As cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (10) em US$ 4,68/bushel, melhorando um pouco em relação aos US$ 4,57 registrados no dia 04/09.
O mercado operou na expectativa do relatório do USDA previsto para este dia 11/09, embora para o trigo não se espere grandes mudanças em relação ao relatório passado.
As vendas líquidas estadunidenses em trigo, para o ano comercial 2015/16, registraram 277.500 toneladas na semana encerrada em 27/08. Esse volume ficou 47% abaixo da média das quatro semanas anteriores. O principal comprador foi o México, com 73.300 toneladas na semana. O fato de o Egito ter comprado trigo francês a preços mais baixos do que os praticados nos EUA, pressionou para baixo Chicago. O Egito teria conseguido o valor de US$ 174,74/tonelada junto a empresas francesas. Já as inspeções de exportação estadunidenses de trigo, na semana encerrada em 03/09, alcançaram 371.343 toneladas, ficando bem abaixo do registrado na semana anterior, que foi 626.634 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Ao mesmo tempo, os EUA, até o dia 06/09, haviam colhido 94% do trigo de primavera, contra 76% na média histórica para esta época. Já o plantio do trigo de inverno chegava a 3% da área esperada, ficando dentro da média histórica.
No Mercosul, o trigo para exportação recuou um pouco de preço, ficando entre US$ 190,00 e US$ 230,00/tonelada FOB dependendo do país de origem.
No mercado brasileiro, os preços se estabilizaram, mas o viés continua sendo de alta para o produto de qualidade superior, diante da forte e contínua desvalorização do Real que está encarecendo sobremaneira o produto importado. Assim, o preço médio no balcão gaúcho fechou a semana em R$ 30,65/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 600,00/tonelada ou R$ 36,00/saco. No Paraná, os lotes continuaram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
Os negócios no país começam a aumentar devido à entrada da nova safra, colhida no Paraná. Como os preços nacionais estão muito abaixo dos existentes no mercado externo, levando em consideração a desvalorização do Real, a tendência é de alta nos preços brasileiros, mesmo em plena colheita. Hoje o produto da Argentina e dos EUA chega ao Brasil valendo 27% mais do que a média praticada nacionalmente.
Visando se antecipar a essa tendência de alta, muitos moinhos já estão realizando compras importantes no mercado paranaense. Aliás, a colheita do Paraná fecha a semana com 22% da área colhida e 77% das lavouras ainda a colher em boas condições, contra 21% regulares e 2% entre ruins a muito ruins. No Rio Grande do Sul, a colheita ainda não se iniciou e a incógnita quanto ao volume e qualidade da safra continua, mesmo havendo maior otimismo nesse momento. Todavia, a forte massa de ar polar prevista para este final de semana, com temperaturas ao redor de zero grau e geadas importantes, poderá provocar estragos sérios e definitivos nas lavouras gaúchas, o que aumenta ainda mais a apreensão quanto ao resultado final da mesma.
Fonte: CEEMA