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Análise Semanal do Mercado de Milho – 20/11/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago igualmente recuaram, fechando o dia 19/11 em US$ 3,64/bushel, após US$ 3,61 na véspera. 

Na prática, o recuo foi pequeno em relação a semana anterior. Isso porque o sentimento do mercado é de que as cotações estariam flertando com o patamar mínimo esperado, diante da atual colheita dos EUA. Na verdade, o que vem impedindo um melhor preço do milho em Chicago é a pouca exportação do cereal pelos EUA, devido a forte concorrência sul-americana, em especial brasileira nesse final de ano.

Assim, dois fatores poderão reverter um pouco o quadro baixista do cereal nas próximas semanas em Chicago: uma improvável diminuição das vendas externas brasileiras de milho, fato que desviaria o mercado para o produto estadunidense; um clima mais seco no Brasil, fato que tem se confirmado em algumas regiões, onde as chuvas não têm sido suficientes para a semeadura e desenvolvimento da safra de verão do cereal. Nesse último caso, se destacam o leste do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia Piauí e Pará. (cf. Safras & Mercado)

No que tange às exportações estadunidenses, na semana anterior as mesmas atingiram a 618.600 toneladas, sem surpresas. Todavia, os preços no Golfo do México (local de embarque dos EUA) já estariam alinhados aos preços da América do Sul, fato que poderá permitir um aumento nas exportações do milho estadunidense e, com isso, uma recuperação parcial das cotações em Chicago.

Nesse sentido, nesta semana os EUA teriam vendido 1,44 milhão de toneladas do cereal para o México. Já as inspeções para exportação do cereal, na semana encerrada em 12/11, ficaram em 373.618 toneladas, acumulando no ano comercial 2015/16 um total de 5,91 milhões de toneladas, contra 7,8 milhões em igual período do ano anterior. Paralelamente, o retorno de algumas chuvas nas regiões produtoras brasileiras mais necessitadas igualmente segurou as cotações. Em contraponto, as vendas argentinas pararam neste momento, pois há expectativas internas de desvalorização do peso passado o segundo turno das suas eleições presidenciais, previsto para esse final de novembro, especialmente se o candidato da oposição (Macri) vir a se tornar presidente, por ser mais liberal.

Quanto à colheita nos EUA, até o dia 15/11 a mesma chegava a 96% da área, contra 94% na média histórica.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação se manteve em US$ 168,00 e US$ 105,00 respectivamente.

No Brasil, os preços continuam subindo, tendo a média gaúcha no balcão fechado a semana em R$ 29,12/saco. Os lotes gaúchos permaneceram em R$ 35,50/saco no Norte e Planalto do Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 34,50 na região de Campos Novos (SC).

No geral, os preços na região Sul do país já teriam se descolado do porto, trabalhando em torno da futura colheita de verão. Os preços futuros na BM&F ainda estão ignorando o alto volume de embarques e o possível aperto de oferta no primeiro trimestre de 2016. (cf. Safras & Mercado)

Em termos de projeção, o quadro continua sendo altista para o milho, pelo menos até a colheita da safra de verão. Mesmo assim, a expectativa de uma safra menor e o recuo dos estoques regionais devido a forte exportação do momento poderão pesar sobre o mercado inclusive após a colheita futura de verão.

Efetivamente, os embarques oficiais de milho acumulam, em novembro, um total de 2,23 milhóes de toneladas, enquanto as nomeações indicam 7,3 milhões para o mês. O problema é que o país não tem logística suficiente para embarcar toda essa quantidade em um só mês. Especialmente se o clima chuvoso atrapalhar. Assim, parte do volume ficará para dezembro, o qual já possui 1,5 milhão de toneladas em nomeações de navios.

Pelo sim ou pelo não o fato é que a semana termina com os lotes se fixando ao redor de R$ 35,00/saco na venda à prazo no CIF região de Campinas (SP), não havendo pressão de venda. O mercado brasileiro continua, de fato, muito dependente do comportamento cambial no país. Com um câmbio abaixo de R$ 3,80 por dólar, como o ocorrido nesta semana, os preços no porto perdem sustentação. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 50,64/saco para o produto dos EUA e R$ 48,47/saco para o produto da Argentina, ambos para novembro. Já o produto argentino para dezembro ficou em R$ 50,97/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 34,05/saco para novembro; R$ 33,97 para dezembro; R$ 34,37 para janeiro; R$ 34,63 para fevereiro; R$ 34,42 para março; e R$ 35,14/saco para abril.

Fonte: CEEMA