A cotação do milho praticamente se manteve estável nesta última semana de outubro. O fechamento do dia 29/10 ficou em US$ 3,80/bushel para o primeiro mês cotado, após ter alcançado US$ 3,84 no dia 26 e US$ 3,78 uma semana antes.
O avanço normal da colheita nos EUA, acompanhado de baixas exportações, não permite que o bushel de milho suba, mesmo com uma colheita um pouco menor neste ano naquele país. No primeiro caso, até o dia 25/10, os produtores estadunidenses haviam colhido 75% da área, contra 68% na média histórica para esse momento. No segundo caso, a América do Sul, e especialmente o Brasil, tem exportado muito milho, inclusive para os EUA, graças a forte desvalorização cambial local. Assim, as vendas líquidas estadunidenses de milho, no ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, somaram apenas 248.000 toneladas na semana encerrada em 15/10, ficando 26% abaixo da média obtida nas quatro semanas anteriores. O principal comprador foi o Japão com 103.500 toneladas.
Essa conjunção de fatores aumenta a disponibilidade interna de milho nos EUA, inibindo os preços. Além disso, com o petróleo a preços ao redor de US$ 40,00 o barril, a produção de etanol pouco se viabiliza, o que leva a um menor uso do milho naquele país.
Nesse contexto, vale destacar que o dólar estaria sobrevalorizado no cenário mundial, travando as vendas externas estadunidenses. Um aumento do juro básico nos EUA tende a atrair mais dólares para o país, provocando uma desvalorização da moeda local, porém, poderá provocar igualmente uma saída de dólares de países como o Brasil, forçando ainda mais a perda de valor da moeda local. Assim, no curto e médio prazo não parece haver razões para altas no mercado internacional do milho. Após, tudo irá depender do comportamento da safra de verão sul-americana e da demanda internacional.
Na Argentina e no Paraguai o preço da tonelada FOB de milho se estabilizou em US$ 165,00 e US$ 107,50 respectivamente.
No Brasil, o câmbio continua sendo o elemento central da movimentação do mercado deste cereal. A grande indefinição quanto ao caminho que o Real irá tomar deixa os compradores e vendedores receosos em aumentar seus negócios na área do milho. Mesmo assim, os preços se mantêm firmes, com a média gaúcha no balcão terminando o mês de outubro em R$ 27,81/saco, enquanto os lotes chegam a R$ 35,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes variam entre R$ 19,00/saco em parte do Nortão do Mato Grosso e R$ 33,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.
No porto de Santos o produto chegou a R$ 37,50/saco, enquanto em Paranaguá ficou em R$ 35,00/saco, para entrega em novembro e pagamento em dezembro. (cf. Safras & Mercado). Nesse contexto, a comercialização do milho privilegia o mercado externo, embora Rio Grande do Sul e Santa Catarina estejam importando o cereal como tradicionalmente o fazem.
Nesse sentido, nos primeiros 16 dias úteis de outubro o Brasil já havia exportado 4,03 milhões de toneladas do cereal, a um preço médio de US$ 165,80/tonelada. Ao câmbio deste final de outubro isso representa R$ 39,00/saco. Obviamente, quanto mais o país exportar mais se manterá o quadro de alta nos preços internos do cereal, especialmente porque se projeta uma safra de verão menor neste ano devido à redução de área semeada e problemas climáticos em algumas regiões. Para novembro, haveria 5,4 milhões de toneladas de produto esperando para embarque.
Quanto ao plantio da nova safra, até o dia 22/10 o Rio Grande do Sul registrava uma área de 64% semeada, contra 56% na média para esta época.
Enfim, a importação no CIF indústrias nacionais, registrou R$ 53,96/saco para o produto dos EUA e R$ 48,83/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Para o mês de novembro o produto argentino ficou em R$ 51,63/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,97/saco para outubro; R$ 36,09 para novembro; R$ 36,02 para dezembro; R$ 36,45 para janeiro; R$ 36,78 para fevereiro; R$ 37,06/saco para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA