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Análise do Mercado de SOJA – 13/Out/2014

Finalmente as cotações da soja subiram um pouco! A especulação, apoiada na possibilidade de chuvas mais intensas nas regiões de colheita dos EUA, encontrou motivos para elevar os preços nesta semana, com o bushel fechando a quinta-feira (09) em US$ 9,42 para o primeiro mês cotado e US$ 9,66 para maio. Ao mesmo tempo, o mercado procurou se posicionar antes do anúncio de mais um relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 10/10.

Entretanto, a base fundamental do mercado continua baixista, salvo se realmente as chuvas vierem a atrapalhar decisivamente a colheita estadunidense. Isso porque as condições das lavouras de soja nos EUA, até o dia 05/10, melhoraram passando a 73% entre boas a excelentes, contra 21% regulares e apenas 6% entre ruins a muito ruins. Ao mesmo tempo, a colheita da nova safra atingiu a 20% na mesma data, contra 35% na média histórica. Todavia, tal atraso ainda não preocupa o mercado já que a área a ser colhida igualmente é maior neste ano.

Além disso, consultores privados estão indicando que a safra de soja dos EUA chegaria a 110,7 milhões de toneladas (FC Stone), enquanto outros adiantam 109,3 milhões de toneladas (Informa Economics). De todas as maneiras, bem acima do número oficial de 106,5 milhões indicado em setembro pelo USDA. Nesse sentido, ganha importância o relatório deste dia 10/10, o qual comentaremos com detalhes no boletim da próxima semana. O mercado espera pelo menos 108,2 milhões de toneladas a serem anunciadas pelo USDA. O mercado também aposta em estoques finais, para 2014/15, em torno de 13 milhões de toneladas. Quanto à safra mundial, o mercado espera estoques finais próximos a 91 milhões de toneladas, contra 66 milhões em 2013/14.

Paralelamente, na Argentina a projeção para a futura safra é de 57 milhões de toneladas de soja segundo o Ministério da Agricultura local. A área semeada deverá aumentar em 4%. Como no Brasil, em clima normal, se espera entre 91 e 93 milhões de toneladas, a safra sul-americana poderá atingir o recorde de 164 milhões de toneladas em 2014/15. Em isso se confirmando, será difícil as cotações da soja em Chicago melhorarem em 2015.

Ainda com respeito a Argentina, suas exportações de farelo de soja somaram 2,49 milhões de toneladas em julho, acumulando nos sete primeiros meses do ano um total de 15,4 milhões de toneladas. No ano passado nesta mesma época o volume exportado era de 13,8 milhões de toneladas.

Os prêmios, para outubro, permaneceram nos mesmos patamares das últimas semanas nos portos brasileiros, oscilando entre US$ 1,80 e US$ 3,30/bushel. Na Argentina, Rosário trabalhou com valores entre US$ 1,50 e US$ 2,30/bushel, enquanto no Golfo do México (EUA) o bushel ficou entre US$ 1,15 e US$ 1,26.

No Brasil, os preços, que haviam subido um pouco na semana passada em razão do câmbio, agora encontraram motivos de alta em Chicago, porém, a valorização do Real (R$ 2,39 no dia 09/10) contrabalançou o movimento. Assim, a média gaúcha no balcão permaneceu ao redor de R$ 52,50/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 58,50 e R$ 59,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 52,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 58,50/saco em Cascavel (PR).

Os produtores brasileiros, na expectativa de preços melhores futuramente, o que nos parece difícil, salvo um Real ainda mais desvalorizado, só comercializaram 10% da futura safra de soja, contra 28% nesta mesma época do ano passado.

Nesse sentido, os preços futuros continuam interessantes a julgar pela tendência do mercado (R$ 40,00 a R$ 43,00/saco no balcão gaúcho quando da futura colheita, em caso de safra normal). Assim, o FOB interior gaúcho, para maio, fechou a semana em R$ 52,00/saco na compra. No Paraná, o FOB porto de Paranaguá ficou em R$ 55,80/saco para março/abril próximos. No Mato Grosso, Rondonópolis indicou R$ 44,00/saco para fevereiro. O mesmo valor foi registrado em Dourados (MS), para março. Em Goiás, a região de Rio Verde trabalhou com R$ 44,21/saco (US$ 18,50) para fevereiro, enquanto a região de Brasília ficou em R$ 44,50/saco para abril. No Triângulo Mineiro o valor do saco, para abril, igualmente ficou em R$ 44,21 (US$ 18,50), o mesmo ocorrendo em Barreiras, na Bahia, para maio. Enfim, para Balsas (MA), Uruçuí (PI) e Pedro Afonso (TO) os valores, para maio, ficaram respectivamente em R$ 45,50; R$ 47,70 e R$ 43,60/saco.

Na BM&F/Bovespa, o contrato de soja para novembro fechou a semana em US$ 23,25/saco, enquanto para maio ficou em US$ 21,10.

Fonte: CEEMA