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Análise Semanal do Mercado de Soja – 20/11/2015

SojaAs cotações da soja voltaram a recuar nesta semana, atingindo as mínimas desde 2008/09, com o fechamento desta quinta-feira (19) ficando em US$ 8,60/bushel, após US$ 8,57 na véspera. Para maio/16 o fechamento ficou em US$ 8,75.

Não há notícias altistas no mercado da soja nesse momento, salvo a ocorrência, em alguns momentos, de uma demanda mais aquecida pela oleaginosa dos EUA. A safra deste país tende a ser recorde e está em fase final de colheita, enquanto o plantio na América do Sul avança normalmente, com tendência também de recorde na produção.

Entretanto, mesmo com uma exportação de 1,3 milhão de toneladas por parte dos EUA na semana anterior, volume acima do esperado pelo mercado, as cotações recuaram. Isso dá uma clara ideia da forte pressão baixista procedente da enorme oferta mundial que se desenha para 2016. O que pode reverter tal quadro seria uma frustração climática na América do Sul e/ou um movimento importante do lado do setor financeiro mundial.

As inspeções de exportação estadunidenses chegaram a 2,16 milhões de toneladas na semana encerrada em 12/11, contra 2,03 milhões na semana anterior. No acumulado do ano comercial 2015/16 o volume inspecionado chega a 16,2 milhões de toneladas, contra 16,6 milhões em igual momento do ano anterior.

Por sua vez, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja nos EUA chegou a 4,32 milhões de toneladas em outubro, superando os 3,45 milhões de setembro e ficando dentro do que o mercado esperava. 

No Brasil, o câmbio voltou a trabalhar ao redor de R$ 3,80 durante a semana, fato que não permitiu melhorias nos preços. Pelo contrário, com o recuo em Chicago houve pequenas novas baixas nos preços médios internos. O balcão gaúcho fechou a semana um pouco melhor, em R$ 74,72/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 80,50 e R$ 81,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 64,00/saco em Sapezal e Sorriso (MT) e R$ 77,50/saco em Pato Branco (PR).

Quanto aos preços futuros, igualmente o mercado estagnou, com o interior gaúcho FOB, para maio, indicando R$ 73,00/saco. Nos portos de Paranaguá e Rio Grande os valores CIF para março a maio ficaram, respectivamente, em R$ 73,00 e R$ 78,00/saco. No Mato Grosso (Rondonópolis), Goiás (Rio Verde) e Mato Grosso do Sul (Dourados), para fevereiro a abril, os preços indicados foram, respectivamente, R$ 63,00 e R$ 60,00/saco. Em Brasília, o CIF ficou em R$ 65,00/saco para abril, enquanto em Uberlândia (MG) o valor foi de R$ 66,50. Na Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, para maio, os preços foram de R$ 66,50; R$ 66,00; R$ 67,00 e R$ 65,00/saco respectivamente. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, na BM&F os contratos futuros de soja fecharam a semana em US$ 18,91/saco para janeiro, enquanto março registrou US$ 18,98/saco.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 20/11/2015

MilhoAs cotações do milho em Chicago igualmente recuaram, fechando o dia 19/11 em US$ 3,64/bushel, após US$ 3,61 na véspera. 

Na prática, o recuo foi pequeno em relação a semana anterior. Isso porque o sentimento do mercado é de que as cotações estariam flertando com o patamar mínimo esperado, diante da atual colheita dos EUA. Na verdade, o que vem impedindo um melhor preço do milho em Chicago é a pouca exportação do cereal pelos EUA, devido a forte concorrência sul-americana, em especial brasileira nesse final de ano.

Assim, dois fatores poderão reverter um pouco o quadro baixista do cereal nas próximas semanas em Chicago: uma improvável diminuição das vendas externas brasileiras de milho, fato que desviaria o mercado para o produto estadunidense; um clima mais seco no Brasil, fato que tem se confirmado em algumas regiões, onde as chuvas não têm sido suficientes para a semeadura e desenvolvimento da safra de verão do cereal. Nesse último caso, se destacam o leste do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia Piauí e Pará. (cf. Safras & Mercado)

No que tange às exportações estadunidenses, na semana anterior as mesmas atingiram a 618.600 toneladas, sem surpresas. Todavia, os preços no Golfo do México (local de embarque dos EUA) já estariam alinhados aos preços da América do Sul, fato que poderá permitir um aumento nas exportações do milho estadunidense e, com isso, uma recuperação parcial das cotações em Chicago.

Nesse sentido, nesta semana os EUA teriam vendido 1,44 milhão de toneladas do cereal para o México. Já as inspeções para exportação do cereal, na semana encerrada em 12/11, ficaram em 373.618 toneladas, acumulando no ano comercial 2015/16 um total de 5,91 milhões de toneladas, contra 7,8 milhões em igual período do ano anterior. Paralelamente, o retorno de algumas chuvas nas regiões produtoras brasileiras mais necessitadas igualmente segurou as cotações. Em contraponto, as vendas argentinas pararam neste momento, pois há expectativas internas de desvalorização do peso passado o segundo turno das suas eleições presidenciais, previsto para esse final de novembro, especialmente se o candidato da oposição (Macri) vir a se tornar presidente, por ser mais liberal.

Quanto à colheita nos EUA, até o dia 15/11 a mesma chegava a 96% da área, contra 94% na média histórica.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação se manteve em US$ 168,00 e US$ 105,00 respectivamente.

No Brasil, os preços continuam subindo, tendo a média gaúcha no balcão fechado a semana em R$ 29,12/saco. Os lotes gaúchos permaneceram em R$ 35,50/saco no Norte e Planalto do Rio Grande do Sul. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 34,50 na região de Campos Novos (SC).

No geral, os preços na região Sul do país já teriam se descolado do porto, trabalhando em torno da futura colheita de verão. Os preços futuros na BM&F ainda estão ignorando o alto volume de embarques e o possível aperto de oferta no primeiro trimestre de 2016. (cf. Safras & Mercado)

Em termos de projeção, o quadro continua sendo altista para o milho, pelo menos até a colheita da safra de verão. Mesmo assim, a expectativa de uma safra menor e o recuo dos estoques regionais devido a forte exportação do momento poderão pesar sobre o mercado inclusive após a colheita futura de verão.

Efetivamente, os embarques oficiais de milho acumulam, em novembro, um total de 2,23 milhóes de toneladas, enquanto as nomeações indicam 7,3 milhões para o mês. O problema é que o país não tem logística suficiente para embarcar toda essa quantidade em um só mês. Especialmente se o clima chuvoso atrapalhar. Assim, parte do volume ficará para dezembro, o qual já possui 1,5 milhão de toneladas em nomeações de navios.

Pelo sim ou pelo não o fato é que a semana termina com os lotes se fixando ao redor de R$ 35,00/saco na venda à prazo no CIF região de Campinas (SP), não havendo pressão de venda. O mercado brasileiro continua, de fato, muito dependente do comportamento cambial no país. Com um câmbio abaixo de R$ 3,80 por dólar, como o ocorrido nesta semana, os preços no porto perdem sustentação. (cf. Safras & Mercado)

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 50,64/saco para o produto dos EUA e R$ 48,47/saco para o produto da Argentina, ambos para novembro. Já o produto argentino para dezembro ficou em R$ 50,97/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 34,05/saco para novembro; R$ 33,97 para dezembro; R$ 34,37 para janeiro; R$ 34,63 para fevereiro; R$ 34,42 para março; e R$ 35,14/saco para abril.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado do Trigo – 20/11/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago voltaram a recuar nesta semana, com o fechamento no dia 19/11 ficando em US$ 4,90/bushel, após US$ 4,83 na véspera e US$ 4,98 uma semana antes.

A firmeza do dólar no mercado mundial está igualmente tirando a competitividade do trigo na exportação estadunidense. Nesse sentido, as vendas líquidas, na semana encerrada em 05/11, ficaram em somente 226.670 toneladas, com o volume registrando 38% a menos do que a média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2016/17 o volume vendido ficou em apenas 10.000 toneladas. Já as inspeções de exportação de trigo estadunidense fecharam a semana do 12/11 em 279.013 toneladas, contra 288.312 toneladas na semana anterior.

Pesou igualmente sobre o mercado o fato de que 52% das lavouras estadunidenses de trigo de inverno apresentarem condições entre boas a excelentes, contra 38% regulares e 10% entre ruins a muito ruins. Esses percentuais foram um pouco melhores do que os registrados na semana anterior. O plantio da safra, até o dia 15/11, atingiu a 94% da área, contra a média histórica de 98% para esta época do ano.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação fechou a semana valendo entre US$ 180,00 e US$ 210,00.

No mercado brasileiro, os preços pouco evoluíram, com a média gaúcha no balcão fechando a semana em R$ 32,85/saco. Nos lotes, o valor permaneceu em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco. No Paraná os lotes giraram entre R$ 730,00/tonelada (R$ 43,80/saco) e R$ 780,00/tonelada (R$ 46,80/saco).

A colheita gaúcha teria chegado a 80% da área, porém, com produtividade cada vez menor, sem falar na qualidade ruim do produto. Os enormes problemas climáticos deste ano estão acelerando a colheita gaúcha. Já no Paraná a área colhida chega a 96% do total esperado.

No atual contexto, o mercado ainda estima uma produção final entre 5 e 6 milhões de toneladas no Brasil, porém com grande parte comprometida em termos de qualidade. Isso deverá levar o país a importar mais de 6 milhões de toneladas nesse ano comercial, sendo que o Mercosul dificilmente terá produto para todo este volume. Assim, o Brasil deverá trazer trigo da América do Norte mais uma vez. Por enquanto, o cereal paraguaio tem sido preferido, pois tem entrado no oeste paranaense com preços até menores do que os praticados no Brasil, apesar da desvalorização do Real.

Aliás, nesse último caso, vale destacar que as intervenções do Banco Central brasileiro seguram o câmbio nacional ao redor de R$ 3,75 nesse momento. Em relação ao auge de R$ 4,19 obtido na terceira semana de setembro passado, o Real já se valorizou em 10,5%.

Os moinhos nacionais continuam comprando “da mão para a boca”, sem realizarem grandes estoques com o produto nacional. Além disso, está muito difícil encontrar produto nacional de qualidade superior, especialmente no Rio Grande do Sul, o que tem impedido uma melhoria mais substancial nos preços. Mesmo assim, a tendência nacional continua sendo de preços um pouco mais firmes para os próximos meses junto ao trigo de qualidade superior.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal da Soja – 30/10/2015

SojaAs cotações da soja em Chicago cederam durante esta semana, confirmando que o movimento altista da semana anterior, mesmo que tímido, não encontrou sustentação diante dos fatores fundamentais baixistas. Assim, o bushel para o primeiro mês cotado (novembro) ficou em US$ 8,78, contra US$ 8,98 uma semana antes, enquanto para maio fechou em US$ 8,89 nesta quinta-feira (29).

As exportações dos EUA continuaram positivas e sustentando as cotações. Tanto é que as vendas líquidas estadunidenses em soja, na semana anterior, ficaram em 2,03 milhões de toneladas para 2015/16. Já as inspeções de exportação somaram 2,67 milhões de toneladas, contra 2,37 milhões na semana anterior. Todavia, o ótimo avanço na colheita dos EUA (87% colhido até o dia 25/10, contra 80% na média histórica para esta data), e o retorno das chuvas nas regiões produtoras brasileiras do Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, pesaram mais sobre o mercado.

Nem mesmo a redução dos juros na China, visando estimular a economia local, ajudou a elevar o preço da soja. Mesmo porque tal medida tem pouco impacto sobre as importações diretas chinesas de soja.

Além disso, o mercado, diante da ótima produtividade registrada nos EUA, já começa a reverter sua expectativa e aposta em uma safra maior de soja do que o até o momento anunciado. Isso já seria demonstrado no relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10 de novembro. Isso poderá colocar a atual safra estadunidense como a maior da história do país.

Enfim, a China, após pesadas compras, diminuiu seu ritmo e, nos últimos dias, não houve notificações de vendas dos exportadores privados dos EUA para o país oriental. (cf. Safras & Mercado)

No Brasil, o plantio se desenvolve, um tanto lentamente, porém, o retorno das chuvas no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste deverá acelerar o processo a partir deste final de outubro. Com a disparada cambial (R$ 3,92 novamente em alguns momentos desta semana), os produtores brasileiros aceleraram, corretamente, as vendas antecipadas da nova safra. Até meados de outubro cerca de 42% da safra já estava negociada no país, contra 28% na média histórica, sendo 50% no Mato Grosso (contra 18% em igual momento do ano anterior); 35% no Paraná e 30% no Rio Grande do Sul.

Os preços se mantiveram firmes, porém, com o recuo em Chicago e a estabilização cambial entre R$ 3,85 e R$ 3,97 por dólar, os valores em reais igualmente começam a se estabilizar. O balcão gaúcho fechou na média de R$ 75,97/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 82,50 e R$ 83,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 69,50/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 79,00/saco no norte e centro do Paraná.

Na medida em que a colheita dos EUA vai se confirmando excelente e o clima na América do Sul se torna positivo para o plantio, a tendência global é de preços um pouco mais baixos em Chicago. Assim, o mercado interno brasileiro continua totalmente dependente do câmbio, o qual parece ter se estabilizado nos atuais patamares até surgirem novos elementos políticos e econômicos no país. Não se descarta valores um pouco mais baixos (R$ 3,50) em caso de encaminhamentos positivos para a crise política vivida pelo governo central, assim como se houver, finalmente, avanços no ajuste fiscal. Como contraponto disso, temos o anúncio de mais um déficit primário para este ano, maior do que o do ano passado, fato que deve comprometer o grau de investimento de forma definitiva nos próximos meses, exercendo pressão de desvalorização sobre o Real. Além disso, mesmo que parcialmente precificada pelo mercado, há ainda a tendência de elevação nos juros básicos dos EUA para os próximos meses.

Em tal contexto, os preços futuros continuam atrativos, sendo que o interior gaúcho, para maio, ofereceu no FOB R$ 78,00/saco nesta semana. Nos portos de Rio Grande e Paranaguá os valores CIF ficaram em R$ 83,50/saco (maio) e R$ 80,00/saco (março/abril). Em Rondonópolis (MT) tivemos R$ 69,00/saco para março/abril enquanto em Dourados (MS) o valor chegou a R$ 67,00. Em Rio Verde (GO) o saco ficou cotado a R$ 69,00 para fevereiro/março, enquanto Brasília registrou R$ 68,00 para abril (valores CIF). Em Uberlândia (MG), também no CIF, o saco de soja esteve em R$ 71,00 para abril, enquanto na região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia os valores, para maio próximo, ficaram respectivamente em R$ 71,50; R$ 70,50; R$ 72,50; e R$ 72,00/saco.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Milho – 30/10/2015

MilhoA cotação do milho praticamente se manteve estável nesta última semana de outubro. O fechamento do dia 29/10 ficou em US$ 3,80/bushel para o primeiro mês cotado, após ter alcançado US$ 3,84 no dia 26 e US$ 3,78 uma semana antes.

O avanço normal da colheita nos EUA, acompanhado de baixas exportações, não permite que o bushel de milho suba, mesmo com uma colheita um pouco menor neste ano naquele país. No primeiro caso, até o dia 25/10, os produtores estadunidenses haviam colhido 75% da área, contra 68% na média histórica para esse momento. No segundo caso, a América do Sul, e especialmente o Brasil, tem exportado muito milho, inclusive para os EUA, graças a forte desvalorização cambial local. Assim, as vendas líquidas estadunidenses de milho, no ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, somaram apenas 248.000 toneladas na semana encerrada em 15/10, ficando 26% abaixo da média obtida nas quatro semanas anteriores. O principal comprador foi o Japão com 103.500 toneladas.

Essa conjunção de fatores aumenta a disponibilidade interna de milho nos EUA, inibindo os preços. Além disso, com o petróleo a preços ao redor de US$ 40,00 o barril, a produção de etanol pouco se viabiliza, o que leva a um menor uso do milho naquele país.

Nesse contexto, vale destacar que o dólar estaria sobrevalorizado no cenário mundial, travando as vendas externas estadunidenses. Um aumento do juro básico nos EUA tende a atrair mais dólares para o país, provocando uma desvalorização da moeda local, porém, poderá provocar igualmente uma saída de dólares de países como o Brasil, forçando ainda mais a perda de valor da moeda local. Assim, no curto e médio prazo não parece haver razões para altas no mercado internacional do milho. Após, tudo irá depender do comportamento da safra de verão sul-americana e da demanda internacional.

Na Argentina e no Paraguai o preço da tonelada FOB de milho se estabilizou em US$ 165,00 e US$ 107,50 respectivamente.

No Brasil, o câmbio continua sendo o elemento central da movimentação do mercado deste cereal. A grande indefinição quanto ao caminho que o Real irá tomar deixa os compradores e vendedores receosos em aumentar seus negócios na área do milho. Mesmo assim, os preços se mantêm firmes, com a média gaúcha no balcão terminando o mês de outubro em R$ 27,81/saco, enquanto os lotes chegam a R$ 35,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes variam entre R$ 19,00/saco em parte do Nortão do Mato Grosso e R$ 33,50/saco nas regiões catarinenses de Videira, Concórdia e Campos Novos.

No porto de Santos o produto chegou a R$ 37,50/saco, enquanto em Paranaguá ficou em R$ 35,00/saco, para entrega em novembro e pagamento em dezembro. (cf. Safras & Mercado). Nesse contexto, a comercialização do milho privilegia o mercado externo, embora Rio Grande do Sul e Santa Catarina estejam importando o cereal como tradicionalmente o fazem.

Nesse sentido, nos primeiros 16 dias úteis de outubro o Brasil já havia exportado 4,03 milhões de toneladas do cereal, a um preço médio de US$ 165,80/tonelada. Ao câmbio deste final de outubro isso representa R$ 39,00/saco. Obviamente, quanto mais o país exportar mais se manterá o quadro de alta nos preços internos do cereal, especialmente porque se projeta uma safra de verão menor neste ano devido à redução de área semeada e problemas climáticos em algumas regiões. Para novembro, haveria 5,4 milhões de toneladas de produto esperando para embarque.

Quanto ao plantio da nova safra, até o dia 22/10 o Rio Grande do Sul registrava uma área de 64% semeada, contra 56% na média para esta época.

Enfim, a importação no CIF indústrias nacionais, registrou R$ 53,96/saco para o produto dos EUA e R$ 48,83/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Para o mês de novembro o produto argentino ficou em R$ 51,63/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,97/saco para outubro; R$ 36,09 para novembro; R$ 36,02 para dezembro; R$ 36,45 para janeiro; R$ 36,78 para fevereiro; R$ 37,06/saco para março. (cf. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Trigo – 30/10/2015

TrigoAs cotações do trigo acabaram se elevando durante esta semana, com o fechamento da quinta-feira (29) ficando em US$ 5,15/bushel, após US$ 4,90 uma semana antes.

O clima um tanto ruim que atinge as lavouras dos EUA tem deixado o mercado apreensivo. Igualmente em importantes países produtores do mundo o quadro climático acusa problemas (Brasil, Argentina, Ucrânia, Rússia e parte das Planícies do sul dos EUA estão enfrentando problemas climáticos nas lavouras do cereal). Nesse sentido, muitos operadores partiram para trocar posições vendidas por compradas, elevando o valor do bushel. 

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses, para o ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 357.500 toneladas na semana encerrada em 15/10, sendo 29% maior do que a média das quatro semanas anteriores. O maior comprador foi as Filipinas com 133.900 toneladas.

Nos EUA, até o dia 25/10, 47% das lavouras de trigo de inverno apresentavam condições entre boas a excelentes, 37% regulares e 14% entre ruins a muito ruins. 

Nos países do Mercosul os preços FOB da tonelada para exportação não se alteraram, ficando entre US$ 180,00 e US$ 230,00.

No Brasil os preços, por enquanto, se mantêm estáveis, com a média no balcão gaúcho fechando a semana em R$ 32,34/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 700,00/tonelada ou R$ 42,00/saco, enquanto no Paraná os mesmos permaneceram entre R$ 720,00 e R$ 750,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,20 e R$ 45,00/saco.

A situação geral se complicou bastante sobre a atual colheita nacional, especialmente no Rio Grande do Sul. Como era esperado, o clima tem provocado muitos estragos nas lavouras. No Estado gaúcho a quebra já está em 50% do esperado, sem contar as perdas em qualidade do produto, que são expressivas. A colheita gaúcha chegava ao redor de 25% até o início desta última semana de outubro. Novas chuvas previstas preocupam os produtores para esta virada do mês. Boa parte do trigo gaúcho já está sendo destinado para ração animal. 

Já no Paraná, onde a colheita ultrapassava 80% da área, cerca de 64% das lavouras colhidas estavam em boas condições, 29% medianas e 7% ruins. Resta saber o que será dos 15% a 20% restantes, as quais foram atingidas com mais intensidade pelas chuvas, ventos e granizo.

Nesse contexto, mantém-se a tendência de elevação nos preços internos do trigo de qualidade superior, o qual será ainda mais escasso. O mês de outubro termina com o produto no Paraná valendo 2% mais do que em setembro, enquanto no Rio Grande do Sul a majoração é de 7%.

Por sua vez, o Brasil terá que importar bem mais trigo do que o esperado, devendo o preço externo, balizado pelo câmbio, definir para onde caminhará o preço do produto tipo pão que está sendo colhido nesse momento no país. O risco, para os gaúchos, diante de elevado volume de produto ruim, é não receberem adequadamente nem mesmo pelo produto de qualidade superior, pois os volumes poderão ser pequenos, levando os moinhos nacionais a priorizarem as importações, como tem sido o caso geralmente.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Soja – 16/10/2015

SojaAs cotações da soja, pela primeira vez depois de muito tempo, trabalharam boa parte da semana acima dos US$ 9,00/bushel. O fechamento desta quinta-feira (15) ficou em US$ 9,05/bushel para o primeiro mês cotado, tendo alcançado até US$ 9,14 no dia 13. 

Para maio o fechamento deste dia 15/10 ficou em US$ 9,16/bushel. Entretanto, tal aumento nada tem a ver com o relatório de oferta e demanda do USDA, o qual, apesar da revisão dos números um pouco para baixo, continuou indicando safra e estoques finais nos EUA bem acima das expectativas do mercado. Por enquanto, o motivo das altas da semana teria sido a boa demanda pela soja dos EUA apesar de um dólar forte. 

Igualmente colaborou para isso o fato de que o governo estadunidense estaria trabalhando para não aumentar os juros básicos ainda neste ano. Ora, se tal decisão se confirmar, parte dos especuladores financeiros se manterá nas bolsas de mercadorias, deixando para se deslocarem ao mercado financeiro apenas em 2016, quando de fato o juro nos EUA se elevar. 

Assim, o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 09/10 apontou uma safra final nos EUA em 105,8 milhões de toneladas sobre uma área a ser colhida de 33,4 milhões de hectares. Os estoques finais ficariam em 11,6 milhões de toneladas no final do corrente ano 2015/16. Dessa forma, os preços médios aos produtores estadunidenses não se modificaram, permanecendo entre US$ 8,40 e US$ 9,90/bushel para o período. Ou seja, o comportamento atual do mercado está dentro deste patamar, não oferecendo surpresas.

Quanto à produção e estoques mundiais o relatório apontou uma safra global de 320,5 milhões de toneladas (novo recorde), sendo que o Brasil gerará 100 milhões de toneladas, enquanto a Argentina ficaria com 57 milhões. Consideramos conservadora a projeção de safra para o vizinho país diante da tendência de aumento de área semeada que existe por lá. Os estoques finais de soja no mundo ficariam em 85,1 milhões de toneladas no corrente ano comercial. A demanda chinesa, sem surpresas, permanece projetada em 79 milhões de toneladas.

Dito isso, a semana assistiu a uma melhoria importante nas vendas externas de soja por parte dos EUA. As inspeções de exportação de soja dos EUA, na semana encerrada em 08/10, atingiram a 1,83 milhão de toneladas, contra 1,16 milhão na semana anterior. No acumulado do ano comercial 2015/16 o volume atinge 4,43 milhões de toneladas, contra 3,95 milhões em igual momento do ano anterior.

Todavia, o quadro de colheita e qualidade das lavouras continua muito bom. Até o dia 11/10 a colheita estadunidense de soja alcançava 62% da área esperada, contra a média histórica de 54% para esta época. Já 64% das lavouras a serem colhidas estavam entre boas a excelentes e apenas 11% permaneciam entre ruins a muito ruins, sem mudanças em relação a semana anterior.

Pelo lado da demanda mundial, a China teria importado 7,26 milhões de toneladas de soja em setembro, com alta de 44% sobre o mesmo mês do ano anterior. De janeiro a setembro as compras chinesas atingem a 59,65 milhões de toneladas de soja, ou seja um aumento de 13% sobre igual período do ano passado. Isso tem segurado as cotações da soja no momento em Chicago.

No Brasil, diante de um dólar que registrou valores médios ao redor de R$ 3,85, com valorização em relação a semana anterior, os preços da soja se mantiveram firmes.

O balcão gaúcho terminou a semana com a média em R$ 74,18/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 82,50 e R$ 83,00/saco. Nas demais praças os lotes oscilaram entre R$ 71,00/saco no Nortão do Mato Grosso (Sorriso e Sapezal) e R$ 79,50/saco no norte e centro do Paraná.

Em termos de preços futuros os mesmos continuaram excelentes, com o interior gaúcho, para maio, registrando R$ 78,00/saco FOB, enquanto os portos de Rio Grande (maio) e Paranaguá (março/abril) apontaram, respectivamente, R$ 83,00 e R$ 82,00/saco no CIF. Nas demais praças nacionais os valores são os seguintes: Rondonópolis (MT) R$ 70,00/saco para fevereiro/março; Dourados (MS) R$ 69,50/saco para março; Rio Verde (GO) R$ 72,00/saco para fevereiro/março; região de Brasília (DF) R$ 69,80/saco para abril; Uberlândia (MG) R$ 70,00/saco para abril; Barreiras(BA) R$ 74,50/saco para maio; Balsas (MA) R$ 71,50/saco para maio. Todos estes preços CIF segundo Safras & Mercado. Além disso, registrou-se em Uruçuí (PI) R$ 72,50/saco e em Pedro Afonso (TO) R$ 70,50/saco, ambos para maio.

Enfim, na BM&F os contratos futuros terminaram a semana com os seguintes valores: 

US$ 20,07/saco para o contrato novembro; US$ 20,16 o janeiro; US$ 20,22 o março; e US$ 20,29/saco o contrato para maio.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Milho – 16/10/2015

MilhoContrariamente à soja, as cotações do milho recuaram em Chicago nesta semana, fechando a quinta-feira (15) em US$ 3,75/bushel, após US$ 3,91 uma semana antes.

E isso que o relatório de oferta e demanda do USDA confirmou uma menor safra nos EUA, porém, fato já precificado pelo mercado. O referido relatório apontou uma colheita estadunidense de 344,4 milhões de toneladas, sobre uma área a ser colhida de 32,7 milhões de hectares, e estoques finais em 39,7 milhões ao término de 2015/16. Com isso, o patamar de preços aos produtores estadunidenses, em 2015/16, pouco se alterou, ficando entre US$ 3,50 e US$ 4,10/bushel, realidade que o mercado já vem praticando há algum tempo. Em termos mundiais, o relatório reduziu um pouco mais a safra global, apontando agora 972,6 milhões de toneladas, com estoques finais mundiais em 187,8 milhões em 2015/16. A safra brasileira foi aumentada para 80 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina reduzida para 24 milhões. As exportações brasileiras seriam de 25 milhões de toneladas no atual ano comercial.

Dito isso, houve recuo nas vendas líquidas de milho por parte dos EUA, fato que ajudou a pressionar para baixo as cotações do cereal em Chicago. As mesmas atingiram a 519.700 toneladas na semana encerrada em 01/10, ficando 31% abaixo do registrado na semana anterior. O principal comprador foi o México com 338.300 toneladas.

Por sua vez, as inspeções de exportação estadunidenses de milho atingiram a 573.298 toneladas na semana encerrada em 08/10, ficando acima do registrado na semana anterior. Todavia, no acumulado do ano comercial iniciado em 01/09 o volume atual chega a 3,79 milhões de toneladas, contra 4,98 milhões em igual momento do ano anterior.

Quanto ao andamento da colheita, o clima positivo permitiu que a mesma chegasse a 42% da área em 11/10, estando praticamente dentro da média histórica para o período, que é de 43%.

Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB recuou um pouco de valor, fechando a semana na média de US$ 160,00 e US$ 105,00 respectivamente.

Já no mercado brasileiro o câmbio continua sendo o elemento central. A grande volatilidade do Real deixa o mercado receoso, especialmente agora em que o Banco Central brasileiro passou a intervir de forma mais intensa neste mercado visando segurar o câmbio em patamares abaixo dos R$ 4,00. Assim, o mercado nacional assiste a poucas movimentações, tanto de vendedores quanto de compradores. A valorização do Real nas últimas semanas provocou um pequeno recuo nos preços nacionais do milho.

Entretanto, em muitas praças os preços seguem firmes. É o caso do Rio Grande do Sul onde a média gaúcha no balcão fechou esta semana em R$ 26,98/saco. Já os lotes oscilaram entre R$ 32,50 e R$ 33,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 32,00/saco em grande parte das regiões produtoras catarinenses.

As indicações de preço no porto de Santos (SP) ficaram ao redor de R$ 34,50/saco enquanto em Paranaguá (PR) registraram R$ 33,00/saco. No interior paulista o mercado trabalhou com ofertas entre R$ 29,00 e R$ 30,00/saco. Em Paranaguá, produto para entrega em novembro e pagamento em dezembro registrou valores entre R$ 34,00 e R$ 34,50/saco, enquanto em Santos o mesmo ficou entre R$ 35,00 e R$ 35,50/saco no final da corrente semana. (cf. Safras & Mercado)

Quanto às exportações brasileiras de milho, na primeira semana de outubro o volume alcançou 1,4 milhão de toneladas a um preço médio de US$ 166,40/tonelada. Isso confirma que as vendas externas, agora, se encontram em um momento positivo e auxiliam na firmeza dos preços internos, particularmente favorecidas pelo câmbio.

Enfim, a semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras valendo, para o produto oriundo dos EUA, R$ 52,41/saco e para o produto argentino R$ 47,56/saco, ambos para outubro. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 49,87/saco. Nas exportações, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 33,97/saco para outubro; R$ 33,99 para novembro; R$ 33,87 para dezembro; R$ 33,61 para janeiro; R$ 33,97 para fevereiro; R$ 33,74/saco para março. (cr. Safras & Mercado).

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Trigo – 16/10/2015

TrigoAs cotações do trigo em Chicago oscilaram bastante nesta semana, terminando a mesma em patamar menor do que o registrado dias antes, com o fechamento do primeiro mês cotado, no dia 15/10, ficando em US$ 5,02/bushel, após US$ 5,26 no dia 06/10.

O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 09/10, acabou sendo relativamente baixista para os preços do trigo. O mesmo confirmou uma produção de 55,8 milhões de toneladas nos EUA, sobre uma área a ser colhida de 19,06 milhões de hectares. Ao mesmo tempo, os estoques finais estadunidenses, para 2015/16, ficaram em 23,4 milhões de toneladas. Assim, o patamar de preços aos produtores locais gira agora entre US$ 4,75 e US$ 5,25/bushel, não trazendo surpresas em relação ao que já vem sendo praticado.

Em termos mundiais o relatório apontou uma safra global recorde de 732,8 milhões de toneladas, com estoques finais em 228,5 milhões de toneladas. A produção brasileira está estimada em 6 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina fica em 10,5 milhões de toneladas. O Brasil deverá importar entre 6,5 e 7 milhões de toneladas em 2015/16 segundo o USDA.

As cotações só não recuaram mais porque existem previsões de clima seco na Ucrânia, importante produtor mundial do cereal. Entretanto, as fracas vendas externas estadunidenses não colaboram para manter os preços mais aquecidos. As inspeções de exportação estadunidenses, na semana encerrada em 08/10, ficaram em 290.717 toneladas, contra 561.409 toneladas na semana anterior.

Ao mesmo tempo, o plantio das lavouras de trigo de inverno nos EUA, até o dia 11/10, chegava a 64% da área, contra 66% na média histórica ficando, portanto, dentro de uma zona confortável e sem surpresas.

No Mercosul, a tonelada para exportação se manteve entre US$ 180,00 e US$ 230,00 FOB conforme o país de origem do produto.

Aqui no Brasil, apesar da tendência de alta para o produto de qualidade superior, os preços fecharam a segunda semana de outubro com poucas modificações. A média gaúcha no balcão registrou R$ 31,75/saco, melhorando lentamente em relação a semanas anteriores. Enquanto isso, os lotes permaneceram em R$ 660,00/tonelada ou R$ 39,60/saco. No Paraná os lotes ficaram entre R$ 720,00 e R$ 750,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,20 e R$ 45,00/saco.

A principal e péssima notícia da semana foi a retomada do clima chuvoso, com temporais de granizo, especialmente no Rio Grande do Sul. Nesse sentido, a frustração da safra gaúcha, como já se esperava desde que se anunciou o advento do El Niño neste ano, será muito grande, especialmente em termos de qualidade do grão. Essa realidade atinge igualmente Santa Catarina e parte do Paraná, embora neste último Estado a colheita esteja praticamente concluída.

Essa realidade reforça a tendência de que o trigo de qualidade superior venha a ser bem mais valorizado do que atualmente, particularmente o produto paranaense. No restante, o produtor deverá amargar prejuízos mais uma vez, mesmo tendo feito uma lavoura com poucos investimentos. Esse é o caso do Rio Grande do Sul onde as intempéries não dão trégua e temporais intensos, com ventos acima de 100 quilômetros horários, têm sido constantes em muitas localidades, sem falar no granizo.

Assim, não é surpresa que a comercialização no Paraná, mais uma vez, flua com maior liquidez. Os produtores têm negociado rapidamente o seu cereal local já que os preços internos estão mais interessantes do que os do produto importado. Como isso dependerá do comportamento futuro do câmbio, e há tendência de o Real se estabilizar em valores um pouco mais fortes (R$ 3,50 até o final do ano), o produtor paranaense vende buscando se antecipar à melhoria do preço do produto importado futuramente. Todavia, tal comportamento de preço está longe de ser uma certeza diante da pouca oferta nacional de trigo de qualidade superior nesta atual safra. E no Rio Grande do Sul, agora que a quebra de safra é uma certeza, a comercialização está muito lenta, pois ninguém consegue dimensionar ao certo o que de fato poderá ser colhido, daqui em diante, no Estado.

Outro fator altista para o trigo nacional vem da redução das estimativas na produção junto aos parceiros do Mercosul, especialmente Uruguai e Argentina, igualmente atingidos pelas intempéries. Hoje, o saldo exportável do Mercosul ao Brasil está negativo em 1,4 milhão de toneladas. Além disso, a qualidade do produto mercosulino tende a ser ruim neste ano.

Enfim, mesmo com um Real mais fortalecido (nesta semana ao redor de R$ 3,85), o produto argentino chega ao Brasil 20% mais caro do que o trigo nacional recentemente colhido.

Em síntese, a probabilidade de preços bem mais elevados para o trigo de qualidade superior, que será colhido no Brasil, aumentou bastante nestes primeiros 15 dias de outubro diante das perdas climáticas ocorridas no cone sul da América do Sul. Resta saber se na prática os grandes moinhos irão efetivamente valorizar o produto nacional quando chegar o momento.

Fonte: CEEMA

Análise Semanal do Mercado de Soja – 09/10/2015

SojaAs cotações da soja em Chicago tiveram uma semana de recuperação, apoiadas na especulação de que o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 09/10, poderá reduzir a produção e os estoques finais nos EUA para 2015/16. Na quinta-feira (08) houve tomada de lucros e as mesmas recuaram. O referido relatório será comentado com detalhes na próxima semana, pois não havia sido divulgado quando encerramos o atual boletim.

Assim, o fechamento do dia 08/10 ficou em US$ 8,81/bushel, contra US$ 8,77 uma semana antes, para o primeiro mês cotado. O mês de maio/16 fechou o dia em US$ 8,94/bushel.

O mercado flertou, durante toda a semana, com a possibilidade de romper o teto dos US$ 9,00/bushel, após um bom tempo abaixo desse patamar. O que segurou as cotações de forma mais incisiva foi o bom desenvolvimento da colheita nos EUA.

A consultoria privada Informa Economics projetou uma safra estadunidense de 105,5 milhões de toneladas para 2015/16. Esse número é um pouco abaixo dos 106,8 milhões apontados em sua projeção de setembro. Já a FC Stone  prevê um movimento contrário, com um volume atual de 106,6 milhões de toneladas, contra 103,3 milhões no mês anterior. No ano anterior, a safra estadunidense ficou em 106,9 milhões de toneladas (volume ajustado). Para os estoques finais nos EUA, em 2015/16, o mercado espera que o relatório do dia 09/10 aponte um volume de 10,8 milhões de toneladas, contra 12,2 milhões em setembro. Lembramos que em 2014/15 os mesmos ficaram em apenas 5,2 milhões de toneladas.

Por outro lado, as inspeções de exportações de soja dos EUA, na semana encerrada em 1º de outubro, chegaram a 1,12 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial 2015/16, iniciado em 1º de setembro, o volume alcança 2,56 milhões de toneladas, contra 2,50 milhões um ano antes no mesmo período.

A área colhida com soja nos EUA, até o dia 04/10, chegou a 42% do total, ficando acima da média histórica para o período, que é de 32%. O USDA melhorou as condições das lavouras a serem ainda colhidas, passando as mesmas para 64% entre boas a excelentes, 25% regulares em 11% entre ruins a muito ruins. Na semana anterior, 63% estavam entre boas a excelentes.

O mercado estaria esperando, agora, uma área total colhida com soja nos EUA em 33,55 milhões de hectares, contra 33,79 milhões em setembro. Com isso, a produtividade média recuaria para 3.153 quilos/hectare.

Sobre a oferta mundial, o mercado espera estoques finais em 84,6 milhões de toneladas para o corrente ano comercial, contra 85 milhões indicados em setembro e 78,3 milhões de toneladas em 2014/15 (número que o mercado espera que o USDA informe tais estoques).

Pelo lado da demanda, a China aponta que deverá importar, em 2015/16, um total de 78 milhões de toneladas de soja. Em isso se confirmando, será 2 milhões de toneladas acima do importado em 2014/15, encerrado neste último dia 30/09. A produção local de soja recuará para 11 milhões de toneladas, contra 12 milhões no ano anterior.

Por sua vez, a safra Argentina deverá ficar em 57 milhões de toneladas em 2015/16, após 60,8 milhões neste último ano. Todavia, esse número nos parece conservador em função do aumento previsto na área semeada desta nova safra (700.000 hectares acima do registrado em 2014/15). Além disso, segundo Safras & Mercado, a produção total de soja na América do Sul, para este novo ano comercial, deverá chegar a 175,9 milhões de toneladas, com um crescimento de 3% sobre o ano anterior. Em se confirmando esse volume será um novo recorde histórico para a região. Nesse sentido, a safra brasileira está projetada em 100,5 milhões de toneladas, enquanto a Argentina ficaria em 60 milhões de toneladas (esse volume destoa do que o USDA está apontando para a safra do vizinho país). A safra do Paraguai somaria 8,8 milhões de toneladas (+5% sobre o ano anterior), enquanto a Bolívia atingirá a 3,1 milhões de toneladas (+ 17%) e o Uruguai chegaria a 3,5 milhões de toneladas, mantendo o volume de 2014/15.

No Brasil, os preços começaram a ceder na esteira de um recuo importante do dólar. Em 10 dias úteis, devido a intervenção do Banco Central brasileiro, o Real se valorizou 9,5%, chegando a R$ 3,79 neste dia 08/10. Isso confirma nossos alertas de que o espaço para recuos no preço da soja existe e dependeria apenas do câmbio.

O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 74,94/saco, enquanto os lotes recuaram para R$ 81,00 e R$ 81,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 69,00/saco no Nortão do Mato Grosso e R$ 79,00/saco no norte do Paraná. Em o Real se valorizando mais um pouco nas próximas semanas a tendência é destes preços caírem igualmente um pouco mais.

Nesse contexto, os preços futuros igualmente cederam um pouco, porém, ainda estão excelentes a julgar pela tendência de mais longo prazo, desde que as condições de safra brasileira venham a ser normais. No interior gaúcho, para maio, o saco de soja ficou em R$ 77,00 FOB, enquanto em Rio Grande (porto) o mesmo registrou R$ 82,00. Em Paranaguá (porto) o valor CIF para março/abril ficou em R$ 80,00/saco. Em Rondonópolis (MT) e Dourados (MS) o valor para fevereiro/abril ficou em R$ 69,00 e R$ 67,00/saco respectivamente. Em Rio Verde (GO) e Brasília (DF) o valor CIF para o mesmo período oscilou entre R$ 67,00 e R$ 68,00/saco. Em Uberlândia (MG), para a abril, o sado de soja atingiu a R$ 69,00/saco, enquanto na Bahia (Barreiras), Maranhão (Balsa), Piauí (Uruçuí) e Tocantins (Pedro Afonso) os valores respectivos ficaram em R$ 72,00; R$ 70,00; R$ 71,00 e R$ 69,00/saco respectivamente, todos para maio. (cf. Safras & Mercado)

Já na BM&F o contrato novembro fechou a semana em US$ 19,64/saco, enquanto janeiro chegou a US$ 19,73; março a US$ 19,81 e maio a R$ 19,91/saco.

Fonte: CEEMA