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Mercado da Soja – 20/Mai/2013

Com a liquidação do mês de maio/13 em Chicago, é o mês de julho que assume a posição de primeiro contrato. A diferença entre um e outro, nesta passagem ocorrida em 15/05 superou a um dólar por bushel para menos. Todavia, o contrato julho fechou a quinta-feira (16) mais fortalecido do que no início do mês, ficando em US$??????/bushel, contra US$ 13,69 em 06/05.

Esse comportamento, ainda firme de Chicago se dá pelas preocupações com o atraso no plantio da safra de verão, devido a um clima mais úmido, embora para a soja isso ainda esteja longe de preocupar, já que o período ideal para o seu plantio nos EUA vai até o dia 15/06, sendo aceitável o limite de 30/06. E todo atraso na semeadura do milho tende a elevar a área com soja, caso o cereal não consiga recuperar espaço até o dia 30/05, final do período ideal de semeadura.

Assim, o mercado segue dividido entre a pressão da demanda de curto prazo, diante de estoques escassos, e uma oferta crescente no médio prazo, diante da expectativa de safra recorde nos EUA. Tanto é verdade que novembro se mantém cotado a US$ 12,09/bushel, com tendência a baixar mais a julgar pelo relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no último dia 10/05. O referido relatório é baixista para a soja, com os seguintes dados:

1) a futura colheita dos EUA está projetada em 92,2 milhões de toneladas, contra 82 milhões na última safra (a colheita ocorre em outubro próximo);

2) os estoques finais nos EUA, para o novo ano 2013/14 mais do que dobram em relação ao volume indicado para o atual ano comercial: 7,2 milhões ante 3,4 milhões de toneladas;

3) a margem de preços aos produtores de soja dos EUA, para 2013/14, cai para valores entre US$ 9,50 e US$ 11,50/bushel, contra a média de US$ 14,30/bushel estimada para 2012/13;

4) a produção mundial de soja no próximo ano comercial chegaria a 285,5 milhões de toneladas ou 6,1% superior a deste ano de 2012/13; 5) os estoques finais mundiais passariam a 75 milhões de toneladas, contra 62,5 milhões no ano anterior;

6) as importações da China ficariam em 69 milhões de toneladas, após 59 milhões em 2012/13 (número já revisado para baixo).

Assim, diante de tal contexto, apenas o clima nos EUA poderá interromper a tendência de baixa que se anuncia à algum tempo para o segundo semestre. Como há atraso no plantio de milho e de soja no momento, a volatilidade impera neste momento em Chicago. Nesse contexto, até o dia 12/05, o plantio de soja naquele país chegava a 6%, contra 24% na média histórica para esta época do ano.

Mas, para esta segunda quinzena de maio as projeções climáticas indicavam tempo seco e temperaturas elevadas, fato que permitiria uma aceleração do plantio. Paralelamente, o esmagamento de soja em abril, nos EUA, ficou em 3,27 milhões de toneladas, contra 3,73 milhões em março. O mercado esperava um esmagamento de 3,4 milhões de toneladas para o mês passado.

Por sua vez, as exportações líquidas dos EUA, em soja, ficaram em 391.700 toneladas na semana encerrada em 02/05. O principal comprador foi a China, com 360.000 toneladas. Já as inspeções estadunidenses de soja alcançaram 91.195 toneladas apenas, acumulando no atual ano comercial, iniciado em setembro, um total de 34,2 milhões de toneladas, contra 30,6 milhões um ano antes. Vale destacar que, contrariando o relatório do USDA, o governo chinês indica importações de 66 milhões de toneladas de soja para 2013/14.

Por outro lado, a Argentina indica uma colheita de 74% de sua área de soja no dia 09/05, contra 78% na mesma época do ano passado. Enfim, os prêmios nos portos brasileiros melhoraram um pouco. Rio Grande fechou a semana no terreno positivo novamente, com valores entre 20 a 30 centavos de dólar por bushel, enquanto nos demais portos nacionais os valores ficaram entre menos 15 e menos 19 centavos por bushel.

Já nos EUA, conseqüência da falta de produto neste momento de entressafra, diante de uma demanda firme devido aos problemas logísticos nos portos brasileiros, o prêmio passou para valores entre US$ 1,07 e US$ 1,55/bushel positivos. Na Argentina, com a entrada maior de safra, o prêmio, em Rosário, recuou para valores entre 5 e 30 centavos positivos. (cf. Safras & Mercado) Nesse contexto, e favorecido por um câmbio que melhorou um pouco, na medida em que um dólar passou a ser negociado a R$ 2,02 em alguns momentos da semana, os preços aos produtores brasileiros subiram um pouco nesta semana.

Além disso, a colheita está encerrada no país e a pressão agora fica por conta do escoamento do produto para os portos e as esmagadoras. Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 54,68/saco, enquanto os lotes oscilaram ao redor de R$ 59,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 47,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 57,00/saco no norte do Paraná.

A soja futura encontrou indicação apenas em Goiás, com preços de US$ 22,00/saco para fevereiro/14. Ao câmbio de hoje isso equivale a R$ 44,44/saco o que, pela tendência externa que se desenha (em safra cheia nos EUA), é um excelente preço. Já na BM&F o contrato julho/13 fechou a semana na média de US$ 30,51/saco enquanto novembro continuou recuando, fechando a US$ 26,57/saco.

No geral, no curto prazo os preços nacionais estabilizaram, havendo a tendência de baixa para o final do ano caso Chicago confirme o comportamento negativo que vem indicando a partir da possibilidade de uma safra cheia nos EUA.

Fonte: CEEMA