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Análise Semanal do Mercado da Soja – 11/12/2015

SojaAs cotações da soja cederam nesta semana, com o bushel alcançando US$ 8,78 no fechamento desta quinta-feira (10), após US$ 9,06 no dia 04/12.

Os motivos principais foram: retorno do clima positivo na América do Sul em geral, favorecendo o plantio da nova safra; forte baixa nos preços do petróleo no mercado mundial; exportações estadunidenses com certa dificuldade em função do fortalecimento do dólar no cenário internacional; relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado no dia 09/12, confirmando safra recorde nos EUA com boa recuperação dos estoques finais nesse país.

Quanto a esse último ponto, o relatório em nada modificou, para os EUA, os números divulgados em novembro. A safra estadunidense continua estimada em 108,3 milhões de toneladas e os estoques finais em 2015/16 em 12,6 milhões de toneladas. O patamar de preços médios ao produtor local permaneceu entre US$ 8,15 e US$ 9,65/bushel. A safra mundial de soja foi levemente reduzida, para 320,1 milhões de toneladas, porém, os estoques finais mundiais praticamente ficaram inalterados (82,6 milhões de toneladas). A futura produção do Brasil e da Argentina foram mantidas em 100 milhões e 57 milhões de toneladas respectivamente, embora haja especulações de que a safra brasileira possa ser um pouco menor, enquanto a argentina venha a ser maior. As importações chinesas foram mantidas em 80,5 milhões de toneladas para 2015/16.

Já as exportações líquidas estadunidenses acusaram um recuo na semana encerrada em 26/11, com o volume registrando 878.300 toneladas para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro. Tal volume ficou 29% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Mesmo assim, as vendas ficaram dentro do esperado pelo mercado, sendo que a China comprou 521.500 toneladas do total vendido.

Na Argentina, o Ministério da Agricultura local informou que a semeadura da nova safra, até o dia 03/12, chegou a 58% da área. No mesmo período do ano passado o percentual era de 63% semeado.

Pelo lado da demanda, a China totalizou compras de 72,57 milhões de toneladas no acumulado do corrente ano 2015, registrando um crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

No mercado brasileiro o plantio da soja avança, agora favorecido por chuvas melhor distribuídas no conjunto da região produtora nacional. O Rio Grande do Sul, que registra o maior atraso, acusou semeadura entre 80% a 85% da área esperada, dependendo da região do Estado. De forma geral, o processo caminha para o encerramento em termos de Brasil.

Os preços acabaram sentindo um pouco o recuo de Chicago, porém, o câmbio serviu de contrapartida na medida em que o Real voltou a oscilar entre R$ 3,80 e 3,85 por dólar em boa parte da semana. Assim, o balcão gaúcho fechou a segunda semana de dezembro com a média de R$ 72,74/saco, enquanto os lotes recuaram para valores entre R$ 78,50 e R$ 79,00/saco. Nas demais praças os lotes ficaram entre R$ 64,50/saco nas regiões de Sorriso e Sapezal (MT) e R$ 76,00/saco no centro e norte do Paraná.

Em termos de mercado futuro, os valores pouco evoluíram em relação a semana anterior. O saco no interior gaúcho, no FOB, ficou em R$ 73,50 para maio, enquanto em Rio Grande o CIF registrou R$ 79,00 para o mesmo mês. Em Paranaguá, os lotes ficaram em R$ 75,00/saco para março/abril, enquanto em Rondonópolis (MT), para a mesma época, o saco ficou em R$ 67,30. Nas demais praças os valores futuros registraram os seguintes valores: R$ 65,00/saco para Dourados (MS); R$ 64,00 para Rio Verde (GO); R$ 61,50 para Brasília (DF); R$ 65,00 para Uberlândia (MG); R$ 68,00 para Barreiras (BA); R$ 66,50 para Balsas (MA); R$ 67,50 para Uruçuí (PI) e R$ 65,50/saco para Pedro Afonso (TO), todos para o período entre fevereiro e maio do próximo ano, sendo que os quatro últimos locais indicam preços CIF. (cf. Safras & Mercado)

Mesmo os melhores momentos de preço já tendo passado, salvo novas e fortes desvalorizações do Real, os valores atuais ainda são muito expressivos e merecem atenção dos produtores.

Já na BM&F o contrato janeiro/16 fechou em US$ 19,33/saco e o março/16 em US$ 19,39/saco.

Enfim, a produção brasileira de farelo de soja foi mantida, pelo USDA, em 30,96 milhões de toneladas e os estoques finais do produto em 4,3 milhões de toneladas para o ano 2015/16. As exportações do produto continuaram projetadas em 15,6 milhões de toneladas. Em termos de óleo de soja, a produção nacional de 7,68 milhões de toneladas, com um consumo interno de 6,37 milhões e exportações de 1,39 milhão de toneladas no mesmo ano.

Fonte: CEEMA