Home » Publicações » Agronegócio » Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/12/2015

Análise Semanal do Mercado de Milho – 18/12/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago recuaram igualmente, fechando a quinta-feira (17) em US$ 3,74/bushel para o primeiro mês cotado, após US$ 3,69 na véspera.

O que auxiliou um pouco o mercado estadunidense foi que as exportações semanais atingiram 1,1 milhão de toneladas na semana anterior, fato que levou à especulação a cogitar a possibilidade de que o mercado esteja iniciando um processo de compras a partir dos baixos preços do cereal em Chicago. Outra questão importante é que o mercado ainda não teria precificado as quebras de safra no Centro-Norte brasileiro devido a falta de chuvas nas lavouras de milho. Aliás, ainda não está quantificada esta quebra embora ela seja, para muitos, evidente.

Em contraponto a isso, a queda do preço do petróleo para US$ 35,50/barril em alguns momentos da semana esfriou ainda mais a possibilidade de um aumento no uso do milho estadunidense para a fabricação de etanol.

A alta dos juros nos EUA, mesmo que suave, é um indicativo de que o processo se iniciou e tende a atrair mais dólares para aquele país, levando a uma desvalorização da moeda no mercado internacional. Isso deixaria os produtos estadunidenses mais competitivos na exportação.

Como contraponto existe a real possibilidade de uma desvalorização importante do peso argentino, fato que deixaria o milho do vizinho país muito competitivo no mercado mundial. Além disso, o governo local zerou a tarifa de exportação de diversos produtos, dentre eles o milho, tornando a Argentina mais agressiva no mercado mundial do cereal, pois os produtores poderão ganhar mais com a venda do produto.

Entretanto, existem dúvidas quanto a existência de grandes estoques do produto na Argentina nesse momento. Todavia, o efeito de tal medida será no próximo ano e seguintes, quando a semeadura do cereal tende a aumentar.

Ainda na Argentina, mesmo com as novas medidas de comercialização tomadas pelo governo Macri, a tonelada de milho recuou para US$ 168,00. Ao mesmo tempo, a tonelada do produto no Paraguai disparou para US$ 117,50 diante de algumas dificuldades climáticas que se fazem presentes naquele país, além de maior preferência de plantio para com a soja.

Já no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 30,08/saco. Já os lotes ficaram em R$ 36,00/saco em praças do Planalto Médio. Nas demais praças nacionais, os lotes registraram R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso, até R$ 35,00/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

A partir de agora o mercado começa a paralisar suas atividades em função das festas de final de ano, retomando-as na primeira semana de janeiro. Mesmo assim, há movimento importante pelo lado exportador já que o ano comercial 2015/16 se encerra em 31/01/2016 e deverá bater um recorde histórico na venda de milho. Além disso, a oferta no interior do país está cada vez mais escassa, elevando os preços locais e colocando em destaque a futura colheita de verão. Qualquer problema climático na mesma puxa os preços do cereal ainda mais para cima.

Nesse último caso, haveria perdas certas no Centro-Norte brasileiro devido à falta de chuvas. Isso deixa o quadro de oferta para o primeiro trimestre do próximo ano ainda mais preocupante. A partir de abril, o plantio da safrinha nacional ditará os rumos do mercado, porém, o aperto na oferta continuará importante no restante do primeiro semestre.

Nesse sentido, as exportações brasileiras ganham ainda mais importância neste final de ano comercial. Segundo a Secex, nas primeiras duas semanas de dezembro o Brasil teria exportado 3,1 milhões de toneladas de milho. No total do atual ano comercial o país deverá mesmo chegar próximo a 34 milhões de toneladas.

Assim, o mercado interno continua registrando altas nos preços do milho, com a região de Campinas (SP) trabalhando a R$ 36,00/saco à prazo, havendo negócios concretos a R$ 37,50/saco. Por sua vez, os preços nos mercados do Paraná e de Minas Gerais já superam os praticados em São Paulo. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a importação, no CIF indústrias brasileiras, fechou a semana com R$ 52,52/saco para o produto dos EUA e R$ 50,21/saco para o produto da Argentina, ambos para dezembro. Já o produto argentino para janeiro registrou R$ 52,81/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 38,94/saco para dezembro; R$ 39,02 para janeiro; R$ 38,65 para fevereiro; R$ 38,02 para março; R$ 37,93 para abril; e R$ 38,23/saco para maio. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Gráfico de preços do milho – CBOT – Vencimento Março/2016

Milho18122015.png

Gráfico de preços do milho – BM&FBovespa – Vencimento Março/2016

CCMH16-18122015