As cotações do trigo ensaiaram uma baixa na semana, porém, acabaram se estabilizando nos mesmos níveis do final da semana anterior, com o fechamento desta quinta-feira (19) ficando em US$ 5,12/bushel.
As vendas líquidas de trigo por parte dos EUA somaram 445.200 toneladas na semana encerrada em 05/03. Tal volume ficou 21% acima da média das quatro semanas anteriores. Desse total, a China comprou 115.000 toneladas. Já para o ano 2015/16 foram exportadas 48.000 toneladas. Quanto às inspeções de exportação, o volume atingiu a 519.592 toneladas na semana encerrada em 12/03. No acumulado do ano comercial, iniciado em 01/06, o total chega a 17,9 milhões de toneladas, contra 24,9 milhões em igual momento do ano anterior.
Como as exportações estão boas nos EUA, e existe preocupações climáticas em relação a atual safra, os preços se mantiveram mais firmes nesse momento, porém, sem empolgarem.
A título de informação, a União Europeia, para 2015/16, calcula sua safra de trigo macio em 140,4 milhões de toneladas, contra 148,8 milhões no ano anterior.
Aqui na Argentina, os preços nos portos de exportação ficaram entre US$ 230,00 e US$ 242,00/tonelada. A partir desse último valor, o produto argentino, no atual câmbio, chegaria CIF moinhos paulistas em R$ 988,00/tonelada. Com isso, a paridade de importação é de R$ 880,00/tonelada no interior do Paraná e de R$ 831,00/tonelada no Rio Grande do Sul. Já o trigo duro dos EUA chegaria CIF São Paulo a R$1.203,00/tonelada. A paridade de importação é de R$ 1.091,00/tonelada no interior do Paraná e de R$ 1.042,00/tonelada no interior do Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o trigo macio estadunidense chegaria CIF São Paulo a R$ 1.082,00/tonelada. Com isso a paridade de importação é de R$ 972,00/tonelada no interior do Paraná e de R$ 923,00/tonelada no interior do Rio Grande do Sul. (cf. Safras & Mercado)
No Brasil, os preços internos ainda pouco evoluíram. O balcão gaúcho fechou na média de R$ 25,75/saco. Por sua vez, os lotes ficaram em R$ 520,00/tonelada ou R$ 31,20/saco. Já no Paraná os lotes ficaram entre R$ 630,00 e R$ 640,00/tonelada, ou seja, entre R$ 37,80 e R$ 38,40/saco.
Mesmo com os moinhos nacionais voltando às compras, pressionados por um Real cada vez mais desvalorizado, o que encarece o produto importado, os preços internos do trigo sobem muito lentamente. Todavia, é de se esperar, para as próximas semanas, uma aceleração nesse aumento para o trigo de qualidade superior no Paraná. Já no Rio Grande do Sul, os volumes de negócios são baixos, pois a oferta de produto de qualidade superior é restrita devido a frustração da última safra.
Enfim, a indústria segue antecipando a iminente alta do mercado interno, puxada pelas paridades de importação que têm elevado os preços no mercado externo, abrindo espaço para altas no âmbito doméstico. As negociações apresentam maior volume para o estado do Paraná que ainda apresenta cerca de 20% a 30% da produção para comercialização, enquanto no Rio Grande do Sul os produtores já escoaram praticamente todo o trigo, que apresentava baixa qualidade, para a Ásia e a África. (cf. Safras & Mercado)
Fonte: CEEMA
