As cotações da soja em Chicago oscilaram pouco nesta semana de feriados (dia 07/09 foi coincidentemente feriado no Brasil e nos EUA). O fechamento desta quinta-feira (10) ficou em US$ 8,84/bushel para o primeiro mês cotado (setembro), o qual deixará de ser considerado a partir do próximo dia 15. Já para maio/16 o fechamento ficou em US$ 8,81/bushel.
A principal expectativa do mercado ficou por conta do relatório de oferta e demanda que sairá neste dia 11/09 (sexta-feira). O mercado volta a esperar uma redução na estimativa de safra estadunidense, embora as informações existentes não indiquem isso. Tanto é verdade que as condições das lavouras dos EUA foram mantidas em 63% entre boas a excelentes até o dia 06/09. Soma-se a isso o clima favorável às lavouras, o que continua a indicar safra cheia naquele país. Nesse sentido, a Informa Economics anunciou sua projeção de setembro, elevando a produção dos EUA para 106,8 milhões de toneladas, contra 103,1 milhões em seu indicativo de agosto. O número da Informa, agora, está muito próximo às estimativas de agosto do USDA. Todavia, a maior parte dos analistas estadunidenses espera um volume ao redor de 104,4 milhões de toneladas. Para os estoques finais o mercado aguarda um volume de 10,8 milhões de toneladas para 2015/16. Resta esperar o relatório deste dia 11/09, portanto!
Enquanto isso, as vendas líquidas de soja por parte dos EUA, na semana anterior, para o ano de 2015/16, somaram 1,53 milhão de toneladas. Esse volume foi superior ao esperado pelo mercado. Por sua vez, as inspeções de exportação, na semana encerrada em 03/09, registraram um total de 93.308 toneladas, ficando abaixo do volume da semana anterior, que foi de 184.285 toneladas.
Pelo lado da demanda, a China continua em dificuldades econômicas. Sua balança comercial geral acusou um recuo de 13,5% nas exportações dos primeiros oito meses de 2015, enquanto o recuo nas importações chegou a 23,2% no mesmo período. Em soja, em agosto a China teria importado 7,78 milhões de toneladas. Esse volume é 18% abaixo do importado em agosto do ano passado. Nos primeiros oito meses deste ano (janeiro a agosto) as importações chinesas de soja somaram 52,39 milhões de toneladas, ou seja, 9,8% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Aqui no Brasil a continuidade da preocupante desvalorização do Real (o mesmo chegou a bater em R$ 3,86/dólar em alguns momentos da semana) obrigou o Banco Central a voltar a intervir no câmbio nesta semana. Ao mesmo tempo, esse câmbio anormal manteve os preços internos da soja em elevação. A média semanal do balcão gaúcho ficou em R$ 70,22/saco, enquanto os lotes fecharam a semana na média de R$ 77,55 a R$ 78,25/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes registraram R$ 66,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 76,00/saco no norte e centro do Paraná. Alertamos que tais preços estão assim mantidos somente devido ao câmbio e, em condições normais de safra e ajustes na economia nacional, esses patamares não deverão ser mantidos.
Nesse sentido, os preços futuros praticados no momento continuam excelentes, com o interior gaúcho, para maio, oferecendo R$ 75,50/saco FOB, enquanto Rondonópolis (MT), para fevereiro/abril, alcançou a R$ 65,00/saco. Dourados (MS) chegou a R$ 65,50/saco para fevereiro, enquanto Rio Verde (GO) ficou em R$ 68,00/saco e a região de Brasília (DF) registrou R$ 67,00/saco, ambos CIF para abril. Enfim, Uberlândia (MG) ficou em R$ 68,00/saco, Barreiras (BA) R$ 70,00; Balsas (MA) R$ 69,00; Uruçuí (PI) R$ 70,00 e Pedro Afonso (TO) R$ 68,00/saco, todos para abril/maio de 2016. Enfim, na BM&F, o contrato novembro fechou a semana em US$ 19,23/saco, enquanto janeiro/16 ficou em US$ 19,31/saco. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA