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Análise Semanal do Mercado de Soja – 14/Ago/2015
As cotações da soja em Chicago viveram dois momentos distintos nesta semana. Entre os dias 07 e 10 de agosto as mesmas subiram fortemente, com o bushel fechando o dia 10/08 em US$ 10,44 para o primeiro mês cotado (agosto). Isso se deveu à forte especulação em torno da possível redução de safra nos EUA e dos estoques finais para 2015/16, a ser anunciado no relatório do USDA do dia 12. A partir do dia 11/08 o mercado começou a corrigir o movimento, despencando posteriormente (no dia 12 quase houve limite de baixa), pois o relatório não confirmou redução de safra e sim aumentou os volumes de safra e estoques finais, derrubando os prognósticos pessimistas quanto aos problemas climáticos nos EUA. Afinal, tem chovido bem nas regiões de produção estadunidenses. Assim, o fechamento desta quinta-feira (13) ficou em US$ 9,36/bushel para setembro, mês que está assumindo a primeira posição em Chicago, e US$ 9,27/bushel para novembro (na véspera novembro chegou a US$ 9,10). Ou seja, o mercado voltou às mínimas dos últimos meses.
O relatório do USDA apontou que a atual safra dos EUA irá render 106,6 milhões de toneladas (o mercado esperava um volume de 101,2 milhões de toneladas), com estoques finais subindo para 12,8 milhões de toneladas (o mercado apostava em estoques de apenas 8,3 milhões) na projeção para 2015/16. A produtividade média igualmente foi aumentada, passando para 3.153 quilos/hectare. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses, para esse novo ano comercial, foi reduzido para valores entre US$ 8,40 e US$ 9,90/bushel.
Em termos mundiais, o relatório indicou uma safra global de 320 milhões de toneladas e estoques finais mundiais em redução para 86,88 milhões de toneladas, após 91,8 milhões em julho. Mesmo assim, são estoques mais elevados do que os 80,6 milhões registrados no ano anterior. A produção brasileira está projetada em 97 milhões de toneladas e argentina em 57 milhões. As importações chinesas foram elevadas para 79 milhões de toneladas.
Essa produção estadunidense já era previsível na medida em que o relatório de condições das lavouras até o dia 09/08 manteve as mesmas em 63% entre boas a excelentes, 26% regulares e 11% entre ruins a muito ruins.
Outro fator que ajudou na derrubada das cotações foi a desvalorização da moeda chinesa (Yuan), em 2%, realizada pelo Banco Central da China. Isso significa que as importações chinesas ficarão mais caras em moeda nacional. Esse fato confirmou a firmeza do dólar no cenário internacional, fato que tira competitividade do produto dos EUA na exportação, forçando uma baixa em seus preços na origem (Bolsa de Chicago para o caso da soja e derivados).
Além disso, no sul dos EUA a colheita de soja iniciou (região pouco significativa), com produtividade média acima do esperado.
Paralelamente, as exportações líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano 2014/15, iniciado em 1º de setembro/14, atingiram a 447.300 toneladas na semana encerrada em 30/07. Para o ano 2015/16 o volume alcançou 1,02 milhão de toneladas.
Pelo lado da demanda, a China informou que importou 9,5 milhões de toneladas de soja em grão em julho, com aumento de 27% sobre o mesmo mês de 2014. Em junho as importações chegaram a 8,09 milhões de toneladas. Nos sete primeiros meses de 2015 as compras externas de soja em grão, por parte da China, somam 44,7 milhões de toneladas. Isso representa um ganho de 7,1% sobre igual período do ano passado. (cf. Safras & Mercado)
No mercado brasileiro, o forte recuo em Chicago e um Real um pouco mais valorizado (R$ 3,47, após ter alcançado até R$ 3,57 em alguns momentos da semana anterior), seguraram os preços da soja e tendem a provocar um recuo médio na próxima semana. O balcão gaúcho fechou esta semana em R$ 68,72/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 73,00 e R$ 73,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 57,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 70,00/saco no norte e centro do Paraná.
Em termos de preços futuros, os mesmos recuaram um pouco, porém, ainda se mantêm interessantes a julgar pela tendência baixista que se desenha para o futuro, em caso de safra normal.
O interior gaúcho, para maio, indicou R$ 71,00/saco FOB na compra, enquanto o porto de Rio Grande registrou R$ 77,00/saco para o mesmo período. Já Paranaguá indicou valor de R$ 75,00/saco para março/abril. No Mato Grosso a região de Rondonópolis ficou em R$ 64,00/saco para maio, enquanto Dourados (MS) registrou R$ 62,00/saco para março. Em Goiás, a região de Rio Verde apontou R$ 65,00/saco para fevereiro/março, e a região de Brasília ficou em R$ 63,50/saco para abril. Em Uberlândia (MG), para abril, a compra ficou em R$ 63,00/saco. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os valores respectivos ficaram em R$ 67,00 para junho; R$ 62,00/saco para abril/maio; R$ 63,00 igualmente para abril/maio e R$ 61,00/saco para a mesma época. (Safras & Mercado)
Enfim, na BM&F o contrato setembro fechou a semana em US$ 20,25/saco e novembro em R$ 20,06/saco.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado do Milho – 14/Ago/2015
As cotações do cereal em Chicago acompanharam o movimento da soja, embora em menor intensidade. Após subirem até US$ 3,90/bushel no dia 10/08, antecipando um relatório do USDA com cortes na produção e nos estoques finais para a safra estadunidense de 2015/16, o bushel recuou, fechando o dia 13/08 em US$ 3,63, após US$ 3,57 na véspera.
O relatório igualmente surpreendeu o mercado, pois elevou a produção de milho nos EUA para 347,6 milhões de toneladas (o mercado esperava 348,4 milhões) e os estoques finais para 43,5 milhões (o mercado esperava 36,3 milhões), ambos com um ganho ao redor de 4 e 3 milhões de toneladas respectivamente, em relação ao relatório de julho. Com isso, o patamar de preços médios aos produtores estadunidenses recuou para valores entre US$ 3,35 e US$ 3,95/bushel para o novo ano comercial. Em termos mundiais o relatório reduziu um pouco a safra global, trazendo a mesma para 985,6 milhões de toneladas (menos 1,5 milhão sobre julho), porém elevou os estoques finais para 195,1 milhões de toneladas (mais cinco milhões de toneladas sobre julho).
Na prática, o clima continuou positivo para as lavouras de milho, com as condições das mesmas nos EUA permanecendo em 70% entre boas a excelentes, com 96% em polinização e 50% granando. Ou seja, não havia motivos para as altas em Chicago pré-relatório, a não ser a especulação em si mesmo. Além disso, os embarques de milho por parte dos EUA, na semana anterior, foram ruins, com apenas 277.000 toneladas de produto da safra nova. A forte desvalorização do câmbio no Brasil estaria prejudicando as vendas por parte dos EUA, pois deixa o produto brasileiro mais competitivo no exterior.
Para completar o quadro, veio a desvalorização da moeda chinesa durante a semana, o que coloca em xeque vendas maiores para aquele país.
Na Argentina e no Paraguai, diante da queda das cotações em Chicago, a tonelada de milho FOB recuou novamente, fechando a semana respectivamente em US$ 153,00 e US$ 102,50.
Aqui no Brasil, os preços se estabilizaram na esteira de Chicago e da acomodação cambial, após mais uma agência internacional de risco (Moody´s) reduzir a nota brasileira, porém, manteve ainda o grau de investimento (no limite), seguindo a Standard & Poor´s. Isso acalmou um pouco o mercado cambial. Assim, o balcão gaúcho fechou na média de R$ 23,55/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 27,50 e R$ 28,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,00/saco nas regiões catarinenses de Concórdia, Videira e Campos Novos.
Com a forte desvalorização do Real, mesmo em plena colheita da safrinha, os preços internos não cedem muito, pois os produtores evitam vender esperando preços ainda melhores. Isso elevou os preços nos portos e na base Campinas (SP) no início da semana.
Todavia, o recuo de Chicago e a estabilização do câmbio em níveis um pouco mais baixos, derrubaram a estratégia e forçaram um relativo recuo nos preços no final desta semana. O sentimento agora é de que o câmbio teria perdido força após o anúncio da Moody´s, e que o mercado externo dificilmente vai se valorizar na medida em que a colheita nos EUA se aproxima.
O que salvou um pouco o processo no final da semana foi a constatação de que o Brasil exportou 474.500 toneladas de milho na primeira semana de agosto, mantendo a expectativa de vendas em até 3 milhões de toneladas no mês.
Com o recuo em Chicago, os preços nos portos recuaram fortemente. Santos, que trabalhava com R$ 33,00/saco, fechou a semana em R$ 30,50. Campinas (SP) deverá cair abaixo de R$ 27,00 na próxima semana. Esse efeito baixista deverá atingir o mercado interno em geral, pressionado que está pela colheita da safrinha recorde.
Enfim, a semana terminou com a importação no CIF indústrias brasileiras valendo R$ 45,40/saco para o produto dos EUA e R$ 41,78 para o produto da Argentina, ambos para agosto. Já para setembro o produto argentino ficou em R$ 43,87/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 29,02/saco para agosto; R$ 28,94 para setembro; R$ 29,00/saco para outubro; R$ 29,20 para novembro; R$ 29,45 para dezembro; R$ 30,39 para janeiro; e R$ 30,65/saco para fevereiro.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 14/Ago/2015
As cotações do trigo em Chicago também recuaram fortemente no final da semana em função do relatório do USDA do dia 12/08. Após atingirem a US$ 5,25/bushel no dia 10/08, o primeiro mês cotado recuou para US$ 5,03/bushel no fechamento desta quinta-feira (13), após US$ 4,92 na véspera.
O relatório do USDA manteve uma safra estadunidense em 58,1 milhões de toneladas, com leve recuo de 300.000 toneladas em relação a julho, porém, aumentou os estoques finais dos EUA, em 2015/16, para 23,1 milhões. Assim, a média de preços aos seus produtores, nesse novo ano comercial, ficou entre US$ 4,65 e US$ 5,55/bushel. Na esfera mundial, a produção total subiu para 726,6 milhões de toneladas, ganhando quase 5 milhões sobre julho, enquanto os estoques finais 2015/16 somam 221,5 milhões de toneladas.
Com isso, as cotações, que vinham sustentadas pelas vendas líquidas (na semana encerrada em 30/07 as mesmas somaram 838.500 toneladas para o ano comercial 2015/16, ficando 82% acima da média das quatro semanas anteriores, enquanto o mercado projetava um volume entre 400.000 e 600.000 toneladas), acabaram cedendo diante dos números do relatório.
Por sua vez, as inspeções de exportação estadunidenses somaram 365.986 toneladas na semana encerrada em 06/08. No acumulado do atual ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, o volume soma 3,5 milhões de toneladas, contra 4,6 milhões um ano antes.
Outro fator que atrapalhou o mercado foi o anúncio de que a Índia irá aplicar uma tarifa de importação de 10% sobre o trigo a fim de proteger a produção local. A mesma deverá durar até 31/03/2016.
Paralelamente, o USDA indicou que até o dia 09/08 a colheita do trigo de inverno nos EUA atingia a 97% da área, superando a média histórica para esta época do ano, que é de 90%. Já a colheita do trigo de primavera chegava a 28% da área, contra 20% da média histórica.
Os preços da tonelada FOB nos países do Mercosul, visando exportação, não se alteraram, ficando entre US$ 190,00 e US$ 248,00 dependendo do país.
No mercado interno brasileiro, os preços melhoraram um pouco mais, porém, estão longe de satisfazerem os produtores. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 28,91/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 600,00/tonelada ou R$ 36,00/saco. Já no Paraná os lotes permaneceram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
Nota-se que o mercado nacional do trigo registra maior movimento, com os moinhos procurando comprar mais, embora os preços não se alterem. Isso em função do encarecimento do preço internacional devido a forte desvalorização do Real.
Entretanto, é preciso considerar que a safra brasileira, através do Paraná, deverá se iniciar ainda neste mês. A maior oferta local deverá segurar os preços e até forçar uma baixa, embora haja fortes dúvidas quanto ao volume final e, especialmente, à qualidade do produto que será colhido devido às intempéries deste ano. É bom lembrar que há projeções de fortes chuvas a partir do dia 20/08 no sul do país (na Argentina já se registram inundações e estragos devido à chuva nesse momento), o que pode prejudicar ainda mais as lavouras de trigo, especialmente as gaúchas.
Dito isso, o Brasil fechou o seu ano comercial 2014/15 em 31/07 passado. O resultado final foi uma importação total de 5,3 milhões de toneladas, ou seja, 1,3 milhão a menos do que o registrado no ano anterior. A principal origem do trigo importado continuou sendo a Argentina, com 2,8 milhões de toneladas, seguida dos EUA com 1,4 milhão. No ano anterior as compras dos EUA tinham sido de 3,9 milhões de toneladas e as procedentes da Argentina de apenas 1,25 milhão. Isso devido a forte frustração de safra havida na Argentina naquela oportunidade.
No momento, e diante da expectativa de uma safra que poderá ser menor do que o esperado, além de uma qualidade parcialmente comprometida, espera-se uma recuperação maior dos preços do trigo na virada do ano. Afinal, importar o produto continua bastante caro, mesmo com o recuo do preço internacional após o relatório do USDA do dia 12/08. De fato, enquanto o câmbio brasileiro ficar nos atuais níveis (R$ 3,47) será difícil que não haja valorização do produto nacional de qualidade superior após a colheita.
Fonte: CEEMA
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Análise Semanal do Mercado de Soja – 07/Ago/2015
As cotações da soja em Chicago oscilaram bastante durante esta semana, apresentando particularmente um viés de baixa. Embora o fechamento para o primeiro mês (ainda agosto), nesta quinta-feira (06) tenha ficado em US$ 9,85/bushel, o que passa a contar mesmo para a formação do preço no Brasil é o mês seguinte (setembro), o qual fechou em US$ 9,56, ou seja, nitidamente mais baixo. Além disso, novembro, que reflete a colheita nos EUA, ficou ainda mais baixo, registrando, neste dia 06/08, o valor de US$ 9,43/bushel. A média de julho, para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 10,13/bushel, após US$ 9,64 em junho. Ou seja, após as altas de julho, as cotações voltaram aos níveis de junho nestes primeiros dias de agosto.
O contexto geral é o mesmo! Diante de uma safra que se apresenta, até o momento, cheia (105,8 milhões de toneladas), o mercado especula no clima e no volume exportado pelos EUA. Além disso, aguarda com atenção o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este próximo dia 12/08. O mesmo deverá definir melhor o volume de produção e os estoques finais estadunidenses e mundiais para 2015/16.
Nesse sentido, as exportações líquidas dos EUA, em soja, na semana encerrada em 23/07, foram muito boas para o ano 2014/15, registrando 416.700 toneladas, sendo que a China teria comprado 300.000 toneladas deste total. Já para a safra 2015/16 o volume vendido no total ficou em 899.100 toneladas na semana citada. Enquanto isso, as inspeções de exportação estadunidenses de soja, na semana encerrada em 30/07, chegaram a 148.498 toneladas. Com isso, o acumulado do ano comercial 2014/15, iniciado em 1º de setembro de 2014, chega a 48,8 milhões de toneladas, contra 43,1 milhões um ano antes.
Por sua vez, o anúncio de cancelamento de uma compra de 200.000 toneladas por parte da China, esfriou em parte o ânimo do mercado externo durante a semana. Como sabemos, a China passa por um forte ajuste em sua economia, com o crescimento diminuindo bastante na tendência para 2015. Além disso, a crise financeira que se faz presente no país atinge a capacidade de consumo da população local.
No geral, apesar destes aspectos, o viés continua baixista em Chicago já que o clima permanece positivo, apesar de um calor mais intenso neste mês de agosto. Tanto é verdade que as condições das lavouras estadunidenses melhoraram nesta última semana. Até o dia 02/08 as mesmas apresentavam 63% entre boas a excelentes (62% uma semana antes); 26% regulares e 11% entre ruins a muito ruins.
Em relação ao próximo relatório de oferta e demanda, a empresa privada de consultoria Informa Economics projeta agora um volume final de 103,1 milhões de toneladas, ficando abaixo de sua estimativa anterior e abaixo do que o USDA indicou em julho. Ao mesmo tempo, a FC Stone projeta uma safra de 103,3 milhões de toneladas.
Aqui no Brasil, os preços da soja continuaram subindo em razão do câmbio. A forte desvalorização do Real, que jogou nossa moeda a R$ 3,47 em alguns momentos desta semana, sustenta o preço da soja, por enquanto, porém, pressiona para cima os custos de produção. Assim, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 66,25/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 74,50 e R$ 75,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 61,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 72,50/saco no norte e centro do Paraná.
Na prática, os preços nacionais estão dependendo do câmbio, já que Chicago se mantém em níveis normais, por enquanto. O sentimento é que tal câmbio, em a situação política e econômica no Brasil se ajustando, o mínimo que seja, venha a ceder até o final do ano, devendo se estabilizar em torno de R$ 3,35 a R$ 3,40. Claro que isso dependerá de como o ajuste fiscal avançará no país, pois se viermos a perder o grau de investimento a tendência é de nova desvalorização cambial.
Nesse contexto, o sentimento quanto aos preços futuros não se alterou. Os mesmos, em nosso entender, continuam muito bons se levarmos em conta que o quadro, em caso de safra normal, tende a ser baixista na época de nossa colheita.
Nesse momento, o FOB interior gaúcho, para maio, está em R$ 74,00/saco. No Paraná, o porto de Paranaguá registra, para março/abril um valor de R$ 77,00/saco, enquanto a região de Rondonópolis (MT) trabalha com R$ 65,00/saco. Já no Mato Grosso do Sul, Dourados apontou um valor de R$ 66,00/saco para fevereiro/março, enquanto Rio Verde (GO) ficou em R$ 67,50. A região de Brasília, para abril, apontou R$ 66,50/saco na compra, enquanto Uberlândia (MG), para fevereiro, esteve em R$ 66,00/saco. Enfim, para maio/16, Barreiras (BA) indicou R$ 68,50/saco; Balsas (MA) ficou em R$ 65,50/saco; Uruçuí (PI) registrou R$ 66,50/saco e Pedro Afonso (TO) ficou em R$ 64,50/saco. (cf. Safras & Mercado) Todas as praças seguiram o movimento altista ocorrido no disponível devido ao câmbio.
Enfim, na BM&F o contrato setembro/15 fechou em US$ 21,22/saco, enquanto o novembro/15 ficou em US$ 21,02/saco.
A título de informação, a ABIOVE reviu para cima a estimativa de safra de soja brasileira em 2014/15, com a mesma ficando em 94,4 milhões de toneladas. Desde total, 50,3 milhões de toneladas serão exportadas e 40,1 milhões esmagadas. Deste total triturado, a produção de farelo será de 30,4 milhões de toneladas, sendo que 15,1 milhões serão consumidos no mercado interno e 15,2 milhões exportados. Por sua vez, a produção de óleo de soja alcançará 7,95 milhões de toneladas, com 6,6 milhões se direcionando ao consumo interno e 1,3 milhão de toneladas exportadas.
Em termos de exportação, o Brasil vendeu 32,2 milhões de toneladas de grãos de soja no primeiro semestre de 2015, o que representou 1% de aumento sobre igual período do ano anterior. Todavia, em valor, refletindo a forte queda nos preços internacionais na oleaginosa, as vendas somaram US$ 12,5 bilhões nos primeiros seis meses do corrente ano, ficando 22% abaixo do valor obtido com as vendas externas no mesmo período do ano anterior. No farelo de soja, em volume as vendas atingiram a 7,3 milhões de toneladas no período considerado (+12%), enquanto a receita ficou em US$ 2,97 bilhões (-15%). Enfim, com o óleo de soja as vendas físicas atingiram a 679.000 toneladas (+5%), enquanto a receita ficou em US$ 495,1 milhões (-14%). (cf. ABIOVE)
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Milho – 07/Ago/2015
As cotações do milho em Chicago ficaram praticamente estáveis nesta semana, fechando a quinta-feira (06) em US$ 3,69/bushel. A média de julho ficou em US$ 4,06/bushel, contra US$ 3,64 em junho.
Pelo lado das exportações, as mesmas continuaram fracas nos EUA, fechando duas semanas atrás em 364.900 toneladas para 2014/15 e 443.300 toneladas para a safra 2015/16, enquanto na semana passada as mesmas ficaram em 920.000 toneladas para o corrente ano comercial.
O clima é normal, com alguma preocupação com o aumento das temperaturas neste início de agosto. Mas, por enquanto, sem alterar o rumo do mercado. A atenção do mesmo se volta para o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o próximo dia 12/08.
Houve igualmente boatos de que os EUA teriam adquirido 500.000 toneladas de milho brasileiro, para embarques em agosto e setembro, o que acomodou as pressões altistas locais. Além disso, o novo recuo do petróleo, ficando o barril abaixo de US$ 50,00, reduziu o interesse pelo etanol de milho naquele país, pressionando os preços do cereal para baixo. (cf. Safras & Mercado)
No mercado internacional ainda, a maior presença do Brasil, da Argentina e da Ucrânia reduzem a demanda pelo cereal dos EUA, segurando os preços locais em níveis mais baixos. Vale ainda lembrar que faltam cerca de 30 dias para a nova safra estadunidense de milho começar a ser colhida.
Nesse sentido, por enquanto as condições das lavouras continuam muito boas, com 70% entre boas a excelentes, ganhando um ponto percentual em relação a semana anterior. Isso estaria indicando uma produtividade final bem melhor do que alguns analistas estão apontando. Por enquanto, a expectativa é de uma média entre 10.360 a 10.674 quilos/hectare. A grande dúvida que existe é sobre o tamanho da área a ser efetivamente colhida a partir dos excessos de chuvas ocorridos no momento do plantio.
Enquanto esperam o relatório oficial, as empresas privadas de consultoria apontaram suas projeções. A Bloomberg indicou uma safra de 337,9 milhões de toneladas, reduzindo em 1,48% o volume em relação ao anúncio de julho.
Na Argentina, a tonelada FOB subiu um pouco em relação à semana anterior, ficando em US$ 160,00, enquanto no Paraguai a mesma voltou a recuar, fechando esta primeira semana de agosto em US$ 101,00.
Aqui no Brasil, apesar da boa nomeação de navios, a demanda ainda está reduzida para esta época do ano. Ao mesmo tempo, a colheita da safrinha avança e pressiona os preços locais. O clima está propício para o desenvolvimento da mesma.
O balcão gaúcho fechou na média de R$ 23,13/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 27,50 e R$ 28,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 15,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 28,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Campos Novos e Concórdia.
O principal elemento que altera o rumo normal do mercado é o câmbio. O Real já está “sobre-desvalorizado” o que deveria ajudar em exportações maiores, porém, ainda não se nota isso.
Tanto é verdade que as vendas em julho ficaram em 1,28 milhão de toneladas, havendo uma expectativa, para agosto, de exportações entre 3 a 3,2 milhões de toneladas. As nomeações de navios chegam a 4,8 milhões para o corrente mês. (Cf. Safras & Mercado)
A curiosidade no mercado nacional é que, apesar do câmbio, os preços nos portos brasileiros não tiveram altas proporcionais à desvalorização do Real. Assim, segundo ainda Safras & Mercado, foi melhor vender porto ao câmbio de R$ 3,10/dólar (valores de R$ 32,00 a R$ 33,00/saco no porto) do que a R$ 3,45/dólar, quando o porto paga R$ 30,50/saco.
Além disso, há um grande risco em jogo. Como o câmbio já está “sobre-desvalorizado”, um retorno do mesmo a patamares normais (R$ 3,00 a R$ 3,10 pela paridade de poder de compra), teremos uma forte queda nos preços do milho nas vendas futuras, pressionando os valores praticados no mercado interno diante de uma colheita recorde da safrinha. Nesse contexto, para que os preços não venham a cair muito será preciso que o Brasil exporte muito milho entre novembro e janeiro (últimos três meses do atual ano comercial). Por enquanto, os indicativos não apontam para tal realidade.
Mas, pelo lado dos produtores de milho, as vendas diminuem na expectativa de um Real ainda mais desvalorizado e de preços locais, portanto, melhores. Isso freia em parte a oferta local em certas regiões, mesmo em plena colheita da safrinha.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 47,21/saco para o produto dos EUA e R$ 43,27/saco para o produto da Argentina, ambos em agosto. Já o produto argentino para setembro ficou em R$ 45,99/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, atingiu a R$ 29,34/saco para agosto; R$ 29,60 para setembro; R$ 30,63 para outubro; R$ 30,88 para novembro; R$ 31,11 para dezembro; R$ 32,08 para janeiro; e R$ 32,33/saco para fevereiro. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 07/Ago/2015
As cotações do trigo em Chicago permaneceram abaixo dos US$ 5,00/bushel em boa parte da semana, cotação que não era vista desde o início de junho. Posteriormente, houve uma pequena reação, com o fechamento desta quinta-feira (06) ficando em US$ 5,07/bushel. A média de julho alcançou a US$ 5,47/bushel, após US$ 5,19 em junho.
As boas exportações de trigo por parte dos EUA impediu que as cotações recuassem mais, porém, a volta de um dólar mais firme indica dificuldades futuras na competitividade exportadora do cereal.
As vendas líquidas do cereal estadunidense, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, atingiram a 699.400 toneladas na semana encerrada em 23/07. Esse volume foi 86% superior à média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação de trigo somaram 298.048 toneladas na semana encerrada em 30/07. No acumulado do ano comercial 2015/16 o somatório indica 3,12 milhões de toneladas, contra 4,04 milhões em igual momento do ano anterior.
Contrabalançou esse processo altista o fato de que o clima foi favorável às lavouras de trigo de primavera nos EUA, indicando uma safra muito boa. Além disso, os fundos venderam posições, pressionando o mercado local.
Quanto à qualidade das lavouras estadunidenses, até o dia 02/08 a colheita do trigo de primavera atingia a 8%, contra a média histórica de 11%. As condições das lavouras estavam em 70% entre boas a excelentes, 23% regulares e 7% ruins a muito ruins. Quanto ao trigo de inverno, a colheita chegava a 93% da área, superando a média histórica que é de 85% nessa época do ano.
Aqui na Argentina, o plantio da nova safra 2015/16 atingiu a 98% da área no início desta semana de agosto. O vizinho país espera semear 3,7 milhões de hectares com o cereal.
No Mercosul, os portos argentinos negociaram trigo entre US$ 190 e US$ 248,00/tonelada FOB. Já no Uruguai os valores ficaram entre US$ 190,00 e US$ 205,00/tonelada, enquanto no Paraguai a tonelada FOB permaneceu entre US$ 190,00 e US$ 200,00.
Pelo lado brasileiro, os preços melhoraram, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 28,73/saco. Já os lotes ficaram em R$ 600,00/tonelada ou R$ 36,00/saco. No Paraná, os lotes se mantiveram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
Os negócios ainda são muito reduzidos no mercado nacional, com os moinhos abastecidos e aguardando a nova colheita que entra a partir de setembro pelo Paraná (algumas regiões do Norte do Paraná poderão iniciar a colheita a partir do dia 20/08). Apesar do clima ruim em boa parte do período, as perdas contabilizadas ainda não seriam importantes. Resta verificar na prática, a partir do produto colhido. Já no Rio Grande do Sul, onde a safra se desenha bem menor e comprometida parcialmente com o clima, o interesse de compra pelo restante do produto superior é maior. Mas os produtores resistem em vender a estes baixos preços.
O mercado ainda trabalha com uma safra de 7 milhões de toneladas no país, o que julgamos ser difícil de atingir. Particularmente porque a meteorologia prevê o retorno das fortes e constantes chuvas para o sul do país a partir do dia 20 de agosto justamente.
O ponto que está auxiliando a melhorar, de maneira mais específica, o preço atual do trigo é o câmbio. Nos níveis de R$ 3,47 por dólar as importações ficam muito caras, forçando os moinhos locais a se interessarem mais pelo produto nacional, enquanto surge um estímulo à exportação do cereal, particularmente no Rio Grande do Sul. Segundo Safras & Mercado, com um câmbio acima de R$ 3,40 o preço do produto gaúcho posto no porto de Rio Grande alcança a US$ 200,00. Ora, o trigo macio dos EUA está hoje a US$ 194,00 no Golfo do México, ou seja, apenas 3% abaixo do produto gaúcho.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado da Soja – 01/Ago/2015
As cotações da soja em Chicago recuaram fortemente no início desta semana, com o bushel batendo em US$ 9,61, após US$ 10,45 duas semanas antes. Posteriormente, o mercado se recuperou parcialmente, fechando a quinta-feira (30) em US$ 9,90/bushel para o primeiro mês cotado e US$ 9,50 para novembro. Nota-se que a partir do mês de setembro, que passa a assumir a primeira posição no final da primeira quinzena de agosto, as cotações estão bem mais baixas.
A melhoria prevista do clima nas regiões produtoras dos EUA, a expectativa de uma safra cheia (a segunda maior da história do país), e exportações fracas na semana deram o tom para o recuo das cotações. Além disso, o novo crash na Bolsa de Xangai, colocando em xeque o crescimento econômico do maior consumidor de soja do mundo, associado a iminência da perda do grau de investimento do Brasil, reforçaram o processo no campo financeiro. Nessa área, a manutenção dos juros estadunidenses na reunião do FED, nesta semana, reduziu o ímpeto altista do dólar e ajudou as cotações a se recuperarem um pouco no transcorrer da semana.
As exportações líquidas estadunidenses de soja, referentes ao ano comercial 2014/15, iniciado em 01/09/2014, ficaram em apenas 80.800 toneladas na semana encerrada em 16 de julho. Para o ano 2015/16 as vendas líquidas ficaram em 241.800 toneladas. Tais volumes ficaram em torno do patamar mais baixo estabelecido pelo mercado. Já as inspeções de exportação estadunidenses de soja chegaram a 120.413 toneladas na semana encerrada no dia 23 de julho. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/09/2014, as inspeções somam 48,7 milhões de toneladas, contra 43 milhões no acumulado do ano anterior.
Apesar de o clima ter melhorado, o USDA não modificou as condições das lavouras de soja nos EUA em seu relatório do dia 27/07. Com isso, as mesmas continuam com 62% entre boas e excelentes condições, 27% regulares e 11% entre ruins e muito ruins.
Já os prêmios nos portos brasileiros oscilaram entre 50 centavos e US$ 1,00/bushel para agosto, enquanto nos EUA os mesmos ficaram entre 75 e 79 centavos de dólar e na Argentina (Rosário) entre 20 e 50 centavos de dólar por bushel.
Aqui no Brasil, as péssimas notícias vindas da economia local, somadas a nova crise na Bolsa de Xangai, levaram o dólar, em alguns momentos da semana, a bater ao redor de R$ 3,40. Isso sustentou os preços da soja, apesar do recuo em Chicago. Porém, compromete os custos de produção da nova safra.
Nesse contexto, a média gaúcha no balcão subiu para R$ 65,72/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 72,00 e R$ 72,50/saco. Nas demais praças brasileiras os lotes giraram entre R$ 59,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 69,50/saco no norte e centro do Paraná.
Em termos de preços futuros, dada a tendência que se desenha (salvo novas e persistentes desvalorizações do Real), os mesmos continuam excelentes, merecendo toda a atenção dos produtores rurais. No interior gaúcho, para maio, a soja ficou em R$ 71,00/saco. Em Paranaguá (porto do Paraná), para março/abril o saco de soja esteve cotado a R$ 74,50. No Mato Grosso, valores em R$ 63,00/saco na região de Rondonópolis, para fevereiro/março próximos. No Mato Grosso do Sul, a região de Dourados sinalizou com valores ao redor de R$ 62,00/saco para o mesmo período. Em Goiás os valores ficaram em R$ 65,00/saco na região de Rio Verde, enquanto a região de Brasília indicou R$ 63,50/saco para abril. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso), os valores para maio ficaram respectivamente em R$ 65,50; R$ 62,00; R$ 63,00; e R$ 61,00/saco. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, na BM&F, o contrato agosto/15 fechou a semana em US$ 21,67 e o setembro em US$ 21,10/saco.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado do Milho – 01/Ago/2015
As cotações do milho em Chicago seguiram a tendência da soja e recuaram fortemente nesta semana, fechando a quinta-feira (30) em US$ 3,73/bushel, contra US$ 4,03 na semana anterior e US$ 4,30/bushel duas semanas antes.
A pressão baixista veio do clima favorável ao desenvolvimento das lavouras nos EUA, além de exportações estadunidenses abaixo do esperado pelo mercado. Para o ano 2014/15, as vendas líquidas dos EUA, na semana encerrada em 16/07, ficaram em 223.400 toneladas, enquanto para 2015/16 somaram 311.400 toneladas.
Por outro lado, a forte desvalorização da moeda brasileira, acompanhada em parte pelo peso argentino, tornou mais competitivo o milho da América do Sul. Tanto é verdade que a tonelada de milho argentino recuou fortemente durante esta semana (ver adiante).
Por fim, a tendência de continuidade do clima favorável nos EUA deixa pouca margem de recuperação das cotações. Nesse sentido, o mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/08, a fim de verificar as novas projeções de colheita e estoques finais no mundo e nos EUA.
Quanto às condições das lavouras, até o dia 26/07 as mesmas estavam em 70% entre boas a excelentes, 21% regulares e apenas 9% ruins e muito ruins.
Dito isso, o mercado continuará volátil, pois a colheita dos EUA somente se dará a partir de setembro. Além disso, o comportamento do dólar é outro elemento decisivo, diante da possibilidade de elevação dos juros básicos nos EUA.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB recuou de preço, fechando a semana na média de US$ 158,00 (forte recuo em relação a semana anterior) e US$ 107,50 respectivamente.
No Brasil, os preços melhoraram um pouco, puxados pela forte desvalorização do Real, a partir do anúncio da redução da meta de superávit primário por parte do governo. A média gaúcha no balcão ficou em R$ 23,20/saco, enquanto os lotes encerraram a semana entre R$ 26,50 e R$ 27,50/saco. Nas demais praças, os lotes oscilaram entre R$ 14,50/saco no Nortão do Mato Grosso, e R$ 28,00/saco nas regiões produtoras de Videira e Campos Novos (SC).
No geral, o mercado nacional esteve travado diante de uma colheita importante da safrinha, cujo auge será em agosto, além dos fatos de economia interna que provocaram fortes oscilações cambiais no país durante a semana. O clima mais seco nestes últimos dias auxiliou ao avanço da colheita, aumentando a oferta de milho nacional assim como pressionando os estoques. Quanto ao câmbio, a forte baixa dos preços em Chicago acabou anulando os efeitos da desvalorização do Real no início da semana, fato que levou o referencial Campinas a permanecer em R$ 27,00/saco CIF, embora no interior gaúcho e de algumas outras localidades carentes de milho os preços tenham subido um pouco.
O lado positivo esteve no fato de que até a quarta semana de julho as exportações brasileiras de milho haviam melhorado, atingindo a 936.000 toneladas no mês.
Vale destacar que, em havendo um retorno do Real para os patamares do início do mês (R$ 3,10 a R$ 3,20), ocorrerá uma pressão baixista nos preços junto aos portos de embarque, fato que coincidirá com a presença de entrada recorde da safrinha em agosto. Por enquanto, estas fortes oscilações pelo lado financeiro e cambial, com incertezas quanto ao sucesso político das medidas de ajuste fiscal por parte do governo brasileiro, o mercado se posiciona em compasso de espera.
Nesse momento todos os Estados produtores de milho safrinha se concentram na sua colheita, sendo que as vendas do produto ainda estão lentas. Daí a importância de uma melhor performance nas exportações do cereal. Por enquanto, pelo lado da oferta, a pressão continuará baixista.
Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras registrou R$ 45,23/saco para o produto procedente dos EUA e R$ 41,19/saco para o produto argentino, ambos ainda para julho. Já para agosto o produto argentino ficou em R$ 43,20/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 28,46/saco para julho; R$ 28,37 para agosto; R$ 28,47 para setembro; R$ 28,77 para outubro; R$ 29,44 para novembro e dezembro; e R$ 30,62/saco para janeiro.
Fonte: CEEMA
Análise Semanal do Mercado de Trigo – 01/Ago/2015
As cotações do trigo em Chicago também recuaram fortemente nesta última semana de julho, fechando a quinta-feira (30) em US$ 4,96/bushel, após US$ 5,21 uma semana antes e US$ 5,88/bushel no dia 06/07.
Também nesse mercado as cotações recuaram aos níveis de um mês atrás, pressionadas pelo clima favorável à colheita do trigo de inverno e ao bom desenvolvimento do trigo de primavera nos EUA. Além disso, com um dólar mais forte no cenário mundial, a competitividade do produto estadunidense recuou, potencializando um desaquecimento pela demanda do trigo daquele país.
Mesmo assim, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, referentes ao ano 2015/16, iniciado em 01/06/2015, ficaram em 502.800 toneladas na semana encerrada em 16 de julho. O número ficou 73% acima do registrado na semana passada, superando as expectativas do mercado. Já as inspeções de exportação de trigo estadunidense chegaram a 439.330 toneladas na semana encerrada no dia 23 de julho. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/06, as inspeções somam 2,81 milhões de toneladas, contra 3,65 milhões no acumulado do ano anterior.
No Mercosul, os preços da tonelada FOB nos diferentes portos de embarque não se alteraram. Na Argentina, os mesmos giraram entre US$ 190,00 e US$ 245,00; no Uruguai entre US$ 190,00 e US$ 205,00; e no Paraguai entre US$ 190,00 e US$ 200,00.
No mercado brasileiro, os preços continuaram baixos, apesar de um câmbio ruim para o importador, pois torna o produto do exterior mais caro. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 27,77/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 600,00/tonelada ou R$ 30,00/saco. No Paraná, os lotes se mantiveram entre R$ 650,00 e R$ 680,00/tonelada, ou seja, entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco.
A indústria segue retraída, com estoques relativamente importantes, porém, diante da forte desvalorização do Real e das claras evidências de uma safra nacional de trigo bem menor do que o esperado neste ano, devido ao clima, notou-se, neste final de mês, um maior movimento por parte dos compradores nacionais do cereal. Mesmo assim, não se espera grandes movimentos altistas até a entrada da nova colheita, a ser iniciada em setembro pelo Paraná. Mesmo com as quebras possíveis, a entrada da mesma deverá, inicialmente, pressionar ainda mais para baixo os preços do trigo nacional. Mas a quebra nacional (terceira consecutiva) deverá encurtar o período de pressão baixista nos preços, antecipando um aquecimento deste mercado, inicialmente esperado apenas para fevereiro/março do próximo ano.
Em termos de perdas, vale destacar que o clima, além da qualidade, deverá levar a um aumento na redução de área semeada no Rio Grande do Sul. Na será surpresa se a mesma ficar entre 30% e 40 % no final de um plantio muito atrasado. Já no Paraná, o clima provoca perdas em volume e na qualidade de muitas lavouras, em alguns casos de forma irreversível. Assim, o volume final a ser colhido pelo país, neste ano, passa a ser uma incógnita. Quanto mais o volume de produto de qualidade!
Enfim, em termos de importação, até o mês de junho os moinhos brasileiros haviam importado 4,78 milhões de toneladas de trigo, sendo 51% procedentes da Argentina, 29% dos EUA, 10% do Uruguai, 6% do Paraguai e 4% do Canadá. Considerando o mês de junho, o qual encerra o ano comercial 2014/15 para mercado do trigo brasileiro, o país deverá importar 5,2 milhões de toneladas, contra 6,64 milhões no ano comercial anterior. A produção nacional de trigo, em 2014/15, foi de 6,34 milhões de toneladas (desconsiderando-se o montante de baixa qualidade, que foi importante). Descontando 1,67 milhão de toneladas que foram exportadas e somando-se os estoques iniciais de 1,86 milhão de toneladas, o saldo para moagem no ano comercial em questão teria sido de 11,7 milhões de toneladas. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMS
Análise Semanal do Mercado de Soja – 24/Jul/2015
As cotações da soja em Chicago cederam durante esta terceira semana de julho. O fechamento desta quinta-feira (23) ficou em US$ 10,10/bushel para o primeiro mês, enquanto novembro fechou em US$ 9,80.
Além de ajustes técnicos na ponta vendedora, o que se esperava ocorreu: a previsão de clima favorável para as lavouras retirou o ímpeto especulativo climático que havia até então. Nesse sentido, os meteorologistas estadunidenses apontam que as chuvas dão lugar a um clima mais seco e temperaturas amenas, favorecendo a evolução das lavouras nos EUA. Somou-se a isso a nova firmeza do dólar no mercado internacional, fato que tira competitividade do produto estadunidense quando da exportação.
Paralelamente, projeção de Safras & Mercado apontou que a área de soja no Brasil, para 2015/16, será de 32,92 milhões de hectares, aumentando em 3,8% e se constituindo na maior da história. Como a tendência é de um clima positivo, em função da ocorrência do fenômeno El Niño neste ano, é possível que a futura colheita brasileira vem a ser um novo recorde, ficando projetada entre 99 e 100 milhões de toneladas, ou seja, ao redor de 4,5% superior ao colhido na última safra. Considerando que a Argentina deva seguir a mesma tendência, em o clima deixando não há como os preços em Chicago subirem. Pelo contrário, o quadro baixista, de um bushel entre US$ 8,00 e US$ 9,50 a partir da colheita dos EUA (outubro) é muito plausível diante de tais projeções.
Enquanto isso, as inspeções de exportação de soja por parte dos EUA somaram 306.379 toneladas, na semana encerrada em 16/07. No acumulado do ano comercial, iniciado em 1º de setembro de 2014, o volume chega a 48,6 milhões de toneladas, contra 42,9 milhões no ano anterior. Já as exportações líquidas estadunidenses, para o ano 2014/15, chegaram a 45.500 toneladas na semana encerrada em 09/07. Isso representou 36% a menos do que a média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2015/16 o volume vendido somou 507.000 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Ao mesmo tempo, o USDA informou que, até o dia 19/07, as condições das lavouras dos EUA estavam em 62% entre boas a excelentes, 27% regulares e 11% entre ruins a muito ruins.
Pelo lado da demanda, a China indicou que suas importações de soja em grão somaram 8,09 milhões de toneladas em junho, aumentando em 26,6% sobre junho de 2014. Em maio as compras chinesas haviam chegado a 6,1 milhões de toneladas. No acumulado do primeiro semestre de 2015 a China importou 35,2 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 2,78% sobre igual período do ano passado.
Por sua vez, os prêmios nos portos brasileiros melhoraram um pouco, fechando a semana entre 70 centavos de dólar e US$ 1,07 por bushel. Já nos EUA o Golfo do México registrou prêmios entre 70 e 78 centavos, enquanto em Rosário (Argentina) os mesmos ficaram entre 45 e 70 centavos de dólar por bushel.
No Brasil, a situação de fragilidade econômica, somada à crise política, voltou a desvalorizar o Real, com o mesmo chegando novamente, em alguns momentos da semana, ao redor de R$ 3,23 por dólar. Nessas condições, mesmo com o recuo em Chicago, o balcão gaúcho melhorou, fechando a semana na média de R$ 64,34/saco. Já os lotes giraram entre R$ 72,50 e R$ 73,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 57,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 70,00/saco no norte e oeste do Paraná. Na BM&F o contrato setembro fechou em US$ 22,03/saco, enquanto o novembro ficou em US$ 21,95/saco.
No que diz respeito aos preços futuros, os mesmos continuam muito firmes e merecendo atenção dos produtores visando a constituição de médias de comercialização elevadas. O interior gaúcho, para maio, fixou em R$ 71,50/saco FOB, enquanto no Paraná o porto de Paranaguá registrou R$ 75,00/saco para março/abril próximos. Já no Mato Grosso, a região de Rondonópolis, para o mesmo período, registrou R$ 62,00/saco. No Mato Grosso do Sul, a região de Dourados fixou o saco igualmente nesse preço, para fevereiro/março de 2016. Em Goiás, o valor de R$ 64,00/saco foi verificado em Rio Verde para fevereiro/março, enquanto a região de Brasília ficou em 64,50/saco para abril. Em Uberlândia (MG), para fevereiro, o preço do saco de soja esteve em R$ 63,50. Enfim, na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsas), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os valores somaram respectivamente R$ 65,50; R$ 62,50; R$ 63,50 e R$ 61,00/saco para abril/maio de 2016.
Diante de um contexto em que o câmbio tende a estacionar ao redor de R$ 3,25 por dólar e Chicago recuar um pouco mais na medida em que a safra dos EUA vier normal e não haja problemas climáticos significativos no próximo verão sul-americano, a tendência dos preços em reais é de valores menores do que as atuais propostas futuras. Os valores podem ser mesmo menores, na média do que o valor praticado no disponível nesta última safra. Não se pode esquecer que, na safra passada, o que salvou o preço foi a forte desvalorização do Real (entre julho/14 e julho/15 o mesmo passou de R$ 2,20 para R$ 3,23 em termos médios), algo que, salvo desastre econômico nacional ainda maior do que o atual, não deverá se repetir em 2015/16.
Fonte: CEEMA