Comentários referentes ao período entre 21/06/2013 a 27/06/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago igualmente permaneceram na mesma balada das últimas semanas. O fechamento de quinta-feira (27-06) ficou em US$ 6,67/bushel, contra US$ 6,73 na semana anterior. A expectativa do mercado está por conta do relatório de plantio final a ser anunciado neste dia 28/06, e no comportamento do clima já que deverá haver uma pequena redução na área final semeada com o cereal nos EUA.
O clima deverá ser mais seco nos próximos dias no oeste e norte do Corn Belt estadunidense, o que é bem-vindo devido a alta umidade dos solos. Assim, clima mais seco em julho será motivo de baixa em Chicago, pois significa melhor desempenho das lavouras nos EUA. Tanto é verdade que analistas locais já estimam uma produtividade média maior, entre 9.920 e 10.046 quilos/hectare.
Já as exportações dos EUA na semana anterior ficaram em 133.400 toneladas, havendo pressão maior de venda por parte do Brasil, devido a entrada de sua safrinha, e da Ucrânia.
Nesse momento há maior pressão de venda da safra velha nos EUA diante de preços melhores do que em Chicago no interior estadunidense.
Por sua vez, as condições das lavouras de milho nos EUA, na semana encerrada em 23/06, indicaram 65% entre boas a excelentes. O mercado começa a aceitar que 235.486 hectares efetivamente serão cortados da projeção de área semeada com o cereal, a partir da projeção de plantio indicada em março. Mas não se descarta um corte de até 810.000 hectares. Já os estoques trimestrais, na posição de 1º de junho, estão sendo esperados, no anúncio do dia 28/06, em 72,7 milhões de toneladas. Estoques superiores a este número derrubariam Chicago, particularmente nas posições mais próximas.
A tonelada FOB na Argentina e no Paraguai fechou a semana na média de US$ 250,00 e US$ 142,50 respectivamente. Nota-se o recuo nos preços do milho argentino, em relação as semanas anteriores.
No Brasil, os preços se mantiveram de estáveis a menores. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 23,63/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 27,00 e R$ 28,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes, na compra, fecharam a semana entre R$ 10,50/saco no Nortão do Mato Grosso (Sorriso, Sinop, Sapezal) e R$ 26,50/saco em Videira (SC). O quadro de baixa para os meses futuros continua. Nesse momento, o milho safrinha vem sendo indicado a R$ 17,50/saco em Goiás, com as tradings fora do mercado esperando novas quedas. Enquanto no Mato Grosso o quadro continua evoluindo para preços futuros próximos de R$ 9,00/saco no final da colheita de uma safrinha nacional que agora já estaria estimada em 45 milhões de toneladas.
Pelo lado das exportações nacionais, em junho o acumulado até a última semana de junho ficava em apenas 161.400 toneladas, havendo negócios até setembro apenas. Há forte demora nos embarques, paralisação devido as chuvas e atraso no embarque da soja, como já se sabe.
No mercado futuro brasileiro, o mercado trabalha com a ideia de que, no porto, novembro terá preços menores do que setembro, diante do atual quadro de oferta e consumo interno, somado aos problemas de exportação. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, na importação o CIF indústria brasileira fechou com junho cotado a R$ 49,97/saco para o produto dos EUA e R$ 40,54/saco para o produto argentino. Já para julho o produto da Argentina ficou em R$ 39,46/saco. Paralelamente, a exportação, no transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 27,52/saco para junho; R$ 26,74 para julho; R$ 26,46 para agosto; R$ 26,22 para setembro; R$ 25,29 para outubro; R$ 25,41 para novembro; R$ 25,18 para dezembro; e R$ 26,48/saco para janeiro/14.
¹ Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
² Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.