As cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar forte na semana, chegando a bater em US$ 4,38/bushel no dia 01/03. Após ajustes técnicos, o fechamento desta quinta-feira (03) ficou em US$ 4,53/bushel. A média de fevereiro foi de US$ 4,59/bushel, contra US$ 4,73 em janeiro. Um ano atrás Chicago cotava o primeiro mês em US$ 5,13/bushel.
O Fórum Outlook do USDA indicou a possibilidade de uma área semeada com trigo, nos EUA, ao redor de 20,6 milhões de hectares em 2016. Isso significa 6,7% a menos do que a registrada no ano anterior. O preço médio do cereal ficaria ao redor de US$ 4,20/bushel neste ano. Como se sabe, o que irá contar mesmo para o mercado é o relatório de intenção de plantio, a ser anunciado no dia 31/03.
Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses, em trigo, atingiram a 387.900 toneladas na semana encerrada em 18/02, com um ganho de 77% sobre a média das quatro semanas anteriores. Para o novo ano comercial 2016/17 foram negociadas 98.300 toneladas. Já as inspeções de exportação somaram 371.934 toneladas na semana encerrada em 25/02. Em igual período do ano passado o volume inspecionado foi de 480,754 toneladas.
Nas regiões de exportação do Mercosul, o preço da tonelada FOB se manteve entre US$ 170,00 e US$ 203,00.
No Brasil, os preços do trigo continuaram estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 33,60/saco, enquanto os lotes atingiram a R$ 680,00/tonelada ou R$ 40,80/saco. No Paraná os lotes ficaram entre R$ 760,00 e R$ 770,00/tonelada, ou seja, entre R$ 45,60 e R$ 46,20/saco. Valores estes para o produto de qualidade superior.
O mercado nacional fechou o mês de fevereiro com a média paranaense em R$ 765,00/tonelada (R$ 45,90/saco) e a gaúcha em R$ 680,00/tonelada (R$ 40,80/saco). Moinhos abastecidos, produtores focados na colheita de verão, e preços elevados para o milho colocaram o trigo em segundo plano. Além disso, a forte elevação dos fretes e a falta de caminhões fazem com que os moinhos se interessem pelo trigo a partir de abril. Enfim, há indicação de compra de trigo procedente do Paraguai a US$ 180,00/tonelada. Ao câmbio de hoje, isso representa R$ 42,12/saco. Como se nota, por enquanto, mesmo com a diferença de preço se reduzindo, o trigo nacional continua mais atrativo. O problema é que praticamente não há produto nacional de qualidade superior. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico do TRIGO na CBOT – Vencimento Set/16