As cotações do milho em Chicago ficaram, mais uma vez, bastante estáveis nesta semana. O fechamento da quinta-feira (11) registrou US$ 3,56/bushel para o primeiro mês cotado.
O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 10/06, poucas novidades trouxe, embora se deva registrar o aumento nos estoques dos EUA. Assim, a projeção de colheita para 2015/16 foi mantida em 346,2 milhões de toneladas naquele país, enquanto os estoques finais subiram um pouco, ficando em 44,98 milhões de toneladas, contra 44,35 milhões em maio. Nesse contexto, os preços médios projetados aos produtores estadunidenses do cereal, para o dito ano comercial, permaneceram entre US$ 3,20 e US$ 3,80/bushel, contra a média de US$ 3,65 em 2014/15 e US$ 4,46/bushel em 2013/14.
Em termos mundiais, o relatório indicou uma produção global de 989,3 milhões de toneladas, praticamente sem modificações em relação a maio. Todavia, os estoques finais mundiais subiram quase quatro milhões de toneladas, ficando em 195,2 milhões de toneladas no momento. A produção brasileira está mantida em 75 milhões de toneladas, assim como a da Argentina em 25 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 22 milhões de toneladas.
Afora o relatório, o mercado conviveu com certa apreensão em relação ao clima no Canadá, parte da Europa e Austrália, em relação às lavouras de trigo. Quebras nessa produção, com conseqüente aumento de preços, tende a elevar igualmente o preço do milho.
Em contrapartida, as exportações semanais dos EUA não foram boas, ficando em 740.500 toneladas na semana anterior. Ao mesmo tempo, o plantio está encerrado naquele país e as lavouras apresentam um quadro positivo, com 74% entre boas a excelentes.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB terminou a semana em US$ 168,00 e US$ 112,50 respectivamente.
No Brasil, os preços se mantiveram estáveis, com viés de baixa. A média gaúcha no balcão registrou R$ 22,60/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 24,50 e R$ 25,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes registraram valores entre R$ 12,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,00/saco nas regiões catarinenses de Concórdia, Videira, Chapecó e Campos Novos.
Na BM&F o mercado encontra dificuldades para elevar os preços porque o mercado físico está muito ofertado, especialmente agora, com a entrada da safrinha recorde. Todavia, o mesmo não rompe o parâmetro de R$ 25,00/saco em função dos preços praticados no porto de Santos, mais elevados graças aos altos prêmios pagos e ao câmbio. Além disso, a falta de estrutura portuária penaliza o milho em favor da soja, por enquanto. Nesse sentido, os compradores paulistas estão buscando milho de outros estados a preços menores. Para novembro e dezembro o câmbio e o ritmo de embarques no segundo semestre é que definirão os preços. (Cf. Safras & Mercado)
Em termos da safrinha, cuja colheita se acelera aos poucos, Goiás indica valores ao redor de R$ 17,50/saco FOB, para entrega em julho.
No geral, o mercado do milho no Brasil não encontra motivos altistas suficientes para reverter o atual quadro de preços. Os compradores do cereal estão pouco presentes no mercado, esperando a entrada definitiva da safrinha.
Enfim, a importação no CIF indústrias brasileiras registrou R$ 41,68/saco para junho para o produto dos EUA e R$ 40,05 para o produto argentino. Para julho o produto argentino ficou em R$ 42,09/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 27,91/saco para junho; R$ 27,99 para julho; R$ 27,98 para agosto; R$ 28,05 para setembro; R$ 28,46 para outubro; R$ 28,49 para novembro e dezembro; e R$ 29,38/saco para janeiro/16.
Fonte: CEEMA