As cotações do milho em Chicago cederam um pouco durante a semana, fechando o dia 28/05 em US$ 3,53/bushel, após US$ 3,49 na véspera e US$ 3,65 uma semana antes.
Continua faltando fatores altistas no mercado, já que a nova safra dos EUA avança normalmente e desenha mais uma produção significativa a partir de setembro. Por sua vez, as exportações também empolgam pouco, tendo ficado em 813.000 toneladas na semana anterior. O único fator altista veio do trigo, que enfrenta problemas climáticos. Com a relativa alta nas cotações deste cereal o milho tende a ser mais demandado, fato que permitiria uma recuperação nos seus preços. Todavia, tal relação ainda está muito insipiente já que igualmente os preços do trigo têm oscilado muito em Chicago, não consolidando uma tendência. Surgiram igualmente algumas especulações quando a falta de chuvas nas lavouras da Rússia e da Ucrânia.
No geral, assim como para a soja, faltam indicadores positivos para o milho nestes últimos tempos.
Para piorar o quadro, o plantio nos EUA já alcançou 92% da área até o dia 24/05, sendo que 74% das lavouras semeadas se apresentam em condições entre boas a excelentes. Esse bom andamento das lavouras dos EUA tem sido o principal elemento baixista em Chicago.
Na América do Sul, a tonelada FOB nos portos argentinos ficou em US$ 165,00, enquanto no Paraguai recuou para US$ 110,00. ambas para maio.
No mercado brasileiro, os preços cederam mais um pouco, mesmo com um Real de desvalorizando na semana. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 22,90/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 24,00 e R$ 25,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 13,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 26,50/saco em Campos Novos (SC).
O mercado interno brasileiro vem procurando pontos de apoio para voltar a subir, porém, não os tem encontrado. Algum movimento altista, entretanto, pode acontecer até a entrada mais significativa da safrinha, prevista para fins de junho. Por enquanto, no porto de Santos algumas empresas estão sustentando preços ao redor de R$ 29,00/saco, com entregas para agosto e pagamento em setembro/outubro. Mas é bom lembrar que o Mato Grosso já está ofertando a safrinha e não vem encontrando liquidez para julho e agosto nos portos. Por enquanto, apenas o porto de Santos ainda vem aceitando embarques para agosto enquanto os demais somente para outubro/novembro. (cf. Safras & Mercado)
Por outro lado, o retorno da desvalorização do Real (trabalhou em R$ 3,16 no dia 28) deu alguma sustentação aos preços em Santos.
Com as enormes dificuldades de embarques de milho, o mês de maio chegou à quarta semana do mês com apenas 6.000 toneladas exportadas. Não há navios para junho nos portos nacionais em função da prioridade dada à soja.
Pelo lado da produção nacional, a continuidade das chuvas nas regiões produtoras continua indicando uma safrinha recorde neste ano. As previsões de geadas para o início de junho no Paraná não deverão causar transtornos às lavouras de milho safrinha locais.
Diante deste cenário geral, a tendência continua sendo de preços mais baixos para o milho no segundo semestre, em condições normais de oferta da safrinha e de uma estabilização no movimento cambial.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo, para maio, R$ 42,35/saco para o produto dos EUA e R$ 40,58/saco para o produto oriundo da Argentina. Para junho, o produto argentino ficou em R$ 42,48/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 27,98/saco para maio; R$ 28,47 para junho; R$ 28,51 para julho; R$ 28,45 para agosto; R$ 28,48 para setembro; e R$ 28,55/saco para outubro, novembro e dezembro.
Fonte: CEEMA