Comentários referentes ao período entre 15/02/2013 a 21/02/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago, na semana, registraram um comportamento de estabilidade, com o bushel saindo de US$ 6,94 no dia 14/02 para US$ 6,90 no dia 21/02, após ter atingido a US$ 7,00 na véspera.
Pelo lado dos EUA, as exportações semanais foram pequenas, ficando em 241.385 toneladas. Ao mesmo tempo, não fatores fundamentais altistas, fato que mantém as cotações em patamares baixos. Todavia, o mercado passa agora a ficar na dependência maior do milho argentino e das exportações dos EUA, pois o Brasil, com seu tradicional e crônico problema de logística, dará atenção cada vez mais ao escoamento da soja, saindo praticamente das vendas externas de milho, pelo menos até junho próximo. Nesse sentido, o retorno das chuvas na Argentina acabou sendo um fator baixista, pois espera-se que as mesmas tenham auxiliado as lavouras do cereal.
Dito isso, no Brasil o clima volta a ter boas condições para o plantio da safrinha, após um período de excesso de chuvas no Centro-Oeste. Nessas condições, a pressão de baixa dos preços internos tende a se manter no médio prazo.
Tanto é verdade que, tomando-se o exemplo de Goiás, onde a colheita da safra de verão ainda é lenta, os preços atuais giram ao redor de R$ 28,25/saco nos lotes e R$ 24,50/saco no balcão. Já para a safrinha, com entregas em agosto próximo, exportadores estariam oferecendo apenas R$ 14,00 a R$ 15,00/saco no Sudoeste daquele Estado. (cf. Safras & Mercado) Obviamente, esse comportamento, que igualmente se desenhou na safra passada, e depois não se confirmou, continua na dependência da capacidade de exportação que o Brasil terá, a partir de julho, para o milho. Por enquanto, os estoques finais brasileiros, relativos a atual safra, estão projetados em importantes 8,9 milhões de toneladas.
Entretanto, neste ano será preciso considerar que a safra de soja nacional será maior, com duração de escoamento externo bem maior, além do fato de que já existem problemas de frete em muitas regiões, especialmente no Paraná.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 45,34/saco para o produto dos EUA e R$ 39,70/saco para o produto argentino, ambos para o mês de fevereiro. Para março, o produto oriundo da Argentina ficou cotado a R$ 38,73/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores:
R$ 30,06/saco para fevereiro; R$ 30,18 para março; R$ 29,40 para abril; R$ 29,42 para maio; R$ 29,16 para junho; R$ 28,38 para julho; R$ 27,49 para agosto; e R$ 27,34/saco para setembro.
¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.