Considerando os preços do boi gordo, deflacionados pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), no período de 2002 a 2012, os menores preços ocorreram em maio e os maiores em novembro.
Na média do período, a cotação em maio esteve 3,7% abaixo da média. Veja a figura 1.
Em novembro, as cotações estiveram 4,9% maiores que as médias.
Nos últimos três anos os picos de preços ocorreram neste mês.
Em valores nominais, o pico de preço em 2010 foi de R$114,00/@, à vista.
Em 2011 e 2012, os maiores valores foram de R$106,50/@ e R$98,50/@, respectivamente, à vista e em novembro.
Em outubro ocorreram valores médios menores que em novembro, mas superiores aos demais meses.
Na média, valores 2,9% acima da média anual.
Parte deste comportamento é explicada pela distribuição da precipitação. Veja a figura 2.
A diminuição das chuvas, a partir de abril, afeta a qualidade das pastagens, o que limita a capacidade de retenção do gado, aumenta a oferta e pressiona as cotações.
Após este período começa a entressafra, com menor oferta de animais e maior dependência de suplementação, confinamento ou outras estratégias de engorda. Associado a um consumo maior, isto faz as cotações no segundo semestre, em média, serem maiores que no primeiro. Entre 2002 e 2012 foram 3,3% maiores.
No segundo semestre a oferta de gado confinado é determinante para o mercado.
É uma oferta concentrada cronológica e geograficamente, além de ser componente importante das estratégias de manutenção da oferta dos frigoríficos.
Em dezembro, apesar do maior fluxo de renda na economia, gerado pelas contratações temporárias, pagamento de bônus, etc., a oferta de bovinos de pasto é maior, o que mantém os preços médios menores neste mês.
Considerações finais
Vale ressaltar que esta análise foi feita tendo como base valores médios. Em 2012, por exemplo, devido às chuvas recorrentes, foi possível manter os animais em engorda por mais tempo e o vale de preços ocorreu em agosto.
De toda forma, o comportamento histórico tende a ser um parâmetro razoável para um planejamento financeiro da propriedade. Nem preços máximos, nem mínimos.
As ferramentas de garantia de preços, mercado a termo, mercado futuro e de opções estão disponíveis e devem ser usadas, se o pecuarista julgar o patamar de preços remunerador.
Os efeitos dos negócios a termo nos preços do boi gordo são controversos. Há quem diga que oferta e demanda diminuem na mesma magnitude, o que não afeta os preços.
Por outro lado, com boa parte da escala feita, um frigorífico pode testar o mercado com preços menores, uma vez que a sua necessidade real é relativamente pequena.
Do lado do pecuarista, uma produção com os preços garantidos melhora as noites de sono e permite que o foco seja o manejo e a produção.
Fonte: Scot Consultoria por Hyberville Neto – Matéria original
As considerações apresentadas acima aplicam-se também aos demais mercados, como o milho, soja, café, etc.
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