Comentários referentes ao período entre 12/04/2013 a 18/04/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago melhoraram um pouco durante a semana, porém, cederam bastante na quinta-feira (18) ao fecharem em US$ 6,44/bushel, após US$ 6,63 no dia 16/04 e US$ 6,51 uma semana antes.
O anúncio de atraso no plantio dos EUA, o qual chegou a apenas 2% da área esperada em 14/04, contra 7% na média desta época do ano, ainda não causa preocupações ao mercado. Especialmente porque as previsões meteorológicas dão conta de melhoria no clima estadunidense, para o Meio-Oeste, nos próximos dias (clima mais seco permitirá a aceleração do plantio). Como sempre, nesta época do ano, o clima passa a dominar a cena comercial.
Por sua vez, as exportações de milho na semana anterior chegaram a 373.512 toneladas, não chegando a causar comoção no mercado.
Outro elemento baixista para o mercado externo do cereal está no fato de que o petróleo cedeu para US$ 86,40/barril nesta semana, pressionando menos a demanda por etanol de milho nos EUA.
Assim, o mercado externo continua trabalhando sob pressão baixista na expectativa de uma safra cheia nos EUA. Tanto é verdade que a cotação para dezembro/13 em Chicago é de US$ 5,47/bushel.
A tonelada FOB na Argentina e no Paraguai fechou a semana em US$ 250,00 e US$ 127,50 respectivamente.
No Brasil, os preços seguem sua tendência de recuo, sob pressão da retomada da colheita de verão, após a colheita da soja, na maioria dos Estados produtores, além da tendência de uma safrinha recorde, superior a 40 milhões de toneladas a partir de julho. Desta forma, a média gaúcha no balcão, onde não há safrinha digna de nota, o saco de milho ficou em R$ 24,95, se recuperando um pouco diante de uma demanda firme. Já os lotes ficaram entre R$ 25,75 e R$ 26,50/saco nas diferentes praças gaúchas. Por sua vez, nas demais regiões produtoras brasileiras, os lotes oscilaram entre R$ 12,75/saco (forte baixa em relação às semanas passadas) em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 25,25/saco na região catarinense de Videira. O melhor preço médio se encontra hoje na região de Goiânia, onde os lotes fecharam a semana em R$ 26,75/saco em termos médios. Igualmente na região mineira de Pará de Minas os preços atingem estes níveis.
Já na BM&F a tendência de baixa continua para os principais contratos futuros, pois os compradores estão pouco presentes no mercado esperando novas baixas de preços. A baixa exportação e a enorme safrinha que se desenha, não dão condições para a recuperação dos preços do cereal.
Os preços para a safrinha já estão abaixo de R$ 20,00/saco no oeste do Paraná e R$ 21,50/saco sobre vagão no norte deste Estado. No Mato Grosso a safrinha está indicada em R$ 11,50/saco, com exportadores oferecendo apenas entre R$ 8,00 e R$ 9,00/saco em termos nominais. Em Goiás, a safrinha, para julho/agosto, está em R$ 15,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Quanto às exportações, nesta semana, quando houve navios de março ainda sendo fechados, o volume total em abril chegou a 462.000 toneladas, ou seja, bem abaixo do necessário para desovar os enormes estoques que vêm se formando. Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras fechou a semana em R$ 44,04/saco para o produto dos EUA e R$ 36,97/saco para o produto da Argentina, ambos para abril. Já para maio o produto argentino ficou em R$ 36,36/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou o valor de R$ 26,55/saco para abril; R$ 26,11 para maio; R$ 26,10 para junho; R$ 25,50 para julho; R$ 25,69 para agosto; R$ 24,50 para setembro; R$ 24,30 para outubro e R$ 24,28/saco para novembro.
¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.