A quarta estimativa da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) indica produção da ordem de 185,0 milhões de toneladas, superior em 14,2% à obtida em 2012 (161,9 milhões de toneladas) e 2,0% maior que a estimativa de março (181,3 milhões de toneladas).
A área a ser colhida em 2013, de 52,8 milhões de hectares, cresce 8,2% frente a 2012 (48,8 milhões de hectares) e 0,3% (mais 143.306 hectares) em relação ao mês anterior.
As três principais culturas (arroz, milho e soja) – que, somadas, representam 92,4% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas – respondem por 86,1% da área a ser colhida. Em relação a 2012, os acréscimos de área são de 0,9% para o arroz, 9,1% para o milho e 10,6% para a soja. A produção cresce 5,1% para o arroz, 9,1% para o milho e 23,3% para a soja, comparados a 2012.
Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Região Sul, 73,3 milhões de toneladas (t); Centro-Oeste, 74,5 milhões de toneladas; Sudeste, 19,5 milhões t; Nordeste, 13,1 milhões t e Norte, 4,5 milhões t. Comparando à safra passada, há incrementos de 1,2% na Sudeste, 5,2% na Centro-Oeste, 32,8% na Sul e 10,4% na Nordeste. Na Região Norte houve decréscimo de 4,0%. Observa-se, na figura a seguir, que o Mato Grosso, nessa quarta avaliação para 2013, lidera como maior produtor nacional de grãos, com participação de 23,2%, seguido pelo Paraná (20,8%) e Rio Grande do Sul (15,4%). Os três estados, somados, representam 59,4% do total nacional.
Estimativa de abril/2013 em relação à produção obtida em 2012
Dentre os 26 produtos selecionados, 18 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação a 2012: amendoim em casca 1ª safra (6,0%), arroz em casca (5,1%), aveia em grão (8,0%), batata-inglesa 1ª safra (5,5%), batata-inglesa 2ª safra (1,5%), café em grão (canephora) (3,6%), cana-de-açúcar (10,4%), cevada em grão (29,7%), feijão em grão 1ª safra (15,1%), feijão em grão 2ª safra (14,7%), feijão em grão 3ª safra (0,4%), mandioca (0,7%), milho em grão 1ª safra (6,9%), milho em grão 2ª safra (11,1%), soja em grão (23,3%), sorgo em grão (1,5%), trigo em grão (24,6%) e triticale em grão (17,2%). Com variação negativa, há oito produtos: algodão herbáceo em caroço (30,3%), amendoim em casca 2ª safra (11,1%), batata-inglesa 3ª safra (15,6%), cacau em amêndoa (0,8%), café em grão (arábica) (4,2%), cebola (10,3%), laranja (14,1%) e mamona em baga (9,3%).
Destaques na estimativa de abril em relação a março/2013
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de março, de seis produtos: café arábica (1,8%), feijão 1ª safra] (-7,0%), feijão 2ª safra (3,0%), milho 2ª safra (7,3%), sorgo (7,0%) e trigo (11,1%).
CAFÉ TOTAL (em grão) – As informações de abril apresentam acréscimo de 1,5% na produção esperada e 1,5% no rendimento médio. A safra nacional é estimada em 2.992.429 t (49,9 milhões de sacas). A variação na produção do café canéfora é de +0,6% e no arábica, de +1,8%.
CAFÉ ARÁBICA (em grão) – A produção nacional do arábica, em abril, é estimada em 2.207.358 t, o que equivale a 36,8 milhões de sacas de 60 kg, e acréscimo de 1,8% em relação a março. O rendimento médio também apresenta aumento (1,9%), assim como a área plantada total (0,1%).
A área destinada à colheita, no Brasil, decresceu 0,1%, devido à reavaliação negativa da variável em Minas Gerais (-0,2%). O estado, maior produtor nacional, deve produzir, em 2013, 1.492.902 t (24,9 milhões de sacas). O rendimento médio apresenta-se 2,4% maior, em relação a março.
FEIJÃO (em grão) total – A estimativa da produção nacional, considerando as três safras do produto, é de 3.171.860 t, 2,1% menor que a informada em março. A Região Nordeste é a responsável pela avaliação negativa, em relação ao levantamento anterior. Somente a 2ª safra apresenta crescimento (3,0%) na variação mensal das estimativas de produção. A participação para a produção total de feijão, em abril, é a seguinte: 1ª safra, 44,2% da produção nacional, 2ª safra, 40,4% e 3ª safra, 15,4%.
FEIJÃO (em grão) 1ª safra – Para o feijão 1ª safra, é estimada uma produção de 1.402.166 t, menor 7,0% em relação ao terceiro levantamento. O Nordeste, muito afetado pela estiagem, apresenta reduções significativas em Pernambuco (-18,9%) e Ceará (-38,1%). No Sudeste, Minas Gerais é o destaque negativo (-1,5%).
FEIJÃO (em grão) 2ª safra – Para o feijão 2ª safra, a estimativa de produção é de 1.282.813 t, 3,0% a mais frente a março, o que se deve, principalmente, à alteração nos números de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em Minas Gerais, as investigações de campo indicam uma área plantada de 141.209 hectares (ha) e produção de 200.769 t do produto, estimativas maiores que as do mês anterior, em 5,4% e 8,3%, respectivamente. O Paraná tem aumento de 4,6% na área plantada e de 4,4% na expectativa de produção. Mato Grosso do Sul, apesar da redução de 12,6% na área plantada, mostra elevação de 9,0% na estimativa de produção, reflexo do aumento de 24,7% na expectativa do rendimento médio.
MILHO TOTAL (em grão) – A estimativa da produção total de milho em grão é de 77.806.356 t, 3,9% maior que a expectativa do mês anterior, mantendo-se como safra recorde. A área plantada traz aumento de 1,4%. Do volume de produção esperada, 35,5 milhões (45,6%) são de milho 1ª safra e 42,3 milhões (54,4%), de milho 2ª safra (com os bons preços no mercado, os produtores investiram nesta safra).
MILHO 2ª SAFRA (em grão) – A estimativa de produção do milho 2ª safra, em abril, é de 42.316.192 t, 7,3% a mais sobre março. A área plantada e a ser colhida cresceu 3,4% e o rendimento médio esperado aumentou 3,9% (boas condições de clima e alta tecnologia favorecem as lavouras). O Paraná, que espera produzir 27,3% do total nacional, informa ligeiro aumento em sua previsão de colheita. Na Região Centro Oeste, verifica-se aumento médio de 11,3% na produção, cabendo destacar o aumento na produção do Mato Grosso do Sul (54,2%) e o rendimento médio, no Distrito Federal, de 8.000 Kg/ha. Outro fator que explica o acréscimo da área do milho 2ª safra em Mato Grosso do Sul é a boa safra da soja (ocorrida dentro do prazo normal, dando uma ótima “janela de plantio” para o milho). Estima-se que cerca de 88,0% da área de milho 2ª safra tenha sido semeado dentro do período de zoneamento neste estado, percentual bem mais elevado em comparação a anos anteriores.
SORGO (em grão) – A estimativa de produção do sorgo, em abril, é de 2.068.705 t, num crescimento de 7,0% em relação a março. A estimativa de área plantada e a ser colhida aponta crescimento de 5,0%, enquanto o rendimento médio avança 1,9%. O aumento da estimativa de produção deve-se a Goiás (maior produtor do cereal e responsável por 45,1% do total nacional), que confirmou aumento de 20,3% em relação a março, com expansão de 18,5% nas áreas plantada e colhida e de 1,5% no rendimento esperado. O preço do sorgo foi beneficiado pelo aumento do preço do milho, que normalmente acompanha, por ser utilizado também na elaboração de rações.
TRIGO (em grão) – A primeira estimativa para a safra 2013 foi de 5.456.324 toneladas, numa área de 2.003.280 ha e um rendimento médio esperado de 2.724 kg/ha, maiores respectivamente em 24,6%, 4,3% e 17,6%, quando comparados aos dados da safra anterior. A Região Sul, maior produtora, responsável por 95,0% da produção nacional, aguarda uma produção de 5.183.954 t, maior 26,3% que a obtida na safra anterior. O preço do produto foi um dos maiores estímulos para as estimativas positivas da safra atual na região. O Estado do Paraná, maior produtor nacional (47,0%), estima produção de 2.566.704 toneladas, em uma área de 855.035 ha, e rendimento médio de 3.002 kg/ha, maiores respectivamente em 22,3%, 10,1 % e 11,1% que os resultados da safra anterior. Até o final de abril houve o plantio de 15,0% da área prevista. As lavouras implantadas apresentam um bom aspecto.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
IBGE – Comunicação Social – 09 de maio de 2013.