Comentários referentes ao período entre 26/07/2013 a 01/08/2013
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²
Guilherme Gadonski de Lima³
As cotações do milho em Chicago igualmente cederam durante a semana, chegando a US$ 4,89/bushel no dia 29/07, se recuperando um pouco posteriormente, porém, fechando o dia 01/08 em US$ 4,87/bushel. A média de julho ficou em US$ 5,89 o que mostra a defasagem entre os valores deste início de agosto e o que ocorreu em boa parte do mês anterior. A título de comparação, a média de junho tinha sido de US$ 6,62/bushel.
O sentimento geral é o mesmo encontrado na soja, porém, já mais consolidado no caso do cereal. A possível especulação climática de julho acabou não ocorrendo, pois o clima transcorreu muito bem e, hoje, praticamente não há motivos altistas neste mercado. Pelo contrário, com as condições das lavouras de milho, em 28/07, alcançando 63% entre boas a excelentes e chuvas boas num momento em que 71% das lavouras estava em polinização, é praticamente certo uma safra cheia nos EUA neste ano. Dito de outra maneira, mais alguns dias e o milho estará praticamente à salvo das intempéries naquele país.
Esse contexto mantém a tendência do mercado internacional de caminhar na direção dos US$ 4,00/bushel e até menos do que isso ainda neste mês de agosto.
Dito isso, na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB se manteve com preços baixos, fechando a semana em US$ 225,00 e US$ 127,50 respectivamente.
No mercado brasileiro, os preços de balcão no Rio Grande do Sul se mantiveram em R$ 23,40/saco, enquanto os lotes já estão entre R$ 24,50 e R$ 25,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes fecharam a semana entre R$ 9,50/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,00/saco no oeste catarinense.
No Mato Grosso o mercado está dependendo dos leilões de Pepro e mesmo assim os preços permanecem em patamares mínimos. Nesse momento, esperam-se novos leilões já que nesta semana os mesmos não ocorreram. Talvez haja leilões em 05/08. A situação é cada vez mais difícil ao mercado vendedor de milho que Mato Grosso do Sul e Goiás igualmente solicitam leilões de Pepro, enquanto o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo querem acesso ao milho do Pepro, pois neste momento somente o Nordeste e o exportador vem tendo tal “privilégio”. (cf. Safras & Mercado)
No mercado gaúcho, os preços começaram a ceder de forma mais expressiva na medida em que o milho safrinha de outras regiões chega ao Estado, como era esperado. Tais lotes estão chegando a R$ 25,00/saco posto na região de consumo, mais ICMS. Em Santa Catarina a situação se repete. Algumas indústrias no sul do país já possuem filas de recebimento de milho de outros Estados, preenchendo os silos. Em Goiás a situação é semelhante, com tradings limitando o recebimento do cereal e apontando preço de R$ 16,50/saco para setembro a novembro próximos.
E tudo isso mesmo com o câmbio favorecendo em muito a exportação, a qual encontra dificuldades de logística para decolar. Aos poucos, a oferta do milho safrinha no país deverá se sobrepor até mesmo às vantagens cambiais, salvo se o Real se desvalorize muito mais.
Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústria brasileira, valendo, para agosto, R$ 41,21/saco para o produto dos EUA e R$ 39,56/saco para o produto argentino. Já para setembro o produto argentino atingiu a R$ 36,13/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá, atingiu a R$ 23,99/saco para agosto; R$ 23,79 para setembro; R$ 23,39 para outubro; R$ 23,02 para novembro; R$ 23,27 para dezembro; R$ 23,78 para janeiro; R$ 24,13 para fevereiro e R$ 22,96/saco para março.
¹ Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
² Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.
³ Estudante do Curso de Economia da UNIJUI – Bolsista PET-Economia.