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MILHO – Análise semanal do mercado – 03/Jun/2013

Comentários referentes ao período entre 24/05/2013 a 30/05/2013

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
Prof. Ms. Emerson Juliano Lucca²

As cotações do milho em Chicago variaram muito pouco durante a semana.O fechamento desta quinta-feira (30) ficou em US$ 6,54/bushel, após US$ 6,62 uma semana antes e o pico da semana obtido em 28/05 com US$ 6,66. Nota-se que, apesar de o milho estar sofrendo mais com as questões climáticas de plantio nos EUA, sua cotação pouco se altera, contrariamente à soja que, na prática, encontra enormes possibilidades, por enquanto, de registrar uma safra recorde. Isso nos leva a reforçar o alerta de que a correção para baixo, na soja, se o clima for normal até a colheita estadunidense, poderá ser severa.

Dito isso, o plantio do milho nos EUA, até o dia 26/05, atingiu a 86% da área total esperada, contra uma expectativa do mercado em 90%. Mesmo assim, o anúncio foi considerado neutro para as cotações. Mas esta semana (última de maio) é decisiva para o cereal dos EUA já que a janela ideal de plantio fecha neste dia 31/05. Assim, o relatório de área semeada na semana, a ser divulgado no próximo dia 03/06, será muito importante. Todavia, isso não significa que o produtor dos EUA não continuará a semeadura fora da janela ideal. Entretanto, o risco de queda na produtividade final aumenta.

Assim, as condições climáticas nos EUA, em julho e julho serão decisivas, sendo que julho é o mês onde ocorre a polinização e a floração do milho naquele país. Por enquanto, no curto prazo, ainda a pressão altista deverá permanecer em função do clima.

Paralelamente, na Argentina e no Paraguai, a tonelada FOB, para maio, se manteve em US$ 255,00 e US$ 142,50 respectivamente.

Já no Brasil os preços subiram um pouco mais, puxados por Chicago, pela transição entre safra e safrinha (esta começa a ser colhida neste final de maio no Centro-Oeste), e principalmente pela forte desvalorização do Real, que fechou o dia 29/05 em R$ 2,11. Esse último fato valorizou o produto de exportação no porto.

Assim, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 23,52/saco, enquanto os lotes fecharam a R$ 26,00/saco na compra. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 11,00/saco em Sapezal (MT) e R$ 25,50/saco nas regiões catarinenses de Chapecó, Concórdia e Videira. Já o milho safrinha se valorizou um pouco, diante das incertezas nos EUA e da possível redução na expectativa de produção final no Brasil (houve estiagem parcial em Goiás, Paraná e Mato Grosso). No Paraná, o produto safrinha fechou a semana entre R$ 20,00 e R$ 21,00/saco para julho e agosto. Já em Sorriso (MT) o produto ficou em R$ 12,00/saco, em negócios realizados ao redor de 20.000 toneladas, com retirada no início de julho e pagamento no início de agosto (cf. Safras & Mercado).

Em Santa Catarina teria havido negócios com milho oriundo do Paraguai a US$ 195,00/tonelada posto nos centros consumidores. Teriam sido negociadas 2.000 toneladas para entrega em agosto. Ao câmbio médio desta semana (R$ 2,05), tal preço equivale a R$ 24,00/saco.

Enfim, na importação, o CIF indústrias brasileiras fechou a semana em R$ 45,72/saco para o produto dos EUA e R$ 39,29/saco para o produto da Argentina, ambos para maio. Já para junho o produto argentino ficou em R$ 38,64/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá bateu em R$ 27,52/saco para maio; R$ 27,57 para junho; R$ 27,48 para julho; R$ 27,51 para agosto; R$ 25,52 para setembro; R$ 25,65 para outubro; R$ 25,56 para novembro e R$ 25,05/saco para dezembro (cf. Safras & Mercado).

Abaixo segue o gráfico da variação de preços do milho no período entre 03/05 a 30/05/2013.

¹Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
²Professor, Economista, Mestre em Desenvolvimento, Analista e responsável técnico pelo Laboratório de Economia Aplicada e CEEMA vinculado ao DACEC/UNIJUÍ.