Nesta semana mais curta, devido aos feriados nos EUA e no Brasil, as cotações do milho em Chicago igualmente se recuperaram um pouco, na linha de um ajuste técnico após fortes baixas na semana anterior. Assim, o bushel do cereal fechou o dia 08/09 em US$ 3,27, após US$ 3,11 uma semana antes.
Com a colheita a ponto de se iniciar nos EUA (18% da área estaria pronta), o mercado já teria precificado grande parte da excelente safra que se avizinha. Para tanto, o relatório de oferta e demanda, previsto para o próximo dia 12/09, torna-se importante para definir melhor a produtividade média esperada e, por óbvio, a produção final estimada. Vale destacar que o clima continua positivo nas regiões produtoras estadunidenses. Tanto é verdade que as condições das lavouras, na boca da colheita, indicam 74% entre boas a excelentes.
Nesse contexto, as vendas líquidas de milho, por parte dos EUA, para o ano 2015/16, somaram 214.100 toneladas na semana encerrada em 25/08. O volume ficou 27% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Já para o ano 2016/17 o volume exportado atingiu a 647.500 toneladas. Somando os dois anos comerciais, o mercado esperava um volume entre 600.000 e 1,3 milhão de toneladas exportadas, pelo qual foi contemplado.
Na Argentina, a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 170,00, enquanto no Paraguai a mesma recuou para US$ 157,50.
No Brasil, o preço médio gaúcho, no balcão, ficou em R$ 44,30/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco no Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 48,50/saco em Videira e Concórdia (SC).
Com o adiamento para 1º de outubro da decisão final quanto a autorizar ou não a importação de milho transgênico oriundo dos EUA, a CTNBio deu margem para uma recuperação de preços no médio prazo. Todavia, vale destacar que a importação foi aprovada nas comissões técnicas da CTNBio.
Por enquanto, o preço do cereal se estabilizou no país e chegou a recuar em algumas regiões. A Sorocabana paulista trabalhou com valores entre R$ 37,00 e R$ 38,00/saco, enquanto o referencial Campinas se manteve em R$ 42,00/saco CIF.
Dito isso, as importações diminuíram muito e os produtores parecem já ter quitado suas dívidas principais para o ano, assim como adquirido os insumos para a nova safra de verão. Com isso, a pressão de oferta tende a diminuir daqui em diante. Por sua vez, as exportações continuam avançando. Assim, um novo fluxo de oferta importante somente poderá vir no início de 2017, fato que causa apreensão no mercado consumidor do cereal (cf. Safras & Mercado).
No caso das exportações, nos 23 dias úteis de agosto o Brasil teria registrado 2,56 milhões de toneladas, a um preço médio de US$ 168,40/tonelada segundo o governo (Secex). Já o mercado, pelos registros de navios, avança um volume de 3,3 milhões de toneladas exportadas em agosto. Nos primeiros dias de setembro entre 300.000 e 400.000 toneladas já haviam sido vendidas ao exterior. As nomeações de navios para exportação em setembro alcançam 2,6 milhões de toneladas no momento. No total, o país teria exportado 10,5 milhões de toneladas neste ano.