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Análise Semanal do Mercado de Trigo – 09/10/2015

TrigoA cotação do trigo em Chicago, após disparar para US$ 5,26/bushel durante a semana, fechou a quinta-feira (08) em US$ 5,11 (primeiro mês cotado). 

O recuo se deve a uma tendência de fraca demanda internacional pelo produto dos EUA, além de ajustes técnicos após a forte alta da semana. Além disso, o plantio da nova safra estadunidense do trigo de inverno avança normalmente.

Nesse contexto, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA, para o ano 2015/16, iniciado em 1º de junho, somaram 77.100 toneladas na semana encerrada em 24/09. Esse número foi 75% menor do que a média das quatro semanas anteriores. A Indonésia foi o principal comprador com 73.200 toneladas.

Por sua vez, o mercado espera que os estoques finais de trigo no mundo, no relatório do dia 09/10, venham a ser reduzidos para 224,7 milhões de toneladas, ou seja, menos 2 milhões de toneladas em relação a setembro. Para os estoques finais dos EUA o mercado projeta um volume de 22,3 milhões de toneladas, ou seja, 9% acima do registrado no ano anterior 2014/15.

No Mercosul a tonelada FOB de trigo para exportação permaneceu com valores entre US$ 180,00 e US$ 230,00, dependendo do país (Argentina, Uruguai e Paraguai).

Por outro lado, no Brasil os preços do trigo continuaram estáveis, com o preço médio no balcão gaúcho fechando a semana em R$ 32,42/saco. Nos lotes, os valores subiram um pouco mais, fechando a semana em R$ 660,00/tonelada, ou seja, R$ 39,60/saco. Já no Paraná os lotes ficaram entre R$ 720,00 a R$ 750,00/tonelada, ou seja, entre R$ 43,20 e R$ 45,00/saco.

Dito isso, o mercado está com melhor liquidez desde setembro, na medida em que a colheita do Paraná avança e a do Rio Grande do Sul se inicia. No Paraná, a mesma chegava a 70% da área no início de outubro, enquanto o Estado gaúcho registrava 10%. As indústrias voltam aos poucos ao mercado, dando preferência ao produto nacional de qualidade superior, o qual será mais raro neste ano devido as intempéries. Ao mesmo tempo, a forte desvalorização do Real até o dia 24/09 estimulou maior volume de compras. Mesmo com a moeda nacional um pouco mais forte nesta semana, as importações ainda estão bastante caras.

No geral, estima-se que 10% da safra do Paraná tenha sido totalmente perdida, enquanto no Rio Grande do Sul, até esse momento, o mercado avança o percentual de 30%. Nesse último caso há controvérsias, pois a Emater julga que as perdas estariam ao redor de 20%. Todavia, novas e fortes chuvas, com vento e granizo, se abateram sobre as lavouras do sul do país desde o dia 07/10, devendo provocar mais perdas. Por outro lado, uma coisa é a perda em volume a outra é a perda em qualidade. Essa última terá um percentual bem maior neste ano. Assim, em volume, a colheita final brasileira deverá ficar entre 5,5 e 6 milhões de toneladas. Disso, um volume importante, especialmente no Rio Grande do Sul, será de qualidade inferior.

Nesse contexto, e em o Real não se valorizando muito, a tendência é de que o preço do trigo de qualidade superior continue a melhorar nas próximas semanas, mesmo sob pressão da colheita. Esse quadro pode se acelerar ou não conforme o resultado final da colheita nacional, tanto em volume quanto em qualidade.

Fonte: CEEMA