O famoso slogan “O Petróleo é nosso”, amplamente defendido por governos e líderes populistas desde a era Vargas (fundação da Petrobrás), não me parece muito sensato nos dias atuais.
Hoje vivemos uma nova era do “PeTróleo é nosso” e a estatal “PeTrobrás” tem prestado um desserviço à população brasileira. Na verdade este desserviço vem de muito tempo, passando por diferentes governos e prevalecendo com força e vigor ainda maior na atualidade.
Pois bem, neste feriado de finados resolvi tomar um pouco do meu tempo livre e apresentar aqui algumas informações (dados), que talvez possam permitir ao leitor tirar algumas conclusões acerca da real necessidade de a Petrobrás manter ou não o monopólio do petróleo, e mesmo de continuar sendo uma empresa estatal.
Em primeiro lugar faço uma pergunta ao nosso leitor: Em 2014 qual era a posição ocupada pelo Brasil no ranking dos preços da Gasolina segundo o Banco Mundial?
A resposta é que ocupávamos a 77ª posição, ou seja, nada menos que 76 nações ao redor do planeta tinham uma gasolina mais barata que a nossa. E entre estes países com gasolina mais barata estão alguns com economias parecidas com a nossa (em desenvolvimento), tais como: Índia, China, Rússia, México, etc. E aqui cabe um detalhe, por lá a Gasolina é de qualidade bem superior e raramente tem misturas que reduzem o rendimento (caso do etanol), o que torna a nossa ainda mais cara devido ao menor rendimento (Km rodado por litro).
O Banco Mundial realiza a cada dois ou três anos uma ampla pesquisa sobre os preços dos combustíveis ao redor do mundo, o que nos permite acesso a dados confiáveis sobre o assunto.
No gráfico abaixo apresentamos o comportamento dos preços (em dólar dos EUA) da Gasolina em três países selecionados: Brasil, EUA e Rússia. Também está apresentado no mesmo gráfico os preços do petróleo (por lito). O período abrange os últimos 23 anos após a abertura econômica, 1992 a 2015.
Se observarmos o gráfico acima, podemos notar que os preços da Gasolina no Brasil (barras azuis) são sempre bem mais elevados do que nos EUA (barras vermelhas) e também em relação à Rússia (barras verdes). Podemos também inferir que esses preços mais caros no Brasil independem do preço do Petróleo, ou seja, são sempre mais elevados que nos demais países selecionados.
Já no gráfico abaixo apresentamos a relação existente entre os preços da gasolina no Brasil e os países selecionados.
No gráfico acima podemos observar que, os preços no Brasil são em média 1,78 vezes os praticados nos EUA, e respectivamente 1,70 vezes os praticados na Rússia. Isso deixa claro que o povo brasileiro vem sendo “assaltado” pela empresa do “Petróleo é nosso”.
O gráfico abaixo nos traz outra análise também interessante, qual seja, a relação existente entre o preço do Petróleo e o da gasolina nos países selecionados.
O gráfico deixa clara a ineficiência da gestão na exploração, refino e comércio do petróleo no Brasil. Isso fica evidente ao observarmos que nos EUA o litro da gasolina custa em média 1,71 vezes o preço do petróleo, enquanto na Rússia custa 1,79 vezes. Mas em nossa terra Tupiniquim este número alcança a absurda média de 3,04 vezes, e em casos extremos alcançando 9,73 vezes.
A reflexão e indagação que deixo aos nossos leitores são as seguintes: Precisamos manter o monopólio do Petróleo nas mãos da Petrobrás, e mais, precisamos de uma estatal de petróleo?
Afinal, os combustíveis são um componente importante dentro do processo produtivo de qualquer economia, e os preços que nos são impostos pela Petrobrás certamente reduzem substancialmente nossa competitividade frente à outras economias, onde os combustíveis possuem preços bem mais acessíveis.
Por: Marsio Antônio Ribeiro