As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar nesta semana, com o fechamento no dia 19/11 ficando em US$ 4,90/bushel, após US$ 4,83 na véspera e US$ 4,98 uma semana antes.
A firmeza do dólar no mercado mundial está igualmente tirando a competitividade do trigo na exportação estadunidense. Nesse sentido, as vendas líquidas, na semana encerrada em 05/11, ficaram em somente 226.670 toneladas, com o volume registrando 38% a menos do que a média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2016/17 o volume vendido ficou em apenas 10.000 toneladas. Já as inspeções de exportação de trigo estadunidense fecharam a semana do 12/11 em 279.013 toneladas, contra 288.312 toneladas na semana anterior.
Pesou igualmente sobre o mercado o fato de que 52% das lavouras estadunidenses de trigo de inverno apresentarem condições entre boas a excelentes, contra 38% regulares e 10% entre ruins a muito ruins. Esses percentuais foram um pouco melhores do que os registrados na semana anterior. O plantio da safra, até o dia 15/11, atingiu a 94% da área, contra a média histórica de 98% para esta época do ano.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação fechou a semana valendo entre US$ 180,00 e US$ 210,00.
No mercado brasileiro, os preços pouco evoluíram, com a média gaúcha no balcão fechando a semana em R$ 32,85/saco. Nos lotes, o valor permaneceu em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes giraram entre R$ 730,00/tonelada (R$ 43,80/saco) e R$ 780,00/tonelada (R$ 46,80/saco).
A colheita gaúcha teria chegado a 80% da área, porém, com produtividade cada vez menor, sem falar na qualidade ruim do produto. Os enormes problemas climáticos deste ano estão acelerando a colheita gaúcha. Já no Paraná a área colhida chega a 96% do total esperado.
No atual contexto, o mercado ainda estima uma produção final entre 5 e 6 milhões de toneladas no Brasil, porém com grande parte comprometida em termos de qualidade. Isso deverá levar o país a importar mais de 6 milhões de toneladas nesse ano comercial, sendo que o Mercosul dificilmente terá produto para todo este volume. Assim, o Brasil deverá trazer trigo da América do Norte mais uma vez. Por enquanto, o cereal paraguaio tem sido preferido, pois tem entrado no oeste paranaense com preços até menores do que os praticados no Brasil, apesar da desvalorização do Real.
Aliás, nesse último caso, vale destacar que as intervenções do Banco Central brasileiro seguram o câmbio nacional ao redor de R$ 3,75 nesse momento. Em relação ao auge de R$ 4,19 obtido na terceira semana de setembro passado, o Real já se valorizou em 10,5%.
Os moinhos nacionais continuam comprando “da mão para a boca”, sem realizarem grandes estoques com o produto nacional. Além disso, está muito difícil encontrar produto nacional de qualidade superior, especialmente no Rio Grande do Sul, o que tem impedido uma melhoria mais substancial nos preços. Mesmo assim, a tendência nacional continua sendo de preços um pouco mais firmes para os próximos meses junto ao trigo de qualidade superior.
Fonte: CEEMA