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Análise semanal do mercado do milho

Comentários referentes ao período entre 08/02/2013 a 14/02/2013

Por *Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²

As cotações do milho em Chicago igualmente recuaram na semana, fechando a quinta-feira (14) em US$ 6,94/bushel, após US$ 7,10 uma semana antes.

O relatório do USDA, do dia 08/02, pouco trouxe de novidades, inclusive melhorando os estoques finais nos EUA, para a atual safra 2012/13, na medida em que passou os mesmos para 16,06 milhões de toneladas, contra 15,3 milhões em janeiro. A colheita total dos EUA ficou confirmada em 273,9 milhões de toneladas no ano passado. Além disso, o volume mundial de produção aumentou para 854,4 milhões de toneladas, enquanto os estoques ganharam três milhões de toneladas, passando a 118 milhões em termos mundiais.

Soma-se a isso o fato dos solos dos EUA estarem com excelente umidade para o novo plantio, que passa a ocorrer a partir de final de março, havendo regiões com até saturação de umidade. Apenas 20% destes solos estariam ainda precisando um pouco mais de chuvas, as quais estão previstas para os próximos 15 dias.

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB fechou a semana em baixa, com os valores ficando, respectivamente, em US$ 270,00 e US$ 147,50.

Enquanto isso, no Brasil os preços voltaram a ceder um pouco nos lotes, particularmente nos locais a entrada da nova safra de verão se faz maior. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 28,18/saco, com pequena melhoria, enquanto os lotes cederam para R$ 30,50/saco no norte do Estado. Nas demais praças, os lotes variaram entre R$ 17,50/saco no nortão mato-grossense e R$ 31,25/saco em Concórdia (SC).

Vale destacar que as exportações, para fevereiro, já chegaram a 1,04 milhão de toneladas do cereal na primeira semana, estando programados, para todo o mês, embarques num total de 2,3 milhões. O ritmo destas exportações, neste ano, e a safrinha de milho é que ditarão o rumo do mercado para o segundo semestre. A tendência, por enquanto, diante da oferta importante, é de preços mais baixos, como já começa a se confirmar, porém, se os volumes exportados forem importantes e a safrinha, por algum motivo, ficar comprometida em relação às expectativas iniciais, deveremos ter reversão para cima nos preços do cereal mais adiante (no que diz respeito à safrinha no Mato Grosso, o plantio da mesma atinge apenas 20% da área no final da primeira semana de fevereiro, contra 42% na mesma época do ano passado).

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, atingindo a R$ 45,09/saco para o produto oriundo dos EUA e R$ 38,92/saco para o produto argentino, ambos em fevereiro. Já para março, o produto argentino ficou cotado a R$ 38,32/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá indicou os seguintes valores: R$ 29,80/saco para fevereiro; R$ 29,89 para março; R$ 29,82 para abril e maio; R$ 29,02 para junho; R$ 28,76 para julho; R$ 28,70 para agosto e R$ 27,34/saco para setembro. (cf. Safras & Mercado)

¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.