As cotações do milho em Chicago igualmente melhoraram um pouco durante a semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 3,36/bushel, após US$ 3,30 uma semana antes. Dois fatores ajudaram à pequena melhoria nas cotações de Chicago: o clima e as exportações estadunidenses. No primeiro caso, certo excesso de umidade no Meio Oeste dos EUA atrasa um pouco a colheita, deixando o mercado especulativo. Efetivamente, apesar das lavouras a serem colhidas manterem condições de 74% entre boas a excelentes e apenas 7% entre ruins a muito ruins, a colheita chegou, até o dia 18/09, em 9%, contra 12% na média histórica para o período. Quanto às exportações, o produto estadunidense, com o atual câmbio, segue bastante competitivo no cenário internacional. Mesmo assim, as vendas líquidas, para 2016/17, chegaram a apenas 703.500 toneladas na semana encerrada em 08/09, sendo a Coreia do Sul o maior comprador com 198.100 toneladas. Para 2017/18 o volume vendido alcançou a 21.100 toneladas. No somatório dos dois anos, o volume ainda ficou aquém do esperado pelo mercado, cujo volume mínimo era de 800.000 toneladas.
Dito isso, a colheita nos EUA está apenas iniciando e há muito milho a entrar no mercado. Na medida em que o ritmo da mesma se normalizar a tendência é de pressão baixista em Chicago.
Aqui no Mercosul, a tonelada FOB para exportação na Argentina fechou a semana em US$ 172,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 155,00.
No Brasil, os preços do cereal pouco se alteraram, porém, houve maior pressão de baixa durante a semana. Isso devido a entrada maior de milho no mercado em função de venda por parte de empresas, especialmente cooperativas produtoras, diante das maiores dificuldades para exportação já que o câmbio voltou a valorizar o Real.
Assim, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 43,08/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 48,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
Em São Paulo a região da Sorocabana trabalhou com valores de R$ 37,00/saco em negócios apenas pontuais, enquanto o referencial Campinas recuou para R$ 41,50/saco no disponível. A semana fechou com os preços internos sendo mais interessantes do que os de exportação diante do câmbio a R$ 3,21. Na prática, o milho dos EUA, hoje, está bem mais competitivo do que o cereal brasileiro no mercado internacional.
Nesse contexto, nos primeiros 11 dias úteis de setembro (até o dia 16/09) o Brasil havia exportado 1,67 milhão de toneladas de milho, a um preço médio de US$ 167,60/tonelada (R$ 32,28/saco ao câmbio de hoje).
Na prática, a diferença de valor dos prêmios brasileiros e estadunidenses continua grande. Apenas uma forte desvalorização do Real poderia devolver competitividade externa ao milho nacional neste momento. Ora, isso tende a não ser possível no curto e médio prazo a julgar pelo atual comportamento da economia nacional e do próprio Banco Central brasileiro.
Enfim, ajudou a segurar o preço do milho nacional o fato de o governo ter realizado leilão dos estoques públicos na semana anterior no Mato Grosso. A Conab colocou à venda 50.000 toneladas e, destas, 39.600 foram negociadas.
Fonte: CEEMA
Gráfico do MILHO na CBOT – Vencimento Dez/2016
Gráfico do MILHO na BM&F – Vencimento Nov/2016