As cotações do milho em Chicago pouco oscilaram na semana, fechando o dia 1º de outubro em US$ 3,88/bushel, contra US$ 3,81 na semana anterior. A média de setembro ficou em US$ 3,74/bushel, contra US$ 3,67 no mês de agosto e US$ 4,06 em julho. Ou seja, em termos médios, as cotações de setembro melhoraram levemente sobre agosto.
Esse comportamento das cotações reflete a menor safra nos EUA, em relação ao ano anterior, devido à redução de área semeada e a problemas climáticos pontuais. O próximo relatório do USDA, previsto para o dia 09/10, deverá consolidar as estimativas de colheita, na medida em que a mesma está avançando.
Por enquanto, o clima está normal e a colheita não sofre interrupções. Como o produtor estadunidense naturalmente está dando maior atenção à soja, o corte do milho está um pouco atrasado, atingindo a 18% da área até o dia 27/09, contra a média histórica de 23%.
Isso e mais o fato de que as exportações de milho por parte dos EUA estarem fracas, sofrendo forte concorrência do Brasil devido a enorme depreciação do Real nos últimos tempos, a tendência dos preços internacionais do milho ainda é de valores um pouco mais baixos aos praticados neste final de setembro.
Efetivamente, em termos de exportações, as vendas líquidas dos EUA para o ano 2015/16, iniciado em 1º de setembro, caíram para 426.300 toneladas na semana encerrada em 17/09. O volume ficou 20% abaixo do registrado na semana anterior, sendo o México o maior comprador, com 159.600 toneladas. (cf. Safras & Mercado)
O mercado internacional concentra suas atenções, agora, cada vez mais no volume exportado e no clima da América do Sul, de onde virá a próxima safra do cereal.
O relatório de estoques trimestrais, na posição 1º de setembro, não trouxe novidades, indicando um volume de 34,8 milhões de toneladas. Todavia, como os estoques do trigo ficaram abaixo do esperado (56,9 milhões de toneladas), isso acabou fortalecendo os preços do milho.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB registrou movimentos diferentes. Enquanto no primeiro país a mesma se manteve estável em US$ 163,00, no segundo houve aumento do valor para US$ 106,00.
Aqui no Brasil o câmbio continua sendo o elemento central para o mercado do milho. As intervenções do Banco Central para segurar o recuo da moeda nacional provocaram fortes oscilações na mesma, levando os compradores e os produtores a saírem do mercado. Com isso, tanto na BM&F quanto no mercado físico os negócios estiveram bastante travados.
A média gaúcha no balcão subiu para R$ 26,35/saco, enquanto os lotes variaram entre R$ 32,00 e R$ 32,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco na região de Sorriso (MT) e R$ 33,50/saco nas regiões catarinenses de Videira e Campos Novos.
No porto de Santos, depois de o saco CIF ter atingido a R$ 41,00 em alguns momentos da semana, seu valor recuou para R$ 34,00 a R$ 36,00 após as intervenções do Banco Central. Isso, todavia, não provocou nenhum movimento expressivo no mercado físico.
É importante salientar que a forte depreciação do Real está aumentando as exportações brasileiras de milho. Segundo os registros portuários, setembro teria conseguido alcançar 3,77 milhões de toneladas vendidas ao exterior. Entretanto, o número oficial virá do governo (Secex), o qual não tem batido com os volumes indicados pelo setor exportador. Para outubro existiriam nomeações de navios na altura de 5,1 milhões de toneladas.
O fato é que o milho brasileiro estaria hoje US$ 20,00/tonelada mais barato do que o produto dos EUA. (cf. Safras & Mercado)
Para as próximas semanas o mercado não deverá mudar muito de comportamento, ficando na dependência das oscilações cambiais. A questão a ser antecipada está na reação dos preços (para baixo) quando o Real voltar a patamares “normais”, reduzindo-se a volatilidade cambial no país, em caso de safra normal no verão do Centro-Sul brasileiro. Nesse último caso, vale salientar que o plantio da safra de verão está transcorrendo bem, sem percalços climáticos, salvo perdas provocadas pela geada tardia no Rio Grande do Sul e incidência de granizo em algumas áreas da Região Sul do país.
Enfim, as importações, no CIF indústrias nacionais, terminaram o mês de setembro valendo R$ 55,94/saco para o produto dos EUA e R$ 49,71/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Já para novembro o produto argentino ficou em R$ 52,09/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 35,81/saco para outubro; R$ 35,97 para novembro; R$ 35,87 para dezembro; R$ 36,18 para janeiro; R$ 36,44 para fevereiro; R$ 35,80 para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA