Home » Publicações » Agronegócio » Análise Semanal do Mercado de Milho – 04/09/2015

Análise Semanal do Mercado de Milho – 04/09/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago recuaram forte durante a semana, fechando o dia 03/09 em US$ 3,47/bushel. A média de agosto ficou em US$ 3,67, contra US$ 4,06/bushel em julho.

O mercado está pressionado pelo início da colheita nos EUA, a qual não sofreu problemas climáticos importantes até o momento, além da realidade econômica na China. Soma-se a isso também a pressão exportadora do Brasil e da Argentina, agora com um produto mais competitivo devido a forte desvalorização cambial, particularmente no Brasil (a semana viu o Real se aproximar de R$ 3,80 por dólar).

Dito isso, as vendas líquidas estadunidenses de milho, na semana encerrada em 20/08, atingiram a 131.800 toneladas para o ano 2014/15, iniciado em 1º de setembro. Para 2015/16 tais vendas alcançaram 986.600 toneladas.

Se as vendas foram um fator altista, pesou mais o clima favorável nos EUA como fator baixista para as cotações. Além disso, com as atribulações econômicas na China, Grécia, Brasil e outros países, o dólar continuou se fortalecendo no cenário internacional, forçando a baixa dos preços em Chicago igualmente.

A qualidade das lavouras estadunidenses baixou um pouco, ficando agora em 68% entre boas a excelentes, porém, não foi suficiente para reverter o quadro baixista. Começa a pesar nesse momento o ritmo da colheita nos EUA, o qual fica balizado pelo clima.

O mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 11/09, para estabelecer um novo patamar de preços, caso o mesmo venha com modificações para menos na produção e nos estoques finais dos EUA.

A tonelada FOB na Argentina voltou a recuar, ficando em US$ 158,00, enquanto no Paraguai a mesma se estabeleceu em US$ 100,00.

No Brasil, os preços pouco se alteraram, apesar da fraqueza do Real. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 24,48/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 29,00 e R$ 29,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 17,00/saco na região de Sorriso (MT) e R$ 28,50/saco nas regiões catarinenses de Concórdia, Videira e Campos Novos. Em Minas Gerais, a região de Itahandu registrou R$ 29,00/saco.

O mercado do milho está muito volátil, sofrendo forte influência do câmbio. Muitos produtores não estão vendendo esperando novas desvalorizações do Real, o que elevaria as vendas externas e ajudaria a aumentar o preço interno do cereal.

Afora isso, o mercado nacional do milho continua enfrentando problemas crônicos de logística, fato que impede preços melhores aos produtores, apesar das condições cambiais. A safrinha chega ao final e, diante do câmbio, não influencia mais os preços para baixo, embora o volume ofertado seja muito expressivo, com a produção nacional de milho, neste ano, tendo ficado ao redor de 84 milhões de toneladas (safra e safrinha).

Por enquanto, a demanda pelo produto de 2016 está surpreendendo o mercado, fato que pode garantir preço melhor logo adiante, especialmente se a nova safra de verão for menor em razão da redução da área semeada.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil teria exportado 2,28 milhões de toneladas em agosto. Todavia, tal volume está sendo questionado pelo mercado, já que os registros portuários dão conta de uma exportação ao redor de 4,5 milhões de toneladas em agosto. Caso esse último volume for o correto, temos a confirmação de que o câmbio realmente passou a ajudar na venda externa do produto, fato que permitirá uma desova maior de estoques e, com isso, a possibilidade de preços melhores aos produtores futuramente. Para setembro, a programação de exportação está em 4,7 milhões de toneladas. (cf. Safras & Mercado)

O efeito câmbio no porto de Santos é tão forte que o preço local já gira entre R$ 33,00 e R$ 34,00/saco nos embarques de setembro. Isso está levando os produtores da safrinha a segurarem ao máximo o cereal, esperando preços ainda mais elevados no interior.

Assim, a atual combinação de fatores acima citados não permite esperar, pelo menos enquanto a mesma perdurar, recuo nos preços do milho no mercado brasileiro.

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF moinhos nacionais, valendo R$ 50,12/saco para o produto dos EUA e R$ 45,71/saco para o produto da Argentina, ambos para setembro. Já o produto argentino para outubro ficou em R$ 48,85/saco. Na exportação, no transferido via Paranaguá, os preços assim ficaram: R$ 32,61/saco para setembro; R$ 33,07 para outubro; R$ 33,23 para novembro; R$ 33,32 para dezembro; R$ 34,16 para janeiro; R$ 34,12 para fevereiro; e R$ 34,39/saco para março. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA