As cotações do milho pouco evoluíram durante a semana, com o primeiro mês cotado fechando a quinta-feira (10) em US$ 3,62/bushel, porém, o viés foi de alta durante toda a semana.
O relatório de oferta e demanda do USDA pouco trouxe de novidades. O volume de safra e os estoques finais nos EUA, para 2015/16, ficaram idênticos aos anunciados em fevereiro. Apenas os estoques finais mundiais sofreram uma redução de quase dois milhões de toneladas, ficando agora em 207 milhões de toneladas. A safra brasileira está estimada em 84 milhões de toneladas, com exportações em 28 milhões de toneladas, após o recorde de mais de 35 milhões neste último ano comercial encerrado em 31 de janeiro.
O mercado internacional está atento a entrada da safra Argentina e a uma forte presença no lado exportador por parte deste país, fato que freia os preços em Chicago igualmente. E isso que as exportações de milho por parte dos EUA, nas duas últimas semanas foram consideradas boas, com 1,1 milhão de toneladas e 953.000 toneladas respectivamente.
A partir de agora, e cada vez mais, as atenções se voltam para o relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 31/03. Pode haver, caso a soja se mantenha em níveis relativamente baixos, um aumento da área semeada com milho. Aliás, alguns analistas consideram factível que Chicago volte, logo mais, a um patamar de preços um pouco superior aos US$ 4,00/bushel para o cereal.
Na Argentina, a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 160,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 142,50, ambos os casos para março.
No mercado brasileiro, os preços permaneceram estáveis, com o balcão gaúcho ficando em R$ 36,45/saco na média semanal. Os lotes registraram valores entre R$ 41,50 e R$ 42,50/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 43,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.
O referencial Campinas pulou para R$ 47,00/saco em alguns momentos da semana, já que o mercado não vê possibilidades de oferta significativa que possa reverter o atual quadro de preços no curto prazo.
Nesse contexto, as negociações em torno da safrinha paralisaram devido a diferença de preço entre o pedido pelos produtores e o oferecido pelos compradores.
Por sua vez, como já se esperava, a exportação de milho, na primeira semana de março, caiu, ficando em 377.000 toneladas. O produto brasileiro acabou ficando mais caro devido a forte valorização do Real em função dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que atingiu agora o núcleo central do poder político brasileiro, inclusive envolvendo o ex-presidente Lula. Mesmo assim, em termos médios, o milho brasileiro continua sendo mais barato do que os demais concorrentes.
Enfim, a demanda nos leilões de milho em grão realizados no dia 09/03 atingiu a 90,2% do total ofertado, que ficou em 145.000 toneladas.
A semana terminou com o CIF indústrias brasileiras valendo R$ 47,26/saco para o produto dos EUA e R$ 45,62/saco para o produto argentino, ambos para março. Para abril, o produto argentino ficou em R$ 47,84/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 39,72/saco para março; R$ 39,22 para abril; R$ 36,53 para maio; R$ 37,16 para julho; R$ 33,49 para setembro; R$ 34,13 para outubro; e R$ 34,38/saco para novembro.
Fonte: CEEMA
Gráfico do Milho na CBOT – Vencimento Set/16
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