Home » Publicações » Agronegócio » Análise Semanal do Mercado de Trigo – 18/12/2015

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 18/12/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago fecharam a quinta-feira (17) estáveis, com o bushel registrando US$ 4,84 para o primeiro mês cotado, ou seja, o mesmo valor de uma semana antes.

O clima positivo junto às lavouras dos EUA, os estoques abundantes nos EUA e no mundo, seguram as cotações em Chicago. 

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de trigo, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 225.100 toneladas na semana encerrada em 3 de dezembro. Tal volume foi 45% abaixo da média das quatro semanas anteriores, ficando menor do que as expectativas do mercado. Ao mesmo tempo, as inspeções de exportação atingiram a 434.767 toneladas na semana encerrada em 10/12, acumulando 10,96 milhões de toneladas no atual ano comercial, contra 12,82 milhões em igual período do ano anterior.

Nos países do Mercosul, a tonelada de trigo para a exportação girou entre US$ 180,00 e US$ 210,00 no FOB.

No Brasil, a média gaúcha no balcão estacionou em R$ 33,50/saco, enquanto os lotes fecharam a semana em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes se mantiveram entre R$ 730,00 e R$ 780,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,80 e R$ 46,80/saco. 

Enquanto a colheita brasileira foi encerrada com fortes perdas físicas e de qualidade, na Argentina a mesma chegou a 41% da área. No Brasil, os produtores que possuem trigo de qualidade superior estão segurando o produto, visando preços mais altos. Paralelamente, os moinhos continuam com compras fracas, pois as vendas de farinha não deslancham. Todavia, espera-se para o início de janeiro uma retomada na demanda interna do cereal, fato que deve elevar os preços do saco de trigo. O problema é que, diante da proximidade da colheita de verão, os produtores tendem a vender a preços mais baixos para abrirem espaço em seus armazéns, fato que pode beneficiar a indústria.

Pelo sim ou pelo não, o fato é que o Brasil precisará importar cerca de 7 milhões de toneladas de trigo neste novo ano, sendo que mais de um milhão de toneladas virá de países da América do Norte, pois o Mercosul não deverá ter produto suficiente. Em novembro, por exemplo, o Brasil importou 490.000 toneladas, sendo 54,5% da Argentina, 23,6% do Paraguai, 19,1% do Uruguai e 2,9% dos EUA. O Ceará foi o Estado que mais comprou, com 19,2% do total, seguido do Paraná com 17,2%, da Bahia e Pernambuco com 10,5% cada um e Sergipe com 8,1%. Os demais Estados somados ficaram com 34,4% do total importado. No mesmo mês o país exportou 16.000 toneladas de produto de qualidade inferior (para ração), destinadas à Coreia do Sul. No ano passado, nesta mesma época, o país havia exportado 41.700 toneladas.

A forte desvalorização do Real, que voltou a ultrapassar os R$ 3,90 por dólar durante esta semana, puxada pela perda do grau de investimento junto a agência Fitch e mais o aumento do juro nos EUA, torna a importação mais cara. Pelas paridades de importação, o trigo argentino chega ao país ao redor de R$ 1.012,00/tonelada CIF São Paulo, enquanto o estadunidense soft chega a R$ 1.162,00/tonelada e o hard a R$ 1.203,00/tonelada. Já o trigo uruguaio chega a R$ 933,00/tonelada e o paraguaio a R$ 986,00. (cf. Safras & Mercado) 

Nesse contexto, a tendência do produto brasileiro de qualidade é de aumento em seus preços para o início de 2016, especialmente a contar de março próximo. Entretanto, a retirada da tarifa de exportação na Argentina tende a deixar o vizinho país mais agressivo e com maior volume para vendas externas.

Enfim, em termos de exportação, o trigo de baixa qualidade, no sul do país, tem sido negociado entre R$ 485,00 e R$ 490,00/tonelada FOB, ou seja, entre R$ 29,10 e R$ 29,40/saco, contra R$ 510,00/tonelada (R$ 30,60/saco) uma semana antes, mesmo com o Real mais desvalorizado. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Trigo18122015