A cotação do milho em Chicago subiu um pouco durante a semana, na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para este dia 09/10. O fechamento desta quinta-feira (08) ficou em US$ 3,91/bushel para o primeiro mês cotado.
No fundo, mesmo com a expectativa de um novo recuo na produção final dos EUA, embora sem razões aparentes em termos climáticos, as cotações se estabilizaram nos atuais níveis em função de uma colheita que avança bem naquele país. Até o dia 04/10 a colheita atingia a 27% da área total esperada, contra a média histórica de 32% para esta época do ano.
Por sua vez, analistas privados projetam uma colheita estadunidense, para 2015/16, em torno de 342 milhões de toneladas, contra 345,2 milhões indicados em setembro. A produtividade média recuaria para 10.447 quilos/hectare, enquanto a área a ser colhida ficaria em 32,7 milhões de hectares.
Os embarques semanais, todavia, mostraram que o milho dos EUA continua enfrentando dificuldades de escoamento externo. Apenas 748.000 toneladas foram exportadas há duas semanas. Ao mesmo tempo, a qualidade das lavouras a serem ainda colhidas nos EUA se mantém em 68% entre boas a excelentes, 22% regulares e 10% entre ruins a muito ruins, sem alterações em relação a semana anterior.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB para exportação ficou em US$ 165,00 e US$ 106,00 respectivamente.
Aqui no Brasil mais uma vez o movimento cambial foi o principal responsável pelas oscilações de preço. Como o Real se valorizou para R$ 3,79 no final do dia 08/10, os preços internos cederam um pouco. Isso mesmo com a confirmação de exportações importantes em setembro.
Nesse último caso, o governo informou que as vendas externas de milho ficaram em 3,45 milhões de toneladas, fato que coloca o volume do atual ano comercial (fevereiro a setembro) em 9,13 milhões de toneladas. Já os números indicado pelos portos nacionais é bem superior, ficando em 4,82 milhões de toneladas em setembro e 13,8 milhões no acumulado do atual ano comercial. Essa discrepância nos volumes exportados traz problemas ao mercado, pois muda o enfoque quanto ao real volume de estoques que o Brasil possui. O mercado espera que o governo corrija seus números em algum momento no futuro próximo. Para outubro continua a nomeação de navios indicando um volume a ser exportado de 5,1 milhões de toneladas. (cf. Safras & Mercado)
Devido a valorização do Real, os preços no porto de Paranaguá recuaram para R$ 34,50/saco e em Santos para R$ 36,00/saco. Se esse movimento continuar na próxima semana, o recuo nos preços internos do milho se cristalizará igualmente.
Dito isso, a média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 26,50/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 32,00 e R$ 32,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 19,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 33,50/saco em Videira (SC).
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$ 53,79/saco para o produto dos EUA e R$ 48,18/saco para o produto argentino, ambos para outubro. Já para novembro o produto da Argentina chegou a R$ 50,46/saco. Na exportação, o transferido via Paranaguá registrou os seguintes valores: R$ 34,53/saco para outubro; R$ 34,51 para novembro; R$ 34,47 para dezembro; R$ 35,58 para janeiro; R$ 35,46 para fevereiro; R$ 34,70/saco para março. (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA