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Análise Semanal do Mercado do Milho

Comentários referentes ao período entre 22/02/2013 a 28/02/2013

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²

As cotações do milho em Chicago se recuperaram um pouco na semana, fechando a quinta-feira (28) em US$ 7,19/bushel, após US$ 6,90 no final da semana anterior. A média de fevereiro ficou em US$ 7,10, após US$ 7,14/bushel em janeiro.

Não há fatores altistas para o futuro, considerando o clima nos EUA e o retorno das chuvas na Argentina. Tanto é verdade que o Fórum Outlook do USDA aponta para uma safra estadunidense, em 2013, de 369 milhões de toneladas, contra 274 milhões neste último ano. A área semeada seria de 39,86 milhões de hectares. O relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o dia 28/03, dará melhor visibilidade a essas projeções e definirá o rumo do mercado.

Por sua vez, a exportação semanal dos EUA foi a mais baixa, para este período, desde 1970, registrando apenas 294.744 toneladas.

Em contrapartida a Bolsa de Rosário (Argentina) reduziu para 25,5 milhões de toneladas a safra do vizinho país. Mesmo assim tal volume permitiria exportações entre 12 a 13 milhões de toneladas, segundo Safras & Mercado.

A tonelada FOB na Argentina e no Paraguai ficou em US$ 277,00 e US$ 140,00 respectivamente.

No Brasil, os preços médios se mantêm, porém, com tendência de baixa para o segundo semestre em particular. É bom frisar que os preços atuais do milho nacional já vêm baixando com a entrada da safra de verão. A preocupação com os impactos da safrinha não deve ser ignorada, pois no Mato Grosso, onde a mesma já teve 68% de sua área plantada, a comercialização continua paralisada e sem referência de preços. Em Goiás, a referência nominal de preços para a safrinha, para julho/agosto, ficou em R$ 18,00/saco na semana. Os compradores estão praticamente fora do mercado neste momento.

Dito isso, o preço médio de balcão gaúcho fechou fevereiro em R$ 28,35/saco, enquanto os lotes no norte e planalto do Estado apontaram valores de R$ 29,50/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 16,50/saco no Nortão do Mato Grosso (Lucas do Rio Verde, Sorriso…) e R$ 30,25/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.

Em termos de exportação, o Brasil deve ter concretizado vendas de 2 milhões de toneladas em fevereiro, porém, não há nomeações de navios para março, confirmando que o mercado desloca a sua logística, problemática, para a exportação da soja. Isso deve fazer sobrar milho em maior volume nos meses futuros, puxando os preços para baixo.

Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras, registrou, para fevereiro, valores de R$ 46,16 e R$ 40,03/saco, respectivamente para o produto oriundo dos EUA e da Argentina. Desta última origem, para março, o saco de milho ficou em R$ 39,79. Na exportação, o transferido via Paranaguá, indicou os seguintes valores: R$ 32,02/saco para fevereiro; R$ 31,43 para março; R$ 30,44 para abril; R$ 30,34 para maio; R$ 29,65 para junho; R$ 28,12 para julho; R$ 27,05/saco para agosto e setembro (cf. Safras & Mercado).

¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.