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O que vai mudar (e o que não vai mudar) com o plano de armazenagem ?

Na semana passada, o governo anunciou seu Plano Safra para gerar mais capacidade para armazenar grãos no país – uma medida de R$ 136 bilhões. No plano, aproximadamente R$ 45 bilhões serão usados em créditos para compra de silos e outras formas de armazenagem, com taxas de juros de 3,5% ao ano.

A Conab diz que o Brasil terá uma colheita de 190 milhões de toneladas de grãos em 2014. Entidades corporativas locais têm reclamado que, se nada for feito, a soja será armazenada sem cobertura. Muitos produtores no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul já tiveram que improvisar no primeiro semestre do ano usando silo bags para armazenar soja e milho.

João Carlos Kopp, consultor da JC Kopp, contou ao AgroSouth News em entrevista exclusiva que o impacto da medida no mercado não será significativa em preços, ao menos no curto prazo. “Temos que considerar que a soja é vendida antes de Dezembro. Isso não vai impactar o mercado”, explicou.

A FAO recomenda que a capacidade de armazenagem seja 20% acima da produção total de grãos – como os Estados Unidos. No Brasil, somente 78% da capacidade de produção de grãos pode ser armazenada em silos e armazéns.

Kopp acredita que a iniciativa deve ser bem-vinda, por conta da baixa taxa de juros. No entanto, ele pensa que o governo brasileiro deveria garantir preços mínimos para produtores. “O governo ainda pode usar mecanismos de comercialização e trazer mais opções para recompor os estoques, que estão baixos. Não precisamos de mais medidas paliativas”, disse.

José Augusto de Castro, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, disse ao Jornal Nacional, da TV Globo, que a maioria dos produtores brasileiros não conseguem aproveitar os melhores preços internacionais por conta da falta de armazenagem.

Veja a matéria original: http://www.agrosouth-news.com/?p=148