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Análise Semanal do mercado do Trigo – 03/10/2016
As cotações do trigo em Chicago voltaram a romper o piso dos US$ 4,00/bushel, fechando esta quinta-feira (29) em US$ 3,99/bushel, considerando o primeiro mês cotado.
Nos EUA, o trigo de primavera estava com 30% da área esperada semeada, ficando dentro da média histórica para o período. Paralelamente, o mercado apresentava alguma preocupação com o excesso de chuvas na Austrália, o que poderá comprometer em parte a safra deste país.
Ao mesmo tempo, o mercado esteve na expectativa do relatório trimestral de estoques, posição em 1º de setembro, que seria anunciado pelo USDA no dia 30/09.
No Mercosul, a tonelada FOB para exportação oscilou entre US$ 205,00 e US$ 210,00.
Já no Brasil, continua o forte viés de baixa no preço do cereal. A média gaúcha no balcão recuou para R$ 36,29/saco nesta semana, enquanto os lotes ficaram em R$ 42,00/saco, porém, apenas valores nominais. No Paraná, onde a colheita avança, os lotes registraram valores entre R$ 39,00 e R$ 40,80/saco. No balcão paranaense o valor médio ficou em R$ 38,00/saco, enquanto em Santa Catarina, onde a colheita não se iniciou, o valor se mantém entre R$ 40,00 e R$ 42,00/saco.
No Paraná, em relação à safra anterior o recuo nos preços já é de 4% para os valores CIF e de 3% na região produtora do Norte do Estado. No Rio Grande do Sul, onde a colheita ainda não começou, o valor médio está 15% acima do registrado no ano passado nesta época. Porém, em um mês, tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul, o valor médio do trigo já recuou 15% (cf. Safras & Mercado).
Não poderia ser diferente já que a paridade de importação continua mais baixa do que os valores praticados no mercado interno. Com isso, na medida em que a colheita avança os preços tendem a se aproximar desta paridade.
O oeste paranaense já apontava 30% colhido de um trigo de boa qualidade até o início desta semana. No Rio Grande do Sul mais de 25% das lavouras estão em fase de formação de grãos, com um excelente potencial produtivo segundo a Emater local.
Vale ainda destacar que o trigo paraguaio está entrando no Paraná a valores de R$ 600,00 a R$ 620,00/tonelada (R$ 36,00 a R$ 37,20/saco) o que retrai ainda mais os compradores nacionais, pois estes esperam novas baixas de preços com a intensificação da colheita brasileira. O trigo paraguaio já posto nos moinhos do Paraná atinge a R$ 664,00/tonelada, ou seja, R$ 39,84/saco neste momento.
Esse contexto leva a uma tendência de preços ainda mais baixos, podendo os mesmos romperem o piso do preço mínimo oficial, obrigando o governo a adotar programas de compensação tipo o Pepro. Resta saber se, dentro da atual crise econômico-financeira do Estado brasileiro, o governo irá praticar tais políticas na dimensão necessária.
Fonte: CEEMA
Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Dez/16
Análise Semanal do Mercado da Soja – 24/09/2016
As cotações da soja melhoraram um pouco durante esta semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 9,76/bushel, após US$ 9,50 uma semana antes (referência a primeira posição cotada).O motivo da melhora, agora, seria o excesso de chuva em algumas regiões dos EUA, o que estaria atrasando a colheita. A mesma chegou, até o dia 18/09, em 4% da área contra 5% na média histórica. Portanto, o tema ainda é irrelevante para o contexto final da safra. Todavia, o mercado começa a especular de que o volume projetado pelo USDA em seu último relatório (114,3 milhões de toneladas) pode não se concretizar. Mesmo assim, a safra final da oleaginosa nos EUA não deverá baixar de 110 milhões de toneladas, consolidando um novo recorde.Até o dia 18/09 as condições das lavouras ainda por colher apontavam 73% entre boas a excelentes.Paralelamente, as exportações líquidas de soja pelos EUA, na semana encerrada em 08/09, atingiram a 1,02 milhões de toneladas para o ano comercial 2016/17, sendo que a China comprou 641.700 toneladas daquele total. Já as inspeções de exportação alcançaram 755.120 toneladas na semana encerrada em 15/09, acumulando 1,9 milhões de toneladas no atual ano comercial iniciado em 1º de setembro.
Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja atingiu 3,59 milhões de toneladas em agosto. Um volume abaixo do registrado em julho e bem abaixo do esperado pelo mercado (3,77 milhões).
Pelo lado da demanda, segundo o governo brasileiro, a China teria comprado 36,21 milhões de toneladas de soja do Brasil em 2016, de um total vendido nos primeiros oito meses do ano de 48,17 milhões. Ou seja, a China respondeu por 75,2% do total exportado pelo Brasil no corrente ano. O volume total vendido ao exterior cresceu 5,1% sobre igual período de 2015.
No mercado brasileiro, os preços cederam no final da semana, após breve recuperação, devido a nova valorização do Real. Após atingir a R$ 3,34 por dólar na semana passada, a moeda estadunidense voltou a ser cotada em R$ 3,21 em alguns momentos desta semana. A valorização se deve a manutenção do juro baixo nos EUA. Agora, o sentimento é de que se houver mudança nos mesmos, talvez isso ocorra apenas em dezembro próximo. Igualmente mudanças na política monetária japonesa enfraqueceu o dólar no cenário internacional.
Desta forma, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 70,78/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 77,00/saco na compra. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 71,00 e R$ 73,00/saco no Piauí e Tocantins, R$ 71,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 78,00/saco em Cascavel (PR). Quanto aos preços futuros, o interior gaúcho registrava R$ 75,00/saco FOB para maio/17; Rondonópolis (MT) apontava R$ 67,00/saco para março/17; e Piauí e Tocantins indicavam R$ 72,00 a R$ 73,00/saco para abril/17 (cf. Safras & Mercado).
O mercado nacional continua travado com pouco produto disponível e na expectativa do novo plantio, o qual começa a se desenhar pelo Norte e Centro-Oeste brasileiro. A safra 2015/16, até o dia 09/09, havia sido comercializada em 89% do total, contra 86% na média histórica para o período. No Rio Grande do Sul as vendas atingiam a 80%, contra 71% na média, no Paraná 86%, contra 79% e no Mato Grosso 95%, contra 93% na média. Já para a safra nova 2016/17 as vendas antecipadas brasileiras, na mesma data, atingiam a 20% do total esperado, ficando exatamente dentro da média histórica. No Rio Grande do Sul as mesmas chegavam a 12%, contra 11% na média, no Paraná 14%, contra 13% na média, e no Mato Grosso o percentual vendido batia em 27%, contra 26% na média histórica para o período (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Nov/2016
Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Nov/2016
Análise Semanal do Mercado do Milho – 24/09/2016
As cotações do milho em Chicago igualmente melhoraram um pouco durante a semana, fechando a quinta-feira (22) em US$ 3,36/bushel, após US$ 3,30 uma semana antes. Dois fatores ajudaram à pequena melhoria nas cotações de Chicago: o clima e as exportações estadunidenses. No primeiro caso, certo excesso de umidade no Meio Oeste dos EUA atrasa um pouco a colheita, deixando o mercado especulativo. Efetivamente, apesar das lavouras a serem colhidas manterem condições de 74% entre boas a excelentes e apenas 7% entre ruins a muito ruins, a colheita chegou, até o dia 18/09, em 9%, contra 12% na média histórica para o período. Quanto às exportações, o produto estadunidense, com o atual câmbio, segue bastante competitivo no cenário internacional. Mesmo assim, as vendas líquidas, para 2016/17, chegaram a apenas 703.500 toneladas na semana encerrada em 08/09, sendo a Coreia do Sul o maior comprador com 198.100 toneladas. Para 2017/18 o volume vendido alcançou a 21.100 toneladas. No somatório dos dois anos, o volume ainda ficou aquém do esperado pelo mercado, cujo volume mínimo era de 800.000 toneladas.
Dito isso, a colheita nos EUA está apenas iniciando e há muito milho a entrar no mercado. Na medida em que o ritmo da mesma se normalizar a tendência é de pressão baixista em Chicago.
Aqui no Mercosul, a tonelada FOB para exportação na Argentina fechou a semana em US$ 172,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 155,00.
No Brasil, os preços do cereal pouco se alteraram, porém, houve maior pressão de baixa durante a semana. Isso devido a entrada maior de milho no mercado em função de venda por parte de empresas, especialmente cooperativas produtoras, diante das maiores dificuldades para exportação já que o câmbio voltou a valorizar o Real.
Assim, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 43,08/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 48,00 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças os lotes giraram entre R$ 28,00/saco em Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 48,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
Em São Paulo a região da Sorocabana trabalhou com valores de R$ 37,00/saco em negócios apenas pontuais, enquanto o referencial Campinas recuou para R$ 41,50/saco no disponível. A semana fechou com os preços internos sendo mais interessantes do que os de exportação diante do câmbio a R$ 3,21. Na prática, o milho dos EUA, hoje, está bem mais competitivo do que o cereal brasileiro no mercado internacional.
Nesse contexto, nos primeiros 11 dias úteis de setembro (até o dia 16/09) o Brasil havia exportado 1,67 milhão de toneladas de milho, a um preço médio de US$ 167,60/tonelada (R$ 32,28/saco ao câmbio de hoje).
Na prática, a diferença de valor dos prêmios brasileiros e estadunidenses continua grande. Apenas uma forte desvalorização do Real poderia devolver competitividade externa ao milho nacional neste momento. Ora, isso tende a não ser possível no curto e médio prazo a julgar pelo atual comportamento da economia nacional e do próprio Banco Central brasileiro.
Enfim, ajudou a segurar o preço do milho nacional o fato de o governo ter realizado leilão dos estoques públicos na semana anterior no Mato Grosso. A Conab colocou à venda 50.000 toneladas e, destas, 39.600 foram negociadas.
Fonte: CEEMA
Gráfico do MILHO na CBOT – Vencimento Dez/2016
Gráfico do MILHO na BM&F – Vencimento Nov/2016