeiro. Em Paranaguá o mesmo oscilou entre R$ 36,50 e R$ 37,50. Na região de Campinas (SP) os valores ficaram entre R$ 38,00 e R$ 38,50/saco.

A situação de aperto na oferta de milho, com conseqüente pressão sobre os preços internos do cereal, deverá durar todo o primeiro semestre de 2016, e particularmente nos primeiros três meses do novo ano. Nesse sentido, Santos já cota o milho safrinha/16 em R$ 39,00/saco no momento.

O ano termina com o mercado focando o clima na América do Sul, em função do excesso de chuvas no sul e falta das mesmas em partes do Centro-Oeste e Nordeste brasileiro.

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fecha 2015 com o produto dos EUA valendo R$ 50,53/saco, enquanto o argentino ficou em R$ 47,42, para dezembro. Já o produto da Argentina, para janeiro, ficou em R$ 50,00/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 36,19/saco para dezembro; R$ 36,64 para janeiro; R$ 36,63 para fevereiro; R$ 36,09 para março; R$ 37,18 para abril; R$ 36,14 para maio; R$ 36,17 para agosto e R$ 36,64/saco para setembro. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA