As cotações do milho, apesar do exíguo tempo que os produtores dos EUA possuem para recuperar a área semeada, também aumentaram nesta semana, porém, em ritmo mais lento, fechando a quinta-feira (23) em US$ 6,62/bushel, contra US$ 6,41 uma semana antes. Parte deste comportamento se deve a forte recuperação no plantio durante a semana anterior. Tanto é verdade que até o dia 19/05 os produtores estadunidenses tinham atingido a 71% da área, contra apenas 28% uma semana antes, e 79% que é a média histórica. Nota-se que todas as atenções se voltam ao plantio do cereal, fato que explica a menor recuperação na semeadura da soja, que possui mais tempo para ocorrer (a janela ideal para o plantio do milho fecha em 30/05, enquanto a da soja é em 15/06, podendo se estender um pouco mais).
Dito isso, destaque para o anúncio, por analistas privados dos EUA (Informa Economics) de que a área final de milho naquele país recuaria para 39,2 milhões de hectares, contra 39,6 milhões do relatório anterior e 39,4 milhões anunciados pelo USDA no dia 10/05. Ou seja, o mercado começa a contabilizar uma real possibilidade de haver transferência de área do milho para a soja nos EUA.
No fundo, o clima continua sendo o elemento central que definirá, até o início de junho, o que se poderá obter com o milho em termos de área. Lembramos que no dia 28/06 sai o relatório oficial de plantio nos EUA.
Na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB média permaneceu em US$ 255,00 e US$ 142,50 respectivamente.
Já no mercado brasileiro, o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 23,57/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 25,50 e R$ 26,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 11,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,00/saco nas regiões catarinenses de Campos Novos, Canoinhas e Mafra.
Diante de exportações nacionais que acumulam apenas 160.000 toneladas em maio, o mercado espera tão somente um total exportado de milho ao redor de 250.000 a 300.000 toneladas no atual mês. Isso continua gerando pressão baixista sobre os preços do cereal.
Para contrabalançar tal realidade, se constata perdas em parte da safrinha de Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo devido a falta de chuvas em parte de abril e maio. Isso poderá levar a uma revisão para baixo do número recorde que se estimava ao redor de 41,5 milhões de toneladas para a safrinha, porém, provavelmente não sendo suficiente para reverter o quadro de forte baixa nos preços do cereal para o segundo semestre.
Tanto é verdade que neste final de semana, o Paraná trabalhou com a safrinha entre R$ 19,00 e R$ 20,00/saco na compra. Já no Mato Grosso os preços ficaram entre R$ 10,50 e R$ 11,50/saco. Nos dois casos para julho. Enquanto isso, em Goiás, onde os efeitos da estiagem teria sido maiores, a safrinha está sendo negociada entre R$ 17,00 e R$ 17,50/saco para julho/agosto. Lembramos que a safra de verão em Goiás chegou até a R$ 28,00/saco no final de fevereiro passado. Enfim, no Mato Grosso a colheita da safrinha se inicia neste final de maio.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 44,34/saco para o produto dos EUA e R$ 38,38/saco para o produto argentino, ambos ainda para maio. Já o produto argentino para junho ficou em R$ 37,13/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, bateu em R$ 26,49/saco para maio; R$ 25,76 para junho; R$ 25,65 para julho; R$ 25,45 para agosto; R$ 24,52 para setembro; R$ 23,68 para outubro; R$ 23,92 para novembro; e R$ 23,69/saco para dezembro.
Fonte: CEEMA