As cotações do milho em Chicago igualmente subiram um pouco nesta semana, fechando a quinta-feira (09) em US$ 3,44/bushel, após US$ 3,22 uma semana antes. O clima mais chuvoso nos EUA e o relatório de oferta e demanda do USDA deste dia 10/10 levaram o mercado a ajustes técnicos para cima.
Todavia, assim como no caso da soja, não há motivos altistas que permitam, por enquanto, esperar uma reversão consistente na tendência baixista das cotações.
Isso porque os prêmios no Golfo cederam bem na semana, indicando que a nova safra está entrando e sendo embarcada dentro da normalidade nos EUA a partir de agora. Quanto às projeções para a futura safra, o analista privado Informa Economics avançou o volume de 365,9 milhões de toneladas, ou seja, dentro do indicado em setembro pelo USDA. Assim, mesmo havendo corte na área colhida e, porventura, na produtividade média, o volume final da safra estadunidense não deverá se alterar. O relatório de oferta e demanda deste dia 10/10 definirá melhor tal quadro.
Paralelamente, as exportações estadunidenses continuam fracas, com a semana passada indicando volume de 638.000 toneladas apenas, fato que também puxa para baixo os prêmios no porto do Golfo do México.
A colheita dos EUA, até o dia 05/10, chegava a 17% da área, contra a média histórica de 32% para esta época do ano. Portanto, ainda há muito milho para entrar no mercado.
Na América do Sul, a tonelada FOB voltou a recuar na Argentina, fechando a semana em US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma se estabilizou em US$ 122,50.
No mercado brasileiro, poucas mudanças, com o preço médio no balcão gaúcho fechando a semana ao redor de R$ 22,00/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 23,50 e R$ 24,00/saco, com leve alta. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram entre R$ 12,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 23,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Concórdia.
Apesar da forte desvalorização do Real na semana passada, os preços nos portos brasileiros pouco se alteraram, ficando na paridade de R$ 23,00/saco. Na verdade, com o forte recuo nos prêmios no Golfo (EUA), os atuais níveis de prêmio e preço nos portos brasileiros deverão recuar, pois nosso prêmio estaria US$ 0,20/bushel acima do praticado nos EUA. (cf. Safras & Mercado)
O fato novo no cenário nacional veio do clima. A falta de chuvas no Centro-Oeste atrasa o plantio de verão, podendo atingir a futura safrinha nacional na medida em que pode atrasar a colheita de verão. Sem falar que a falta de umidade pode reduzir ainda mais a área semeada com milho neste próximo verão do Centro-Oeste e Sudeste.
Dito isso, a semana terminou com as tradings tentando reduzir para R$ 11,50/saco a compra do milho safrinha no Mato Grosso. O leilões de Pepro estão oferecendo certa sustentação aos preços, porém, ofertas fora do Pepro alcançam apenas o preço mínimo no Centro-Oeste. (cf. Safras & Mercado)
Enfim, nesse momento, o mercado brasileiro do milho está dependendo do caminho que o câmbio irá tomar, a partir do término das eleições (segundo turno em 26/10), e do clima no Centro-Oeste e Sudeste. Um viés de alta pode se desenhar a partir deste contexto nas próximas semanas, embora as dificuldades de exportação.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 31,65/saco para o produto dos EUA e R$ 30,20 para o produto argentino, ambos para outubro. Já o produto argentino, para novembro, ficou em R$ 31,64/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 23,40/saco para outubro; R$ 23,49 para novembro; R$ 23,41 para dezembro; R$ 23,89 para janeiro; R$ 23,92 para fevereiro; R$ 23,78 para março; R$ 24,43 para maio; e R$ 25,36/saco para setembro/15. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA