As cotações do milho, ao contrário da soja, praticamente não cederam durante a semana, e fecharam a quinta-feira (09) com novas altas, ficando em US$ 4,21/bushel, contra US$ 4,19 uma semana antes.
Além da confirmação de redução de área semeada nos EUA, indicada no relatório do dia 30/06 pelo USDA, o analista privado Informa Economics apontou projeção de uma produtividade média mais discreta para a atual safra. Com isso, a produção final estadunidense poderá ficar entre 340 e 342 milhões de toneladas. Nesse sentido, o relatório de oferta e demanda do USDA, a ser anunciado neste dia 10/07, deverá deixar o quadro um pouco mais claro. O quadro financeiro, com a crise na Grécia e alta do dólar, todavia, freou novos ímpetos altistas.
Ao mesmo tempo, as exportações da semana anterior foram ruins, ficando em apenas 594.000 toneladas nos EUA, enquanto a meteorologia anuncia clima normal para as próximas semanas nas regiões produtoras estadunidenses. Nem mesmo a pequena melhoria das exportações na última semana, elevando o volume para 839.000 toneladas, ajudou o mercado a registrar novas altas. Há uma tentativa de buscar fatos que possam sustentar o bushel acima de US$ 4,00, porém, a tendência parece mesmo que ele volte a romper este piso e venha trabalhar novamente entre US$ 3,50 e US$ 4,00 na medida em que o clima nos EUA se normaliza.
Ajuda para essa projeção o fato de que, até o dia 05/07, 69% das lavouras de milho dos EUA apresentarem boas a excelentes condições, sendo que 12% estavam em fase de polinização, não enfrentando problemas.
No que diz respeito ao relatório do dia 10/07 o mercado esperava um estoque final para a safra 2015/16 ao redor de 40 milhões de toneladas, enquanto a produção dos EUA seria de 340,5 milhões de toneladas. Isso não deverá alterar a tendência baixista de médio prazo. Especialmente porque o mercado percebe que a elevação dos preços em Chicago, tanto do milho quanto da soja, inibe as compras do produto estadunidense já que o mundo continua enfrentando uma crise econômica importante. Além disso, a China importou 6,7% a menos de soja neste ano, enquanto o Brasil, graças a uma safrinha recorde, já negociou 2 milhões de toneladas da safrinha 2016, além de agredir de forma mais intensa o mercado neste segundo semestre de 2015. (cf. Safras & Mercado)
Enquanto isso, a tonelada de milho FOB na Argentina e no Paraguai ficou estável, fechando a semana em US$ 183,00 e US$ 117,50 respectivamente.
Aqui no Brasil, os preços melhoraram um pouco nos lotes. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,33/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 26,50 e R$ 27,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 27,00/saco em Videira e Concórdia (SC).
Apesar da entrada de uma safrinha recorde, o efeito externo de Chicago, associado a um Real mais desvalorizado, deu sustentação aos preços locais. Além disso, o mercado nacional depende decisivamente das exportações deste segundo semestre.
No curto prazo, ajudou igualmente a manter os preços nacionais um pouco melhores as chuvas desta semana nas regiões de colheita da safrinha. Isso travou a entrada de produto novo no mercado.
Quanto às exportações, a primeira semana de julho registrou um volume de 73.100 toneladas, com o mercado esperando 2 milhões de toneladas para todo o mês.
Assim, dois elementos centrais definirão a sequência dos preços: o ritmo da colheita da safrinha, associado ao interesse de venda imediata por parte dos produtores; e o comportamento das exportações de milho pelo Brasil.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para julho, R$ 47,22/saco para o produto dos EUA e R$ 44,71/saco para o produto argentino. Já para agosto, o produto argentino ficou em R$ 46,84/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 30,46/saco para julho; R$ 30,80 para agosto; R$ 31,35 para setembro; R$ 31,61 para outubro; R$ 32,35 para novembro; R$ 32,10 para dezembro; R$ 32,39 para janeiro; e R$ 33,45/saco para fevereiro. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA