Contrariamente à soja, as cotações do milho recuaram em Chicago nesta semana, fechando a quinta-feira (15) em US$ 3,75/bushel, após US$ 3,91 uma semana antes.
E isso que o relatório de oferta e demanda do USDA confirmou uma menor safra nos EUA, porém, fato já precificado pelo mercado. O referido relatório apontou uma colheita estadunidense de 344,4 milhões de toneladas, sobre uma área a ser colhida de 32,7 milhões de hectares, e estoques finais em 39,7 milhões ao término de 2015/16. Com isso, o patamar de preços aos produtores estadunidenses, em 2015/16, pouco se alterou, ficando entre US$ 3,50 e US$ 4,10/bushel, realidade que o mercado já vem praticando há algum tempo. Em termos mundiais, o relatório reduziu um pouco mais a safra global, apontando agora 972,6 milhões de toneladas, com estoques finais mundiais em 187,8 milhões em 2015/16. A safra brasileira foi aumentada para 80 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina reduzida para 24 milhões. As exportações brasileiras seriam de 25 milhões de toneladas no atual ano comercial.
Dito isso, houve recuo nas vendas líquidas de milho por parte dos EUA, fato que ajudou a pressionar para baixo as cotações do cereal em Chicago. As mesmas atingiram a 519.700 toneladas na semana encerrada em 01/10, ficando 31% abaixo do registrado na semana anterior. O principal comprador foi o México com 338.300 toneladas.
Por sua vez, as inspeções de exportação estadunidenses de milho atingiram a 573.298 toneladas na semana encerrada em 08/10, ficando acima do registrado na semana anterior. Todavia, no acumulado do ano comercial iniciado em 01/09 o volume atual chega a 3,79 milhões de toneladas, contra 4,98 milhões em igual momento do ano anterior.
Quanto ao andamento da colheita, o clima positivo permitiu que a mesma chegasse a 42% da área em 11/10, estando praticamente dentro da média histórica para o período, que é de 43%.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB recuou um pouco de valor, fechando a semana na média de US$ 160,00 e US$ 105,00 respectivamente.
Já no mercado brasileiro o câmbio continua sendo o elemento central. A grande volatilidade do Real deixa o mercado receoso, especialmente agora em que o Banco Central brasileiro passou a intervir de forma mais intensa neste mercado visando segurar o câmbio em patamares abaixo dos R$ 4,00. Assim, o mercado nacional assiste a poucas movimentações, tanto de vendedores quanto de compradores. A valorização do Real nas últimas semanas provocou um pequeno recuo nos preços nacionais do milho.
Entretanto, em muitas praças os preços seguem firmes. É o caso do Rio Grande do Sul onde a média gaúcha no balcão fechou esta semana em R$ 26,98/saco. Já os lotes oscilaram entre R$ 32,50 e R$ 33,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 32,00/saco em grande parte das regiões produtoras catarinenses.
As indicações de preço no porto de Santos (SP) ficaram ao redor de R$ 34,50/saco enquanto em Paranaguá (PR) registraram R$ 33,00/saco. No interior paulista o mercado trabalhou com ofertas entre R$ 29,00 e R$ 30,00/saco. Em Paranaguá, produto para entrega em novembro e pagamento em dezembro registrou valores entre R$ 34,00 e R$ 34,50/saco, enquanto em Santos o mesmo ficou entre R$ 35,00 e R$ 35,50/saco no final da corrente semana. (cf. Safras & Mercado)
Quanto às exportações brasileiras de milho, na primeira semana de outubro o volume alcançou 1,4 milhão de toneladas a um preço médio de US$ 166,40/tonelada. Isso confirma que as vendas externas, agora, se encontram em um momento positivo e auxiliam na firmeza dos preços internos, particularmente favorecidas pelo câmbio.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras valendo, para o produto oriundo dos EUA, R$ 52,41/saco e para o produto argentino R$ 47,56/saco, ambos para outubro. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 49,87/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 33,97/saco para outubro; R$ 33,99 para novembro; R$ 33,87 para dezembro; R$ 33,61 para janeiro; R$ 33,97 para fevereiro; R$ 33,74/saco para março. (cr. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA