As cotações do milho em Chicago reagiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (06) em US$ 3,40/bushel, contra US$ 3,29 uma semana antes. A média de setembro ficou em US$ 3,29, contra US$ 3,23/bushel em agosto.
Esse movimento, muito mais de ajuste técnico do que motivado por notícias fundamentais no mercado, se deu em um momento em que a colheita avança bem nos EUA. No entanto, o relatório trimestral de estoques, na posição de 1º de setembro, praticamente trouxe o mesmo volume registrado no ano anterior na mesma época, ou seja, 44,2 milhões de toneladas. Todavia, esse volume ficou abaixo do esperado pelo mercado.
As vendas líquidas de milho estadunidense, no ano comercial 2016/17, iniciado em 1º de setembro, somaram 575.000 toneladas na semana encerrada em 22/09, ficando dentro do esperado pelo mercado. O México foi o principal comprador com 286.200 toneladas. Já as inspeções de exportação somaram 1,47 milhão de toneladas na semana encerrada em 29/09.
O bom comportamento das exportações ajuda a manter as cotações do cereal nos atuais níveis em Chicago. Afinal, o produto estadunidense continua muito competitivo no mercado mundial.
Por outro lado, até o dia 02/10 a colheita de milho nos EUA chegava a 24% da área esperada, contra 27% na média histórica.
O mercado agora espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 12/10.
Por sua vez, a Argentina anuncia uma área semeada com milho, para 2016/17, superior em 25% (mais 800.000 hectares) devido ao fato de que o governo local não reduziu as retenciones (imposto de exportação) sobre a soja como era esperado, enquanto o do milho e trigo está em 0%. Ao mesmo tempo, tal situação poderá reduzir a área de soja argentina em 3%, com a mesma perdendo 600.000 hectares neste novo ano comercial.
No Mercosul, a tonelada para exportação FOB ficou em US$ 175,00 na Argentina e US$ 147,50 no Paraguai.
Aqui no Brasil os preços retomaram as altas nas principais praças nacionais. A oferta diminuiu bastante e a demanda cresceu. Com isso, a Sorocabana paulista atingiu a R$ 41,00/saco, enquanto o referencial Campinas saltou para R$ 44,00/saco no disponível. Paralelamente, o preço nos portos continua abaixo dos preços internos, freando as exportações. Ao mesmo tempo, os produtores estão mantendo a estratégia de reter ofertas na busca de maiores preços. Muitas empresas já estão com estoques bem reduzidos.
Quanto às exportações, o mês de setembro fechou com 2,91 milhões de toneladas vendidas ao exterior, a um preço médio de US$ 168,60/tonelada ou, ao câmbio de hoje, algo em torno de R$ 32,88/saco.
Os preços no balcão gaúcho fecharam a semana na média de R$ 40,86/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nesta mesma época do ano passado, o balcão gaúcho pagava R$ 26,50/saco, enquanto os lotes estavam entre R$ 32,00 e R$ 33,00/saco. Nas demais praças nacionais a semana terminou com os lotes valendo R$ 27,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) até R$ 49,00/saco em Concórdia e Videira (SC).