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Análise Semanal do Mercado de Milho – 27/Fev/2015

As cotações do milho, mais uma vez, perderam força em Chicago, não acompanhando o movimento da soja. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (26) em US$ 3,80, após US$ 3,75 na véspera. Uma semana antes o mesmo estava em US$ 3,89.

Por enquanto, o milho não encontra apoio fundamental para uma recuperação de preços em Chicago. A relação de preços entre a soja e o milho, nos EUA, continua favorável à oleaginosa, indicando um aumento de área desta em detrimento ao milho. Por isso, surpreendeu ao mercado o anúncio, no Fórum Outlook do USDA, em meados de fevereiro, de que a área de soja poderá diminuir um pouco (0,24%). Analistas internacionais alertam que geralmente a intenção de plantio, indicada no final de março, é diferente destes números e é esta que vale. Tanto é verdade que em 2014 esta intenção, para a soja, superou em 1,62 milhão de hectares a área a ser semeada com soja em relação ao indicado pelo Fórum. Seguindo esse raciocínio, a área a ser semeada com soja nos EUA neste ano 2015 poderia alcançar 35,4 milhões de hectares, ou seja, 1,53 milhão de hectares acima do recorde efetivamente semeado no ano passado naquele país. Ora, isso em clima normal gerará um novo recorde de produção, forçando novas baixas nas cotações futuras da soja. Em assim ocorrendo, a área de milho poderá acabar registrando uma nova redução, fato que puxaria um pouco para cima suas cotações em Chicago. Portanto, o relatório de intenção de plantio previsto para o dia 31/03 será decisivo para definir os rumos do mercado.

Paralelamente, o mercado acompanha a colheita na América do Sul, enquanto as exportações dos EUA, na semana anterior, registraram um número positivo de 901.000 toneladas.

Outro elemento que tem impedido novas altas nas commodities é que o dólar, na média, se mantém forte no cenário internacional.

Enfim, alguns meteorologistas estadunidenses dão conta de que há possibilidade de a primavera nos EUA ser úmida, devido ao rigoroso inverno, fato que atrasaria o plantio do milho em algumas regiões, levando a um maior plantio de soja naquele país. (cf. Safras & Mercado)

Enquanto isso, a tonelada FOB na Argentina voltou a recuar, ficando em US$ 173,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 136,50.

Aqui no Brasil, os preços pouco se alteraram. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 23,29/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 25,00 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes registraram R$ 16,00/saco em Sapezal (MT) e regiões vizinhas, e R$ 27,50/saco em Videira (SC).

A desvalorização do Real, que mantém nossa moeda entre R$ 2,83 e R$ 2,87 tem sustentado os preços relativos do milho. No final da semana anterior o referencial Campinas (SP) atingiu a R$ 30,00/saco CIF. Além disso, o encarecimento do frete nacional, agora ainda mais complicado em função do movimento dos caminhoneiros, é um fator decisivo para a formação dos preços do milho nesse momento. (cf. Safras & Mercado)

Por enquanto, o mercado paulista, por exemplo, se mantém firme, sendo que na BM&F a posição maio começa a se tornar referência. Ajuda ainda a manter os preços do milho nestes atuais patamares o fato de que a atenção de colheita e logística está voltada, agora, para a soja. Quanto ao plantio da safrinha, há paralisação em algumas regiões do país, enquanto em outras se registra uma situação mais avançada de semeadura. Isso coloca a média de plantio da mesma dentro da normalidade neste final de fevereiro.

Enfim, os embarques de milho em fevereiro, por parte do Brasil, somavam 945.200 toneladas no final da terceira semana. Lembramos que o Brasil precisará exportar, no ano comercial 2015/16 (fevereiro-janeiro), mais uma vez cerca de 20 milhões de toneladas do cereal para desovar estoques e, com isso, propiciar alguma reação de preços internos.

A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para fevereiro, R$ 40,27/saco para o produto dos EUA e R$ 38,23/saco para o produto oriundo da Argentina. Para março, o produto argentino ficou em R$ 39,43/saco. Já na exportação, o transferido via Paranaguá, registrou os seguintes valores: R$ 29,21/saco para fevereiro; R$ 28,73 para março; R$ 28,52 para abril; R$ 29,02 para maio; R$ 29,51 para julho; R$ 29,47 para agosto e setembro; e R$ 30,16/saco para novembro. (cf. Safras & Mercado)

Fonte: CEEMA