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Análise Semanal do Mercado de Soja – 04/09/2015

SojaAs cotações da soja em Chicago iniciaram setembro com oscilações relativamente importantes, porém, acabaram se consolidando em terreno negativo, com o fechamento desta quinta-feira (03) ficando em US$ 8,79/bushel para o primeiro mês e em US$ 8,76/bushel para maio/16. A média de agosto recuou para US$ 9,44/bushel, após US$ 10,13 em julho.

Além do clima normal nos EUA e da aproximação do período de colheita (início ainda nesse mês de setembro), as conturbações econômicas na China (a Bolsa de Xangai voltou a cair fortemente durante a semana) estiveram no centro do processo de manutenção das cotações em níveis abaixo dos US$ 9,00/bushel.

No próximo dia 11/09 teremos um novo relatório de oferta e de demanda do USDA, com o mercado já se posicionando a respeito. Existe novamente certa expectativa de recuo nas projeções de produção e estoques finais nos EUA, porém, em boa parte o mercado já teria precificado tal comportamento. No geral, espera-se safra cheia naquele país, a qual seria a terceira consecutiva.

Nesse sentido, as lavouras estadunidenses, até o dia 31/08 foram mantidas com 63% entre boas a excelentes, 26% regulares e 11% entre ruins a muito ruins. Ao mesmo tempo, a FC Stone indicou, em seu relatório mensal, uma safra de 103,3 milhões de toneladas nos EUA, portanto, abaixo das 106,6 milhões indicadas pelo USDA em seu relatório de agosto. Na prática, estamos com o mesmo comportamento ocorrido por ocasião do mês de agosto, quando os analistas privados, na época, já esperavam um recuo nos volumes estadunidenses, fato que não se confirmou oficialmente. Resta saber o que ocorrerá no dia 11/09.

Paralelamente, as vendas líquidas semanais dos EUA, em soja, somaram 1,46 milhão de toneladas para 2015/16, superando o que o mercado esperava. Ajudou um pouco a segurar as cotações o fato de o petróleo ter subido de preço na semana, se aproximando dos US$ 50,00/barril novamente.

No Brasil, o Real continuou sua anormal desvalorização, batendo próximo de R$ 3,80 durante a semana. Essa situação tem compensado as quedas em Chicago. Com isso, a média gaúcha no balcão voltou a subir, fechando a semana em R$ 68,09/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 76,50 e R$ 77,00/saco. Nas demais praças os lotes oscilaram entre R$ 66,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 74,00/saco no norte e centro do Paraná.

Os preços da soja no Brasil estão unicamente sustentados pelo câmbio. Assim, no momento em que o Real voltar a se valorizar, buscando um patamar mais racional, naturalmente haverá um recuo relativamente importante de tais preços. Espera-se que isso venha a ocorrer até o final do corrente ano, embora não se tenha nenhuma certeza a respeito devido à conturbada agenda política e econômica do país.

Em sendo assim, os preços futuros permanecem excelentes, com o interior gaúcho, para maio/16, pagando R$ 75,00/saco FOB na compra. Em Paranaguá (porto), para março/abril próximos o valor ficou em R$ 78,50/saco. Nas demais praças, os valores ficaram assim estabelecidos: Rondonópolis (MT) R$ 66,00/saco para fevereiro/abril; Dourados (MS) R$ 64,00/saco para maio; Rio Verde e região de Brasília (GO), respectivamente R$ 68,00 e R$ 67,00/saco para abril; Uberlândia (MG) R$ 67,50/saco igualmente para abril; Barreiras (BA), Balsas (MA), Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO), para maio/16, os respectivos preços foram de R$ 70,00; R$ 68,00; R$ 69,00; e R$ 67,00/saco. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, na BM&F o contrato novembro fechou a semana em US$ 19,27/saco, enquanto janeiro/16 ficou em US$ 19,36/saco.

Fonte: CEEMA