As cotações da soja voltaram a recuar nesta semana, chegando a atingir US$ 8,50/bushel no dia 01/03. Posteriormente, um pequeno ajuste técnico levou o fechamento do dia 03/03 (quinta-feira) para US$ 8,56. A média de fevereiro ficou em US$ 8,71, contra US$ 8,79/bushel em janeiro. No início de março de 2015 o bushel de soja, para o primeiro mês cotado, valia US$ 8,74.
O mercado já começou a se posicionar em relação ao próximo relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 09/03, embora o mesmo não deva trazer grandes novidades e, principalmente, está sofrendo pressão da colheita sul-americana que já se desenvolve e, por enquanto, está boa, indicando safra cheia na região.
Por sua vez, o Fórum Outlook do USDA, realizado no final de fevereiro, apontou que a relação estoque/consumo nos EUA, para soja, recuaria de 12,1% para 11,4% neste ano 2016/17. A área de soja a ser semeada poderá recuar um pouco, contrariando as perspectivas privadas, para ficar em 33,4 milhões de hectares, resultando em uma produção final de 103,7 milhões de toneladas, contra 106,9 milhões no último ano. O esmagamento de soja nos EUA subiria para 51,7 milhões de toneladas e as exportações do grão chegariam em 49,7 milhões. Os preços médios da soja em 2016/17, segundo o Fórum, ficariam em US$ 8,50/bushel, contra US$ 8,80 no ano anterior.
Estes números, todavia, devem ser vistos com cautela, pois não representam o que de fato tende a ocorrer na prática. É apenas um primeiro indicativo! O principal relatório esperado pelo mercado está previsto para o dia 31/03 com a intenção de plantio dos produtores estadunidenses.
Paralelamente, a colheita brasileira chegou a 33,3% da área estimada em 26/02, demonstrando que o processo está mais acelerado neste ano em relação ao ano anterior (28%) e à média histórica para o período (28,8%), segundo Safras & Mercado.
Por sua vez, as inspeções de exportação dos EUA atingiram a 1,05 milhão de toneladas na semana encerrada em 25/02, contra 1,55 milhão na semana anterior. No acumulado do ano comercial iniciado em 01/09, as inspeções somam 38,5 milhões de toneladas, contra 41,9 milhões no ano anterior.
Destaque ainda para o fato de que a área de soja semeada pela Argentina, nesta safra 2015/16, tenha ficado em 20,68 milhões de hectares ou 4,5% acima do semeado no ano anterior. Como a produção passada chegou a 61,4 milhões de toneladas, não se pode descartar a possibilidade de a colheita deste ano se aproximar deste número, apesar de o mercado estar estimando um volume de 58 milhões de toneladas devido a quebras climáticas.
Esse conjunto de dados, somados a preços do petróleo debilitados e a um dólar que constantemente se vê valorizado no cenário mundial, deixam as cotações da soja em níveis baixos em Chicago, sem grandes perspectivas de mudanças no médio prazo.
No Brasil, com o Real voltando a se valorizar um pouco (atingiu a R$ 3,89 por dólar em alguns momentos desta semana), os preços da soja cederam. A média gaúcha recuou para R$ 72,27/saco, enquanto os lotes fecharam a semana entre R$ 75,00 e R$ 75,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 60,50/saco em Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 70,50/saco em Pato Branco (PR).
A pressão da colheita a partir de agora deverá forçar uma baixa de preços, especialmente se o Real continuar a ganhar força perante o dólar. Por enquanto, diante dos fatos políticos e econômicos brasileiros, a tendência é o câmbio se manter ao redor de R$ 4,00, o que deverá estabilizar os preços da soja nestes níveis.
Em termos de preços futuros igualmente houve um pequeno recuo, com o FOB interior gaúcho, para maio, ficando em R$ 75,00/saco, enquanto Rio Grande fixou o CIF em R$ 80,50/saco para o mesmo mês. Nas demais praças, os valores assim ficaram: R$ 65,50/saco em Rondonópolis (MT), R$ 64,50 em Dourados (MS), R$ 65,80 em Rio Verde (GO), R$ 66,00 em Brasília (DF), R$ 65,00 em Uberlândia (MG), R$ 68,00 em Barreiras (BA), R$ 65,50 em Balsas (MA), R$ 66,50 em Uruçuí (PI), e Pedro Afonso (TO). (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA
Gráfico da SOJA na CBOT – Vencimento Set/16
Gráfico da SOJA na BM&F – Vencimento Set/16