Comentários referentes ao período entre 26/04/2013 a 02/05/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago fecharam o dia 02/05 em US$ 6,97/bushel, após US$ 6,45 uma semana antes. A média de abril ficou em US$ 6,48/bushel, contra US$ 7,26 em março. A tendência, que continua sendo de baixa, pode sofrer algumas modificações em função do atraso no plantio do cereal nos EUA, o qual ainda persiste
devido ao início de primavera chuvoso e frio.
Tanto é verdade que o relatório de plantio do USDA apontou, em 28/04, apenas 5% da área semeada nos EUA, quando o mercado esperava 10% e quando a média histórica para esta época do ano é de 27% da área total. Isso deu sustentação às cotações na semana.
Como na soja, o clima irá ditar o comportamento das cotações do milho nas próximas semanas. Enquanto isso, a tonelada FOB na Argentina e no Paraguai iniciou o mês de maio valendo respectivamente US$ 245,00 e US$ 127,50.
No mercado brasileiro, o balcão gaúcho ficou em R$ 24,05/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco na compra. Nas demais praças nacionais, os lotes giraram, no disponível na compra, entre R$ 11,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,00/saco em Videira (SC).
Quanto aos preços futuros, a tendência continua sendo de forte baixa. A partir de Chicago, os preços no porto de brasileiro, para novembro/dezembro, está abaixo de R$24,00/saco. Isso indica que na região de produção o mesmo deve ficar entre R$ 15,00 e R$ 18,00/saco dependendo das distâncias. Tanto é verdade que no Paraná, o milho safrinha, por enquanto, está cotado a R$ 19,00/saco, diante de um valor no porto a R$ 24,50/saco para julho/setembro. Já no Mato Grosso, o mercado se mantém muito lento, com Sorriso indicando R$ 10,50/saco para junho/julho e Lucas do Rio Verde R$ 11,00/saco para o mesmo período.
Se a safrinha confirmar 41,5 milhões de toneladas, espera-se que o Mato Grosso contribua com 16,4 milhões desse total, o Paraná com 11,6 milhões, o Mato Grosso do Sul com 6,5 milhões e Goiás com 5,4 milhões de toneladas, dentre os principais produtores nacionais. (cf. Safras & Mercado)
Vale ainda destacar que, segundo Safras & Mercado, 83,1% do milho de verão e 84,8% do milho safrinha semeados no Centro-Sul brasileiro foram transgênicos. A título de comparação, em 2008/09 a safra de verão tinha 1,9% e a safrinha 7,9% do total em milho transgênico. O avanço é tão grande das variedades transgênicas que até o governo gaúcho acaba de liberar as mesmas para os programas de troca-troca de sementes junto aos pequenos e médios produtores rurais.
Enfim, a colheita do milho de verão, no final de abril, chegava a 80% do total no Centro-Sul brasileiro. A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 45,26/saco para o produto dos EUA e R$ 36,50/saco para o produto argentino, ainda para abril. Já para maio o produto argentino ficou igualmente em R$ 36,50/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá chegou a R$ 25,94/saco nos últimos dias de abril; R$ 26,08 para maio; R$ 25,66 para junho; R$ 25,42 para julho; R$ 25,50 para agosto; R$ 25,05 para setembro; R$ 24,92 para outubro e R$ 24,60/saco para novembro.
¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.