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Análise do Mercado de Soja – 06/Out/2014

As cotações da soja em Chicago, após recuarem durante a semana, voltaram ao patamar da semana anterior, sendo que o primeiro mês fechou em US$ 9,24/bushel nesta quinta-feira (02/10). Já o fechamento de maio/15 ficou em US$ 9,49/bushel. A média de setembro ficou em US$ 10,03/bushel, contra US$ 11,78 em agosto. Assim, entre a média de agosto e o fechamento deste dia 02/10 o bushel de soja perdeu 21,6% ou US$ 2,54. O lado positivo deste processo é que, por enquanto, o mercado encontra uma resistência ao redor de US$ 9,00/bushel em relação a novas baixas.

Não há grandes novidades no cenário deste mercado. O mercado espera o novo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/10, apostando em nova revisão para cima na estimativa de colheita e estoques finais dos EUA para 2014/15. Além disso, o relatório de estoques trimestrais, posição de 01/09/2014, elevou o número final da safra passada, com o mesmo chegando agora em 91,4 milhões de toneladas, contra 89,5 milhões até aqui considerada. Todavia, como fator altista, o relatório trouxe que os estoques trimestrais recuaram para 2,5 milhões de toneladas, bem abaixo do esperado pelo mercado (3,43 milhões de toneladas). Entretanto, a expectativa de uma safra recorde, que já está sendo colhida nos EUA, abafou totalmente esta informação.

Por outro lado, as exportações líquidas estadunidenses de soja, para o ano 2014/15, chegaram a 2,56 milhões de toneladas na semana encerrada em 18/09, sendo que a China ficou com 2,38 milhões daquele total.

Já os prêmios, para outubro, nos portos brasileiros ficaram entre US$ 2,00 e US$ 3,30/bushel, sem evolução em relação as últimas semanas. A tendência, em caso de safra normal, é de forte recuo dos mesmos para o período fevereiro a junho próximo. Nos EUA, a entrada da nova safra vai derrubando os prêmios, com o Golfo do México registrando nesta semana valores entre US$ 1,18 e US$ 1,25/bushel. Em Rosário (Argentina) os valores giraram entre US$ 1,50 e US$ 2,30/bushel.

No mercado brasileiro o principal elemento foi a nova e forte desvalorização do Real diante das tendências eleitorais que se desenham para este domingo (05/10). O Real chegou a flertar com o valor de R$ 2,50 em alguns momentos, fechando a semana ao redor de R$ 2,47. Isso deu sustentação aos preços em reais para a soja. Mesmo assim, a média gaúcha no balcão ficou ao redor de R$ 52,50/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 57,50 e R$ 58,00/saco. Nas demais praças, os lotes giraram entre R$ 52,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 59,00/saco no oeste e norte do Paraná.

A tendência do câmbio no país é de se manter mais desvalorizado até o final do ano, entre R$ 2,25 e R$ 2,40 por dólar. Todavia, muita coisa irá depender do resultado final das eleições presidenciais já que o mercado está apostando contra o atual governo. A estes valores em Chicago e no câmbio, o preço de balcão para o saco de soja no Rio Grande do Sul, em abril/maio próximos, ficaria ao redor de R$ 40,00 e R$ 43,00.

Assim, os preços futuros praticados no mercado a termo nacional continuam interessantes, embora a forte queda que já registraram nos últimos meses. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o interior fechou a semana pagando R$ 52,50/saco no FOB para maio. No Paraná, o FOB Paranaguá registrou R$ 56,50/saco para março/abril próximos. No Mato Grosso, a região de Rondonópolis ficou em US$ 17,50 para fevereiro (R$ 43,22/saco ao câmbio deste final de semana). No Mato Grosso do Sul, para março, a compra ficou em R$ 45,00/saco na região de Dourados. Em Goiás, a região de Rio Verde registrou US$ 18,50 (R$ 45,70) por saco para fevereiro. Na região de Brasília, para abril, o saco foi cotado a R$ 45,00. Na região mineira de Uberlândia, para abril, o valor ficou em US$ 18,50 (R$ 45,70) por saco. Enfim, na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio, os valores ficaram respectivamente em US$ 18,00 (R$ 44,46); R$ 45,50; R$ 47,50; e R$ 43,50/saco.

Fonte: CEEMA