Comentários referentes ao período entre 03/05/2013 a 09/05/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Emerson Juliano Lucca²
As cotações do milho em Chicago acabaram recuando durante quase toda a semana, exceção feita à quinta-feira (09), véspera do relatório do USDA. Assim, o fechamento deste dia 09/05 ficou em US$ 6,94/bushel, após US$ 6,97 uma semana antes e US$ 6,75 na véspera.
Dois elementos de curto prazo jogam forte neste momento no cenário internacional do cereal. O primeiro é o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para esta sexta-feira (10), o qual comentaremos com detalhes na próxima semana. O mercado espera, para a safra velha 19,1 milhões de toneladas de estoque final e para a safra nova 50,1 milhões de estoque final. O segundo elemento em jogo é o atraso no plantio da atual safra devido ao clima muito chuvoso. Até o dia 05/05 o mesmo chegava a 12% da área esperada, contra 47% na média histórica para esta época. Por enquanto, não há perdas já que o prazo ideal para tal plantio vai até o dia 30/05. Apenas é que o atraso pode estender a entressafra dos EUA num momento em que os estoques estão baixos devido a frustrada safra passada. Normalmente o plantio chega a 50% da área na primeira quinzena de maio. (cf. Safras & Mercado)
No mais longo prazo, em se recuperando o plantio e o clima permitindo, a tendência é de uma safra recorde nos EUA, fato que puxaria as cotações para baixo em Chicago.
Enquanto isto, a tonelada FOB na Argentina e no Paraguai, para maio, fechou a semana respectivamente em US$ 240,00 e US$ 135,00. Nota-se um aumento no preço do cereal paraguaio.
Já no Brasil, os preços estabilizaram, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 24,02/saco, enquanto os lotes, na compra, ficaram entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 12,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,00/saco no centro e oeste de Santa Catarina.
No Nortão do Mato Grosso a safrinha se estabiliza, por enquanto, R$ 10,00/saco para junho/julho próximos.
Vale destacar que Santa Catarina está trazendo milho do Mato Grosso do Sul a R$ 26,00/saco, posto na região oeste do Estado. Fala-se de negócios de milho safrinha paraguaio, com entrega para junho e julho, a US$ 195,00/tonelada posto no local de consumo. Isso representa, ao câmbio de hoje, R$ 23,40/saco. Já na região de Toledo, no Paraná, o produto paraguaio ficaria por US$ 175,00/tonelada ou R$ 21,00/saco atualmente. Ou seja, a tendência de novas baixas para os preços do cereal continua para o segundo semestre, especialmente se a safrinha brasileira confirmar o volume recorde projetado.
Para confirmar tal quadro, as exportações brasileiras de milho caminham lentamente. O embarque de abril se confirmou em apenas 606.000 toneladas, havendo para maio uma projeção de no máximo 100.000 toneladas.
Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras fechou a semana em R$ 44,00/saco para o produto dos EUA e R$ 35,90/saco para o produto da Argentina, ambos para maio. Para junho o produto argentino manteve o mesmo preço. Já na exportação, o transferido via Paranaguá, atingiu a R$ 25,47/saco para maio; R$ 25,65 para junho; R$ 25,54 para julho; R$ 25,54 para agosto; R$ 25,65 para setembro; R$ 25,17 para outubro; R$ 24,85 para novembro; R$ 24,89/saco para dezembro.
¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.