Um estudo encomendado pelo grupo de trabalho formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Ministério da Agricultura e Embrapa apontou que o cerrado brasileiro tem condições de ampliar a sua produtividade na mesma área agricultável com a utilização das técnicas previstas pelo Projeto Agricultura de Baixo Carbono (ABC). Intitulado “Descrição do contexto regional e setorial da agropecuária no bioma cerrado”, o trabalho foi realizado pela consultora Valéria Fechine e faz parte da etapa de elaboração do projeto, que deverá passar por uma avaliação final do Banco Mundial – que é o agente financeiro do ABC – nos próximos meses.
Segundo o assessor técnico do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Rafael Nascimento da Costa, um dos levantamentos realizados pela consultora, baseado no último censo agropecuário do IBGE, demonstra que os 11 estados que compõem o cerrado (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Distrito Federal, Maranhão, Piauí e Bahia) respondem por 79% da área de pastagens degradas de todo o país. Por outro lado, essas mesmas unidades federativas são responsáveis por 65,5% do PIB agropecuário brasileiro, que em 2012 foi de R$ 171,1 bilhões. “É notório que as ações propostas pelo Projeto ABC podem intensificar os sistemas produtivos no bioma, aliando o uso de tecnologias de agricultura de baixo carbono à alta produtividade dos estados produtores”, ressalta.
A pesquisa contemplou aspectos como o perfil socioeconômico e agropecuário, uso da terra e características do bioma. Foram avaliadas também as áreas de abrangência dos municípios, o valor bruto da produção dos principais produtos agrícolas, número de estabelecimentos agropecuários, área plantada, tamanho dos rebanhos, produção e áreas desmatadas, entre outros pontos específicos.
De acordo com o assessor técnico do DEPPS, Igor Orígenes Moreira Borges, o estudo permitirá que seja realizado um diagnóstico completo do cerrado para que a entidade possa definir o público-alvo, quantas pessoas poderão ser atendidas e aonde deverão ser focadas as ações ao longo do projeto. “Conseguiremos ter uma avaliação clara da capacidade de resposta e de absorver o projeto de cada município”, destaca ele.
Confira o estudo na íntegra através do link:
http://www.senar.org.br/sites/default/files/projetoabc_3.pdf