As cotações do milho em Chicago pouco oscilaram durante a semana, com o fechamento desta quinta-feira (24) registrando US$ 3,81/bushel.
O clima favorável à colheita nos EUA, onde 10% da área já foi cortada, não permite melhores cotações. Nem mesmo a melhoria das exportações do cereal conseguiu alterar o quadro de estabilidade. Ou seja, assim como no caso da soja, os fundamentos do mercado mundial de milho continuam baixistas, sem perspectivas de grandes alterações nas próximas semanas.
Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de milho, para 2015/16, na semana encerrada em 10/09, somaram 533.000 toneladas, com o México adquirindo 381.000 toneladas desse total. Na semana encerrada em 03/09 o volume exportado atingiu a 411.200 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Outro fator que ajudou a manter as cotações em relativa baixa foi a baixa dos preços do petróleo, a qual desestimula a produção de etanol a base de milho nos EUA, fato que deixa mais cereal em estoque.
Ao mesmo tempo, as condições das lavouras estadunidenses se mantiveram, até o dia 20/09, em 68% entre boas a excelentes.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB se manteve respectivamente em US$ 162,00 e US$ 100,00.
Aqui no Brasil, o câmbio totalmente descontrolado continua sendo a vedete do mercado. Após bater em R$ 4,14 em alguns momentos desta semana, o mesmo praticamente travou o mercado do milho. Os produtores, diante de uma escala de preços inesperada, seguram ao máximo seu produto, esperando novas altas. No atual contexto político e econômico do país, é difícil indicar em que momento iniciará a reversão cambial para níveis mais palatáveis. Pelo sim ou pelo não, o fato é que ela virá e provocará um forte recuo nos preços do cereal, já que em termos de oferta e demanda nacional não há outra justificativa para as altas que vêm ocorrendo.
Tanto é verdade que, mesmo com o atual câmbio, as exportações não deslancham, tendo o país exportado, nas três primeiras semanas de setembro, um total de 1,66 milhão de toneladas, quando o mercado chegou a projetar volumes entre 3 a 4 milhões de toneladas para o conjunto do mês.
O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 25,63/saco, enquanto os lotes subiram para valores entre R$ 31,50 e R$ 32,00/saco. Nas demais praças, os lotes chegaram a R$ 18,00/saco no Nortão do Mato Grosso e a R$ 32,00/saco nas regiões produtoras de Santa Catarina.
Nos portos, os preços em Santos fecharam a semana em R$ 37,00/saco no disponível, enquanto em Paranaguá ficaram ao redor de R$ 35,50/saco. O referencial Campinas (SP) igualmente foi a R$ 35,00/saco.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 55,67/saco para o produto dos EUA e R$ 51,03/saco para o produto argentino. Já para outubro, o produto argentino ficou em R$ 53,49/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,49/saco para setembro; R$ 35,68 para outubro; R$ 35,99 para novembro; R$ 35,78 para dezembro; R$ 36,32 para janeiro; R$ 36,65 para fevereiro; e R$ 36,97/saco para março.
Fonte: CEEMA