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Análise do Mercado de TRIGO – 13/Out/2014

As cotações do trigo ensaiaram uma recuperação durante a semana, chegando a US$ 5,07/bushel, porém, recuaram fortemente na quinta-feira (09), fechando o dia em US$ 4,93/bushel. Igualmente o relatório de oferta e demanda deste dia 10/10 fez com que o mercado se posicionasse.

Nesse sentido, a Informa Economics adiantou uma projeção de colheita estadunidense da ordem de 55,4 milhões de toneladas, seguindo a expectativa indicada pelo USDA e que, se espera, venha a ser confirmada neste dia 10/10.

Paralelamente, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, na semana encerrada em 25/09, para a safra 2014/15, iniciada em 1º de junho, apontaram para um volume de 741.000 toneladas, com aumento de 90% sobre a média das últimas quatro semanas. O maior comprador foi a Nigéria com 241.300 toneladas.

No Mercosul, o trigo argentino da nova safra, nos portos, foi cotado entre US$ 232,00 e US$ 245,00/tonelada, para embarque entre dezembro e janeiro. A esse valor, o produto argentino chegaria CIF moinhos paulistas, ao câmbio de hoje, por volta de R$ 742,00/tonelada. Com isso, a paridade de importação, no interior do Paraná, fica a R$ 639,00/tonelada, e no interior gaúcho a R$ 590,00/tonelada (indicação para dezembro). Já o trigo duro dos EUA chegaria CIF São Paulo a R$ 972,00/tonelada, colocando tais paridades de importação respectivamente em R$ 864,00 e R$ 816,00/tonelada. O trigo gaúcho, embarcado, em Rio Grande, continuou indicado entre US$ 200,00 a US$ 230,00/tonelada para embarque em outubro. Com o câmbio atual esses níveis correspondem a R$ 385,00 (R$ 23,10/saco) e R$ 457,00/tonelada (R$ 27,42/saco) no interior do Rio Grande do Sul.

No mercado brasileiro, a média gaúcha permaneceu ao redor de R$ 25,00/saco no balcão, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 460,00 e R$ 480,00/tonelada ou R$ 27,60 e R$ 28,80/saco. No Paraná, os lotes fecharam a semana entre R$ 550,00 e R$ 560,00/tonelada ou R$ 33,00 e R$ 33,60/saco. Os agentes comerciais se retiraram do mercado até a ocorrência do primeiro leilão de Pepro, acontecido na terça-feira (07/10), com oferta de 160.000 toneladas. Todavia, a demanda decepcionou o mercado, pois ficou em apenas 42,5% do total ofertado. Na chamada região 01 do Paraná, com oferta de recursos para subvencionar o escoamento de até 140.000 toneladas e cujo prêmio era de R$ 134,69/tonelada, a demanda foi para 63.307 toneladas (45,22%). Na região 02 do Paraná, com prêmio de R$ 96,69/tonelada, a demanda foi para 2.175 toneladas, ou 21,75% das 10 mil toneladas ofertadas. No Mato Grosso do Sul, com um prêmio de R$ 204,70/tonelada, a demanda foi para 2.517 toneladas das 5.000 ofertadas (50,36%). Em São Paulo não houve demanda para as 5.000 toneladas ofertadas com um prêmio de R$ 143,00/tonelada. Assim, para obter sucesso nos próximos leilões provavelmente o governo terá que aumentar o valor dos prêmios. O segundo leilão está previsto para o dia 14/10. (cf. Safras & Mercado)

Para se ter uma ideia do impacto do Pepro no mercado do trigo nacional, Safras & Mercado fez o seguinte raciocínio: “Numa eventual exportação, originada da região 02 do Paraná, o produtor ou cooperativa disponibilizaria o cereal a R$ 422,81/tonelada ao comerciante (preço mínimo de R$ 557,50/tonelada subtraído do prêmio de R$ 134,69/tonelada). Com um frete de R$ 70,00/tonelada e despesas portuárias de R$ 30,00/tonelada, o cereal estaria no FOB estivado de Paranaguá por volta de R$ 522,81/tonelada. Convertido ao câmbio atual corresponderia a US$ 215,59/tonelada, contra US$ 285.00/tonelada do trigo duro dos Estados Unidos e US$ 210,00/tonelada do trigo macio, ambos no Golfo do México. Partindo-se das mesmas contas, o cereal paranaense chegaria CIF nas indústrias nordestinas por volta de US$ 275,00/tonelada, contra US$ 384,00/tonelada do duro estadunidense e US$ 300,00/tonelada do trigo macio.”

O novo leilão de Pepro para o dia 14/04 ofertará mais 160.000 toneladas, praticamente nas mesmas proporções do anterior entre os Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Mesmo decepcionando o mercado, o leilão de Pepro teria tirado os compradores nacionais da inércia, pois retirou 65.000 toneladas do mercado. Isso e mais as perdas ocorridas pelo clima no Paraná e no Rio Grande do Sul (particularmente em qualidade), na semana passada, provocaram uma movimentação das indústrias pelo lado comprador, particularmente no Paraná.

Enfim, segundo o Deral, o Paraná já colheu 53% de sua área de trigo até os primeiros dias de outubro, sendo que 75% das lavouras restantes se encontravam em boas condições. O órgão estadual continua projetando uma safra final de 4 milhões de toneladas de trigo no Paraná.

Fonte: CEEMA